terça-feira, 1 de novembro de 2011

CORAGEM, MEDO, COVARDIA E EXÍLIO

Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL do Estado do Rio de Janeiro, parece ser a bola da vez do crime organizado do seu estado. Ele presidiu a CPI das Milícias, em 2008 e, com muita coragem, levou-a até o final, não se intimidando com as ameaças e pressões sofridas. A CPI indiciou 225 pessoas entre policiais civis e militares, bombeiros e políticos.

Agora, contudo, diante da continuação do seu trabalho para salvar a população dos tentáculos de milicianos (diga-se policiais, ex-policiais, vereadores, assessores parlamentares, etc.) vê-se na mesma situação em que a Juíza Patrícia Acioli se encontrava antes de ser assassinada com mais de 15 tiros. Ele já recebeu diversas ameaças comprovadas de morte. O estado, contudo, mesmo sendo comunicado dessas ameaças que ele vem sucessivamente sofrendo, mostra-se inoperante para protegê-lo e à sua família. Assim, a Anistia Internacional se manifestou e ofereceu-lhe segurança no exterior.

Ora, parece que estamos voltando aos tempos da Ditadura Militar, quando compatriotas precisaram fugir para o exterior e pedir asilo em outros países para conseguir ficar vivos. Foi assim durante mais de 20 anos, de 1964 até as vésperas de 1985. Naquele tempo era o poder do estado que torturava e assassinava. Hoje, um poder negro, paralelo à nossa democracia e à liberdade dos cidadãos, está impondo o medo, o terror e a morte. O estado, munido de uma constituição democrática, mas corrompido nas suas bases, não consegue contrapor-se completamente a esse poder negro. Na maioria das vezes, esse estado, inoperante que é, faz de conta que está perpetrando algo, nada faz e acontece o que aconteceu com a Juíza Patrícia Acióli.

Marcelo Freixo e a sua família vão deixar o país rumo à outra nação onde viverão no anonimato para terem segurança. Considero que eles estão sendo exilados e da forma mais cruel possível. É inimaginável o sentimento dessa família ao deixar sua terra natal, seu país, rumo ao desconhecido por que um monte de bandidos os estão expulsando.

Eu sempre digo que a dor alheia só nos atinge quando faz jorrar o nosso sangue, quando olhamos ao redor e vemos nossos entes amados sofrendo as agruras de um sistema falho, corrupto e acovardado diante dos bandidos. Nesse instante, acordamos do torpor do dia a dia e gritamos ao mundo que estamos sofrendo. Contudo, o que precisamos fazer é nos unirmos para derrubar o poder dos bandidos, aqueles que destroem os nossos filhos com as drogas, obrigam-nos a construir grades imensas em nossas casas e não nos deixam andar em paz pelas ruas.

Pagamos para ter saúde, educação, lazer e segurança. Pagamos caro. Trabalhamos e pagamos para a Polícia Militar e Civil, para todo o Poder Judiciário e o Ministério Público e, infelizmente, para toda a classe política do Brasil.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

OS HERÓIS ESTÃO MORTOS




Cresci acreditando em muitos heróis. Ensinaram-me nas escolas que Tiradentes era o símbolo da independência do Brasil – Liberdade ainda que tardia – O tempo passou e hoje sei que ele foi um personagem que, ao lado de homens que enriqueciam roubando da Coroa Portuguesa e nada faziam pelo povo oprimido e miserável, Tiradentes também fez fortuna e deixou seus herdeiros muito bem aquinhoados de bens. Quantos aos demais inconfidentes, foram homens que defendiam seus interesses econômicos e que queriam se livrar de Portugal para ficarem ainda mais ricos.

Sinto-me frustrado, pois descubro, na minha idade adulta, que os bandeirantes não passavam de homens cruéis, assassinos de índios, estupradores de índias, ladrões das riquezas das tribos indígenas e mercenários sem escrúpulos. Concluo que os jesuítas não passavam de agentes a serviço da coroa portuguesa e do enriquecimento da Igreja Católica; não respeitavam a cultura indígena; e muito menos tentavam salvar os índios da extinção. Descubro, infeliz, que D. Pedro I não passava de um fanfarrão, obediente aos interesses da aristocracia do Brasil Império, viciado em prostitutas e que morreu de sífilis por conta disso. D. Pedro I, aliás, nunca gritou “Independência ou Morte”. Deveriam parar de ensinar isso nas escolas.

Depois, vem um Duque de Caxias cantado em prosa, versos e telas de pintores, empunhando sua espada em batalhas memoráveis. Liderou o exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Contudo ai de nós se não fosse a ajuda da Argentina e do Uruguai. Foi uma covardia o cerco a Solano Lopes, pois o que se estava em jogo era a destruição da mais poderosa e independente nação da América Latina a mando da Inglaterra. Paraguai era, na época, um exemplo que não poderia ser seguido. Assim, a Inglaterra armou a Tríplice Aliança para destruí-lo.

E os heróis da República? Vejo um Marechal Deodoro da Fonseca proclamando uma república para defender os interesses da Inglaterra e dos Estados Unidos, o exército sufocando impiedosamente qualquer resistência ao novo regime, D. Pedro II sendo julgado sumariamente e expulso do país de forma humilhante.

E Tiradentes? Não passou de um lacaio nas mãos dos inconfidentes. Foi escolhido para servir de exemplo do poder e da crueldade da Coroa Portuguesa que sugava o Brasil e destruía nossas riquezas naturais vendendo-as por ninharias aos ingleses. Seu enforcamento não foi visto por quase ninguém e o seu esquartejamento foi algo tétrico: espalharam seus pedaços pelas estradas que saiam de Vila Rica. Muitos anos mais tarde, o novo regime imposto aos brasileiros, a república de mentira, cópia mal feita dos Estados Unidos, precisava de um herói e foi escolhido o quase esquecido Tiradentes.


É... Parece que os meus heróis estão todos mortos. Quanto mais eu pesquiso, quanto mais eu estudo, mais eu descubro que tentaram incutir-me falsos heróis, grandes homens, defensores da liberdade e da justiça que nunca existiram.


PEDRO PAULO DE OLIVEIRA

sábado, 22 de outubro de 2011

ENFIM, KADHAFI MORTO, UM ALÍVIO PARA QUEM?

Tenho tentado compreender e sintetizar na minha mente como ocorreram as mortes de Muamar kadhafi e do seu filho Muatasim. Li as explicações do líder dos rebeldes líbios, Omran el Oweib, um engenheiro elétrico que se tornou militar e afirmou ser ele o responsável. Ele assegurou, na sua declaração, que kadhafi estava escondido em uma galeria de esgoto e foi arrastado de lá pelos rebeldes enfurecidos. Disse que pediu aos soldados que não o matassem. Contudo – declarou - Kadhafi já estava ferido, caminhou dez passos e caiu. Daí em diante, continuou a falar o líder rebelde, nada pôde fazer pela vida do ex-ditador, mas ainda tentou salvá-lo levando-o para um hospital.

Os próprios soldados rebeldes filmaram a carnificina e espalharam as imagens pelo mundo através do twitter. O que se viu foi um show de horror ao bom estilo dos filmes da saga de sexta feira 13, como se mostrar ao mundo cenas dessa ordem fosse contribuir realmente para a democracia. Repito o que já disse anteriormente: a forma como estão sendo conduzidas as revoluções no norte da África e nos demais países do Oriente Médio lembra a Revolução Francesa no seu pior período; lembram, ainda, a instalação do comunismo na Rússia e nos demais países do mundo. Foi uma crueldade e uma carnificina geral.

Que foram os rebeldes líbios que mataram o ex-ditador líbio e seu filho na última quinta-feira não resta nenhuma dúvida. O que me pergunto é como ocorreram essas mortes e até onde eles, os rebeldes, esconderão a verdade.

Os corpos de Muamar Kadhafi e do seu filho Muatasim ainda estão aguardando as decisões sobre como serão enterrados e apodrecem em um contêiner. As pessoas fazem filas para vê-los, tapam os narizes e gritam; ”Deus é grande!”
Diante das últimas declarações do ex-premiê espanhol, até que a morte de Kadhafi foi um alívio para muita gente, gente grande, líderes poderosos. O ex-premiê andou falando que o ex-ditador era extravagante, mas era um “bom amigo”. Essa frase, vinda de um ex-líder europeu, soou dolorida aos ouvidos de toda a Europa e aos Estados Unidos. Assim, melhor que ele tenha morrido que a dar explicações em um tribunal onde, certamente, relembraria os bons tempos, nem tão distantes, dos acordos com a França, com a Espanha, com a Inglaterra e, principalmente, com os Estados Unidos.

Obama, ruim nas pesquisas pela derrocada da economia norte americana, adiantou-se, hoje, em reafirmar o papel libertador dos Estados Unidos, além de ser a nação defensora da democracia e o país mais poderoso do mundo. Disse, ainda, que, sob seu governo, foi eliminado Osama Bin Laden e Muamar kadhafi, o povo líbio foi libertado e os soldados do seu país deixarão o Iraque em breve. Duvido que essas declarações melhorem a imagem do primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Agora, que esses líderes europeus e a Casa Branca estão se lixando para os povos desses países em estado de convulsão social e guerra civil, é a pura verdade. Só tomam atitudes, como mandar suas forças armadas para essas regiões, quando estão em jogo seus interesses naquelas regiões. Por que não bombardeiam, também, o palácio do governo da Síria, quando estão ocorrendo fatos semelhantes naquele país aos que ocorreram no início da revolução na Líbia? Outros países da África passam pelo mesmo processo e estão esquecidos por esses líderes, além de ostentarem um multidão de miseráveis passando fome.

O que estamos assistindo, além, é claro, das imagens horrendas de Muamar Kadhafi morto, é o início de uma nova ordem mundial e é bom que prestemos atenção. Nessa ordem os meios usados para se estabelecer e derrubar governos serão sutilmente espalhados através das redes sociais. Depois, se necessário for, homens e mulheres, repetindo ações perpetradas pela humanidade em todas as revoluções, farão o resto empunhando armas.

Essas revoluções costumam funcionar com síndromes. Elas vão se espalhando num crescendo, criando novos pensamentos, novas ordens. De um país passam para outro e para outro e vão derrubando governos que até então se achavam intocáveis e infalíveis. Vamos esperar para ver no que vai dar tudo isso. Por aqui, no Brasil, a única revolução que estamos precisando fazer é para exterminar a corrupção enraizada como praga, como erva daninha em todos os meios de governo. Para isso temos as REDES SOCIAIS.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CARNIFICINA A LA KADHAFI

Quem conseguir acessar os vários vídeos postados na internet de ontem para hoje mostrando a captura, os atos de violência e o assassinato de Muamar Kadhafi vai compreender o valor da vida humana, a pequinês do ser humano e que todos somos, na grande maioria, animais sádicos. Foi algo estarrecedor a forma como Kadhafi foi capturado, inicialmente com dois tiros nas pernas; depois, foi arrastado, com sangue jorrando para todos os lados, por uma multidão insana que gritava "Deus Existe"; logo a seguir, entre gritos desconexos, ele foi torturado e executado. Mais tarde, ele e seu filho, ambos mortos, foram apresentados ao mundo como troféus. As Câmeras fcalizaram, enfim, o ditador morto.

Disso tudo é preciso tirar uma reflexão muito séria. Esses atos mundo afora estão a lembrar a carnificina promovida pela Revolução Francesa, inclusive, guilhotinando seus principais líderes, além de toda a corte, incluindo os filhos, ainda crianças, do monarca. Lembram, ainda, vagando pela história, as atrocidades promovidas por Lenin e Stalin no início do regime comunista na Rússia em nome de uma sociedade mais justa e igualitária e tudo não passou de uma balela, pois a maioria do povo continuou na miserabilidade. Mesmo assim, depois, em nome disso tudo, formaram a poderosa a União Soviética ao custo de invasões e guerras com os países vizinhos. Esses atos atuais lembram a queda do Regime fascista na Itália, com a execução de Mussolini e de todos quanto o apoiavam. A reflexão deve pousar sobre quem está promovendo todas essas ditas "REVOLUÇÕES" e as razões por trás de tudo isso. A multidão insana, a exemplo de outros tempos, promoveu atos atrozes. Mas, no final das contas, ela será relevada mais uma vez, colocada no seu devido lugar e alguém e alguns se beneficiarão da queda e morte de Muamar Kadhafi. os líderes do Ocidente já se adiantaram em elogiar a morte do ditador da Líbia, dizendo que chegou ao fim um regime cruel de mais de 40 anos. Contudo, eles não citam que por mais de 30 anos a maioria deles apoiou o ditador cruel. Ainda durante o ano de 2010, Muamar Kadhafi desfilou livremente por Roma.

Ora, os grandes chefes que apoiavam Kadhafi de repente viraram-lhe a costas. Sarkozy, o Presidente pop da França, casado com a bela modelo, logo que sentiu os ventos desfavoráveis ao ditador da Líbia, se adiantou e exigiu que a OTAN assumisse os ataques aéreos na guerra contra Kadhafi. Chegou a ameaçar um ataque da França, mesmo sem o apoio da OTAN, caso ela não assumisse o comando internacional dos bombardeios. Ao mesmo tempo, José Maria Aznar, ex-premier da Espanha, num discurso feito para estudantes da Universidade de Nova Yorque, criticou os ataques aéreos à Líbia por parte da OTAN e afirmou: “Kadhafi apoiou a luta do Ocidente contra o terrorismo. Kadhafi é um amigo extravagante, mas ele é um amigo”. Aznar, que governou a Espanha de 1996 a 2004, com essas palavra, sintetizou bem a situação na Líbia. O ditador cruel, chamado Muamar Kadhafi, serviu bem aos interesses das poderosas (hoje nem tanto) nações a Europa por, aproximadamente, 40 anos.

Ora, os grandes países da Europa e os Estados Unidos, mais uma vez criaram um monstro (como na estória do Médico e o Monstro) e, não mais conseguindo controlá-lo, trataram de eliminá-lo. Indubitável conclusão!

Muamar Kadhafi acabou de ser vítima do seu próprio veneno. Foi cruel e implacável durante mais de 40 anos, exibindo força, poder e esperteza nas suas negociações. Mandou executar, sem piedade, seus opositores e ensinou seus filhos a serem como ele. Sua prole pagou da mesma forma e foi cruelmente exterminada pela multidão desvairada, violenta e incentivada pelas grandes e poderosas nações.

O primeiro Ministro da França disse, hoje, que o povo líbio está de parabéns, merece respeito e saberá se reerguer, pois tem potencial para isso. Que assim seja e que o exemplo do Iraque e do Afeganistão não se repita na Líbia. Acima de tudo que as imagens de carnificina espalhadas pelo mundo e promovidas pelos rebeldes líbios não sirvam de exemplo a outros povos e nem incentive, ainda mais, as nações do Ocidente a promoverem guerras insanas pelo mundo para defender apenas seus interesses.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A MORTE E AS MORTES DE MUAMAR KHADAFI E O NOVO TEMPO QUE SE INICIA.

Muamar Khadafi assumiu o poder na Líbia em 1969 com apena 27 anos de idade através de um golpe militar (de golpes militares o Brasil entende bem e sofreu com um por mais de 20 anos no mesmo periodo). Era uma época atípica no mundo, onde imperava a Guerra Fria e Muamar Khadafi soube se aproveitar dessa situação e se impor diante dos países, especialmente com o dinheiro produzido pelo petróleo. Aceitou o apoio de várias nações do Ocidente. Ao mesmo tempo, financiou o terrorismo e impôs ao seu povo uma ditadura que gerou riquezas e misérias.

Muamar Khadafi não foi diferente de nenhum grande ditador. Nem foi diferente dos Generais Médici e Geisel do Brasil(os dois mais crueis comandantes da Ditadura Militar Brasileira). Por 40 anos, Muamar Khadafi se manteve no poder impondo um regime cruel e de exceção ao seu povo. Apoiou ataques terroristas em massa contra Israel e Arábia Saudita. Era tido como um pária pelos Estados Unidos tendo em vista seus métodos pouco convencionais de praticar política e se impor no poder. Contudo, os Estados Unidos, no mesmo período vivia em cheque por uma guerra malfadada contra o Vietname e o apoio a ditaduras crueis em países da África e da América Latina, em especial, no Brasil, no Chile e na Argentina. Na verdade os Estados Unidos estava - como está até hoje - acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo. Da mesma forma, agiam outros países do Ocidente, entre eles a Inglaterra, a França, a Espanha e a Itália.

Ora, o petróleo ainda é o combustível do mundo e a Líbia está entre os maiores produtores mundiais, ao lado da Arábia Saudita, Iraque, Síria e outros pequenos países do Oriente. Falar que o ouro negro é uma das razões de todo esse imbróglio é explorar um assunto por demais discutido e provado. Assim, o petróleo está na linha de frente das razões que estão levando às quedas do ditadores árabes.

A forma como se iniciam essas revoluções que culminam na derrocada de impérios e ditaduras, é que mudou. Graças aos gênios criadores do Facebook, messenger e, principalmente, a Steve Jobs, essas revoluções se iniciam através das chamadas "REDES SOCIAIS". Mas, onde será que elas começam? Esta é uma boa pergunta. Tenho a minha opinião formada e afirmo que elas começam nos Estados Unidos, em algum lugar do Pentágono ou da Casa Branca. Assim, tem sido muito mais barato derrubar um governo que não mais atende aos interesses da América do Norte.

Afinal, também, esses países (E.U., Inglaterra, França, Espanha, Itália, etc.)estão pagando um alto preço por explorar e financiar os países do terceiro mundo, como eles passaram a designá-los. Suas economias, dependentes de capitais voláteis, nas mãos de banqueiros e especuladores, foram implodidas, o que, por incrível que pareça, beneficiou países como o Brasil, a China, a Índia, o Chile e, ate mesmo, a Venezuela do amaldiçoado Hugo Chaves ( que já não é mais um problema para os Estados Unidos, pois está com pouco meses de vida pela frente).

A "Revolução através das Redes Sociais se impôs e, através dela, caiu uma ditadura no Egito (mas parece que o tiro saiu pela culatra, pois os militares de lá, que tomaram o poder, estão meio esquisitos e já andam rompendo com os vizinhos apoiadores das potências mundiais). Através das redes sociais caíram, também, outros governos ditadores árabes e está por cair o governo da Síria. Se os resultados que o Ocidente espera dessas quedas será o esperado, só o tempo dirá. Eu, pessoalmente, não acredito em um resultado favorável a eles e o exemplo está muito claro no Iraque e no Afeganistão onde a pobreza aumentou e a guerra civil continua.

Muamar Khadafi está morto. Foi, depois de caçado como um cão raivoso, abatido de forma humilhante, enfiado em um buraco, tal como Saddam Russem. Segundo seu algoz, um jovem das forças rebeldes da Líbia, ele pediu para não se morto. Ma o trofeu não era levá-lo vivo. Foi morto com dois tiros nas pernas e outros na cabeça. Não há que se discutir a sua morte ou a forma como ela foi executada e se foi ordenada. Nas revoluções morrem gente dos dois lados e Muamar Khadafi, no momento, para o seu povo era o pária, o carrasco e o demônio a ser exterminado. O que o mundo precisa saber, a partir de agora, é se o povo da Líbia continuará a ter o apoio dos Estados Unidos e dos seus "países amigos", todos quebrados financeiramente.

Enfim, os Muamar Khadafi árabes, que nasceram sob os auspícios dos países que hoje os derrubam, estão se extinguindo e, em sua maioria, sendo mortos. É o sintoma de um novo tempo? Claro que sim. Mas, que tempo será esse, não pensem os Estados Unidos e os seus amigos que serão os mesmo daqueles em eles davam todas as ordens e todo o mundo obedecia. Esse novo tempo ainda é uma incógnita. Contudo, países como o Brasil, a China e Índia terão um papel preponderante nesse "NOVO TEMPO".

quinta-feira, 14 de julho de 2011

HOJE É O DIA MUNDIAL DO ROCK

O ano, creio, era 1978. Se não foi esse ano, contudo, pouco importa. O que vale foi o que presenciei naquela época, e tem tudo a ver com o dia de hoje. Eu e muitos dos meus amigos moravámos em Volta Redonda. Estávamos na primavera, disso eu me lembro por que as árvores da vila Santa Cecília estavam todas floridas e o clima ainda era ameno. Uma fila imensa havia se formado em volta do Teatro Gacemss para o grande show daquela noite. Raul Seixas era a principal atração, precedido por ninguém menos que Juca Chaves.

Quando vimos, na fila, Raul Seixas chegando num veículo imenso – creio que era um Dodge Dart – todo paramentado e dele foi retirado com a ajuda de dois seguranças que o carregaram para dentro do teatro, senti uma imensa frustração. Acreditei que ele não agüentaria fazer seu show. Todos, na fila, se revoltaram com a cena que assistiram e alguns até vaiaram. Mesmo assim teimamos, compramos o ingresso e entramos no teatro para ver no que ia dar aquela noite.

Havia uma tensão reinante no interior do teatro, um clima de revolta das pessoas na expectativa dos shows de Juca e Raul. Mas a estrela principal era o Raul. Era incontestável o culto que a nossa geração nutria por Raul Seixas. Sabíamos que a bebida e a droga o estavam consumindo. Mas as suas músicas eram hinos para toda a juventude daquela época.

Juca Chaves entrou, descalço, cabelos desalinhados, escrachado e falando palavrões. Cantou, com maestria, a Cúmplice e desceu o pau na Ditadura Militar. No meio do seu show, a polícia do Exército invadiu o palco e o levou preso. Muitos outros jovens também foram presos ao se revoltarem com a prisão do Juca. O Teatro se transformou num barril de pólvora até que, inesperadamente, alguém, no palco, anunciou a entrada de Raul Seixas.

Lembro-me que as luzes do palco foram apagadas e assim ficaram por mais de três minutos, até que, em meio à fumaça e luzes coloridas surgiu, pequenino, magro e vestido com roupas da Tropicália, Raul Seixas triunfante e calando todos nós que duvidávamos que ele pudesse fazer aquele show como esperávamos. Fez uma grande apresentação, cantando, tocando sua guitarra e dançando como se estivesse em transe. No fundo, todos desconfiávamos que algum incomum havia sido feito para que ele conseguisse toda aquela energia. Mas o que nos importava era a apresentação do nosso Rei do Rock.

Nunca mais esquecerei aquela noite de primavera em Volta Redonda. Tenho plena certeza que, da mesma forma, todos que estavam lá no Teatro Gacemss, também não esquecerão a apresentação grandiosa de Raul.

O Rock, assim como a MPB, era as formas de expressão musical que nós tínhamos para catalisar nossas emoções e frustrações com a falta de liberdade imposta pela Ditadura Militar ou mesmo pela enxurrada de porcarias que nos era imposta nas escolas e nas ruas por ordem dos governantes. Assim, o Rock transformou o mundo na voz e no gingado de Elvis Presley, na irreverência dos Beatles e dos Rowling Stones e na guitarra de Jimi Hendrix; depois, veio Queen, com o inesquecível Fred Mercury e tantas outras bandas que marcaram as gerações dos anos setenta e oitenta; no Brasil, Legião Urbana, Engenheiros do Havaí, Titãs e tantas outras bandas fizeram a cabeça da nossa juventude.

Como não reverenciar o ROCK neste e em todos os dias das nossas vidas? Parabéns ao ROCK que explodiu pelo mundo afora graças aos meninos de Liverpool que, a partir de 1960, se tornaram o maior fenômeno musical da história da música universal e a Elvis Presley que, sem nunca ter saído dos Estados Unidos, foi aclamado como o Rei do Rock.
No Brasil, podemos e devemos aclamar nomes como o de Renato Russo e tantos outros. Mas, sem sombra de dúvida, o maior nome do Rock brasileiro será, sempre, RAUL SEIXAS.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

VIAGENS DA CÂMARA EM VEÍCULOS DOS VEREADORES E OUTRAS NOTÍCIAS...

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais publicou, recentemente, nota onde responde à consulta sobre se os Vereadores podem se deslocar do Município em viagens oficiais em seus próprios veículos. Na nota os relatores da resposta à consulta se posicionam contra. Assim, o Vereador que se deslocar do Município em seu veículo e receber dos cofres do Município o adiantamento ou o reembolso para tal ofício estará praticando ato ilegal, onde o Presidente da Câmara, que autorizar tal despesa, estará incorrendo em ato de improbridade adminstrativa,passível de ação por parte do Ministério Público. Portando, cuidado senhores Edis no momento de viajarem a serviço do Legislativo! Exitem formas legais e devem ser observadas.

O OFÍCIO DE TAXISTA, AO QUE TUDO INDICA, AGORA VIROU UMA PROFISSÃO RECONHECIDA PELA LEGISLAÇÃO. O CONGRESSO ACABA DE APROVAR UMA LEI QUE LEGALIZA A PROFISSÃO DESSES TRABALHADORES. MAS NÃO CONFUNDAM A LEGALIZAÇÃO DA PROFISSÃO COM A CONCESSÃO DAS LICENÇAS PARA SE ATUAR COMO TAXISTA.

A REFORMA ELEITORAL E AS MAZELAS DOS POLÍTICOS

A forma como são eleitos deputados federais, deputados estaduais e distritais e vereadores é um dos temas centrais e mais polêmicos da reforma política e será o primeiro item da pauta da reunião de terça-feira (22/3) da comissão do Senado que estuda o assunto.

A discussão sobre propostas que alteram o sistema eleitoral brasileiro é considerada uma das mais importantes da reforma política e será feita em conjunto com o segundo tema do dia, as coligações partidárias.

O sistema proporcional de lista aberta, atualmente utilizado nas eleições para esses cargos, tem recebido inúmeras críticas, mas não há consenso sobre o modelo que poderia substituí-lo. O PSDB defende o voto distrital misto, enquanto o PT se mantém a favor do voto proporcional com lista fechada. Já o PMDB e o presidente da Comissão de Reforma Política, Francisco Dornelles (PP-RJ), defendem o chamado "distritão", ou seja, o voto majoritário para estados e municípios.

Se não chegarem a um entendimento, os senadores da comissão poderão decidir no voto qual modelo irão incluir no anteprojeto que será apresentado para votação dos demais senadores.


Uma das críticas ao sistema atual é que o eleitor quando vota em um candidato pode contribuir para eleger outros que pertençam ao mesmo partido (ou coligação). Isso ocorre porque, no sistema proporcional de lista aberta, o voto não é contabilizado apenas para o candidato, mas também para seu partido ou coligação. E é o número total dos votos válidos de cada agremiação que define a quantidade de vagas a que a legenda terá direito.


Por causa dessa lógica, um candidato "puxador de votos" (capaz de conquistar, sozinho, uma grande fatia do eleitorado) ajuda a eleger colegas de partido ou coligação, até quando a votação deles é menor que a de candidatos de outras legendas.


Lista fechada


O PT defende a manutenção do sistema proporcional, desde que a lista aberta seja substituída pela lista fechada. No sistema de lista fechada mais difundido, o eleitor vota no partido, que define uma relação de candidatos em ordem de prioridade. Os petistas querem lista fechada em conjunto com o financiamento público, argumentando que isso evitaria, por exemplo, o encarecimento das campanhas.


"Defendemos um sistema no qual haja a preponderância de partidos ideológicos e programáticos", reiterou Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado.


Os críticos da lista fechada afirmam que esse modelo enfraquece o vínculo entre os candidatos e os eleitores e reforça o poder das cúpulas das legendas. Francisco Dornelles, por exemplo, diz que "tal sistema levaria, hoje, à ditadura das cúpulas partidárias".

Distrital misto e ′distritão`


Para substituir o sistema vigente, senadores do PSDB defendem o voto distrital misto, modelo que mescla características dos sistemas proporcional e majoritário. Representante dos tucanos na comissão, senadora Lúcia Vânia (GO), é favorável a esse sistema, mas reconhece que há parlamentares da legenda que preferem o distrital puro - no qual os estados são divididos em distritos e cada distrito escolhe, de forma majoritária, apenas um representante. No entanto, ela acredita que o partido conseguirá formar um consenso em torno do sistema misto.


Também Francisco Dornelles considera o voto distrital puro "a solução ideal", mas avalia que a divisão de estados em diversos distritos eleitorais seria uma coisa "muito complexa e difícil de operacionalizar neste momento". Por isso, ele sugere, "como primeiro passo", a conversão de estados, no caso de eleição para deputado, e de municípios, no caso dos vereadores, em grandes distritos (daí o apelido "distritão"), onde seriam eleitos apenas os mais votados.


Tanto o presidente do Senado, José Sarney, como o vice-presidente da República, Michel Temer , ambos do PMDB, defendem o "distritão". O representante do partido na comissão, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), considera que a proposta terá o apoio de todo o partido.


"Esse é um tema que caminha com alguma tranquilidade dentro do PMDB - avalia Eduardo Braga. Ele informa que sua primeira opção era o voto distrital misto, mas, como também considera difícil a implantação desse sistema neste momento, vai seguir a bancada do seu partido."


A proposta, porém, é criticada pelo petista Humberto Costa:

"O distritão significa a abolição definitiva dos partidos políticos, pois leva a uma personalização ainda maior das campanhas [já que o voto se destina unicamente ao candidato] e torna as eleições ainda mais caras, privilegiando os candidatos mais ricos", argumenta.


Coligações

A discussão sobre coligações partidárias (segundo tema da reunião de terça-feira) está diretamente relacionada ao modelo em vigor - proporcional de lista aberta. Ao fazer uma coligação, dois ou mais partidos políticos se unem para concorrerem à determinada eleição. Essa estratégia ajuda as legendas que, sozinhas, não conseguem votos suficientes para atingir o quociente eleitoral.



Se o Congresso decidir pelo fim do voto proporcional em lista aberta, "perdem sentido as coligações para eleger deputados e vereadores", conforme explica Francisco Dornelles. Na votação em lista fechada, os eleitos seguem a ordem definida pelo partido e, no sistema distrital, o que prevalece é a eleição do candidato mais votado.

Humberto Costa diz que seu partido defende o fim das coligações por entender que ela é "a própria negação do voto proporcional e a própria negação da existência dos partidos".

"A representação especialmente na Câmara dos Deputados e nas câmaras de vereadores e nas assembléias legislativas, é uma representação do voto popular, é uma representação do povo. E, para tal, nós temos os diversos partidos que representam os segmentos. Se nós fazemos a coligação proporcional, nós diluímos os componentes políticos e ideológicos que caracterizam cada proposta. Temos, inclusive, uma distorção no resultado final das eleições", diz o líder petista.



Reforma política: comissão aprova sistema eleitoral com lista fechada




Por exemplo, um estado que tenha a representação de dez deputados na Câmara Federal e teve 20% dos votos terá os dois primeiros candidatos de sua lista eleitos. Com as coligações partidárias proibidas pela mesma proposta de reforma, o eleitor passa então a votar diretamente em uma legenda, sem correr o risco de eleger algum candidato de outro partido. Por outro lado, o cidadão não sabe previamente quais candidatos exatamente estará elegendo, apesar de ter conhecimento da lista completa do partido. O modelo só vale para as eleições de deputados - federais, estaduais e distritais - e vereadores. A proposta ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário.

Da Agência Senado


COMENTÁRIO:

O que se dpreende desse imblóglio todo, nessa discussão da qual poucos brasileiros estão cientes e conscientes, é que, mais uma vez, as águias do Congresso Nacional estão se debatendo em pleno voo para se manterem vivas. ao que parece, pelas propostas apresentadas ao projeto de reforma política, alguns avanços estão sendo propostos. contudo, contra eles já se arvoram muitos políticos tradicionais.

Em resumo, nessas propostas todas apena uma coisa deveria estar em evidência: A VONTADE DO ELEITOR. O REsto - Partidos políticos, coligações, voto proporcional, voto distrital e listas de votações deveriam vir em segundo plano. Esse negócio do eleitor encher um candidato de voto e, com esses votos, acabar elegendo candididatos que ele seguer conhecia, é um absurdo. A sua vontade nunca é expressa nesse sistema ultrapassado e malandro.

Vamos esperar e ver no que vai dar toda essa briga de propostas. No próximo ano teremos eleições municipais e seria de bom alvitre que votassem logo a nova legislação eleitoral que vigorará para essa disputa para que os eleitores possam tentar entender como estarão escolhendo seus novos vereadores e prefeitos.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

ITAMAR FRANCO E O MENINO JUAN MORAES

 A HISTÓRIA PRECISA SER REESCRITA PARA QUE AS INJUSTIÇAS SEJAM PUNIDAS E ENFRENTADAS COM CORAGEM




Estive, durante os últimos dias, pensando em como falar de Itamar Franco e do Menino Juan Moraes ao mesmo tempo. Fiquei meio sem rumo, confesso. Queria unir os dois fatos num só, de maneira que as poucas pessoas que acessam meu blog pudessem assimilar algo de importante nessas duas mortes; de forma que todos pudessem tirar algum proveito, alguma lição dessas duas perdas. Custei a decidir escrever sobre os dois ao mesmo tempo. Hoje, sentei-me defronte ao computador e resolvi escrever aleatoriamente sobre ambos, sem o compromisso de falar de uma convenção, mas apenas pela vontade e pelo dever, como brasileiro, ser humano e cidadão, de expressar-me e falar sobre o que sinto de ambas as mortes.

Sobre Itamar Franco estou mais apto a falar intimamente. Lembro-me dele num primeiro encontro que tivemos, no ano de 1981,em São João Del Rey, no solar dos Neves, ao lado de Tancredo Neves, Aécio Neves - ainda como secretário do avô -, Dona Risoleta - nos servindo café em xícaras de porcelana -, e outros vários políticos da minha cidade. Itamar Franco era, então,candidato a Senador pela chapa Tancredo Neves governador de Minas. Ele sorria sempre, muito espontâneo. Riu ainda mais quando Tancredo contou sobre o medo que passou em Andrelândia ao fazer a barba com o barbeiro que ajudara a condenar quando atuou como promotor naquela comarca. Mas o barbeiro não se vingou. Afinal, não queria ser preso novamente.

Eu estava, naquela época do encontro com Itamar, com apenas 22 anos e senti o que ele mostraria para todo o Brasil a partir de então: um caráter forte e honesto. Venceu a eleição, bem como Tancredo também.

Naquela eleição para o governo de Minas, contudo, eu queria destacar que se não fosse por Itamar Franco, Tancredo Neves jamais teria sido governador de Minas Gerais. Itamar foi o político responsável por aglutinar as s forças da Zona da Mata mineira em torno do nome de Tancredo e, no palanque, com um discurso corajoso, conclamou o povo de Minas Gerais para a mudança. Assim, derrotaram o poderoso ministro da Ditadura Militar, Eliseu Resende.

Muitas outras vezes encontrei com Itamar Franco na sua trajetória política. Só não tive o prazer de encontrá-lo quando ele foi presidente da República. Mas exultei-me quando ele teve coragem de enfrentar o todo poderoso Senador Antônio Carlos Magalhães, mandando-o às favas.

Não conheci o menino Ruan Moraes e não tomei café na sua humilde casa, assim como não conheci a garota negra que foi assassinada em minha cidade e jogada no meio de entulhos há alguns meses atrás. - Até agora não tive notícia sobre o seu provável assassino. - Li que a ossada de Juan foi encontrada às margens de um rio próximo do local em que ele desapareceu e onde ocorreu o possível confronto entre policiais e traficantes. Ele foi enterrado, às pressas, ontem, e sob forte escolta policial (O enterro de Itamar também teve a escolta dos Dragões da Independência diante do Palácio da Liberdade em Belo Horizonte, o seu caixão foi coberto pelas bandeiras de Minas e do Brasil e foi carregado por homens das três forças armadas). Quanto aos familiares de Juan, estão sob a proteção do estado, proteção essa dada a testemunhas sob risco. (a família de Itamar também teve a proteção do estado, suas filhas tiveram avião a disposição e continuarão recebendo os dividendos de Itamar). Mas o pai de Juan está tomado pelo medo de que invadam a sua casa e quer dispensar a proteção do estado.

Bem... O que se tira de tudo isso é que as mortes são diferentes.Infelizmente são. Um, morto por policiais ou bandidos, teve seu corpo totalmente desrespeitado e enterrado em cova rasa; o outro, foi cremado com todo respeito - e merecido respeito - e as suas cinzas foram levadas para Juiz de Fora onde serão guardadas ao lado dos restos mortais da sua mãe.

Que Itamar, após a sua morte, possa ser sempre lembrado como um homem de dignidade e que sobreviveu à corrupção, e que a morte do menino Juan não seja em vão. Que ela sirva para nos mostrar que precisamos reformar nossas instituições e colocar nelas homens melhores para nos proteger, homens como Itamar Franco, que enfrentou Antônio Carlos Magalhães, não deixou que privatizassem a CEMIG, enfrentou Fernando Henrique Cardoso quando ele quis transpor o Rio São Francisco e apoiou, para surpresa de todos, Lula na sua primeira vitória como Presidente.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira

 

quarta-feira, 29 de junho de 2011

OS OSSOS DOS NOSSOS ENTES AMADOS

OS OSSOS DOS NOSSOS ENTES AMADOS

Aqui jaz mais uma vítima da injusta guerra entre bandidos, policiais e a população. A vítima, alvejada pela bala que ainda não sabemos de quem ou de onde partiu faz parte dos mortos da tríplice batalha que não tem fim nas grandes cidades do Brasil. De um lado a força policial, em sua grande maioria, formada por homens e mulheres despreparados para a sua função, qual seja: salvar as vidas inocentes da sanha dos bandidos cruéis e desvairados. Assim, mais um morto acaba de ser enterrado e daqui a pouco será esquecido, fazendo parte, apenas, da triste estatística da violência do nosso país.

Que Deus tenha piedade da sua alma; que Deus o (a) receba no paraíso; agora ele (a) está em paz; e ele (a) agora partiu para a vida eterna. Poxa vida! Essas frases de clichê não mais nos consolam, mesmo diante do mistério da vida, da grandeza do universo e da possibilidade, que ninguém viu, de continuarmos, de alguma forma, vivos após a morte.

Mais uma vez a polícia do Rio de Janeiro é notícia mundo a fora por mais uma ação atabalhoada, sem preparação, sem estratégia ou comando. Ao que tudo indica agiu de forma errônea ao invadir a Favela Danon, em Nova Iguaçu, atrás de supostos traficantes. Iniciou um tiroteio desnorteado e, ao que tudo indica, matou um garoto, Juan Moraes, e deu fim no seu corpo.

Juan Moraes, um garoto de apenas 11 anos, desapareceu no dia 20, após o tiroteio na Favela. Quatro cartuchos de fuzil 762, usado pela PM, vestígios de sangue, terra, e outros objetos também foram recolhidos na área onde ocorreram os tiros. Agora, cães farejadores ajudarão nas buscas do suposto corpo de Juan, que, segundo denúncias feitas ao 20º BPM (Mesquita), estaria enterrado próximo a cachoeira, na comunidade.

O que mais nos deixa abismados foi a falta de interesse das autoridades, sejam civis ou militares, diante dos clamores dos familiares de Juan que denunciaram o seu desaparecimento justamente no local onde ocorreram os tiroteios. A perícia, no local do tiroteio, só foi feita após oito dias. Tudo demonstrava que havia algo de estranho no desaparecimento do garoto, pois seu irmão Wesley também havia sido atingido por tiros e estava internado, além de outro jovem, Adão Pereira Nunes, ter sido alvejado e foi preso e estava sob custódia. A polícia Militar apontou esse último jovem como traficante, mas na sua mochila foram encontrados apenas uma marmita e um tubo de desodorante.

Tanto a mãe de Juan, quanto seu irmão Wesley foram incluídos no Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, do Governo Federal.

Mais uma vez os que ficam - e choram seus mortos e desparecidos - reclamam seus ossos. Querem, apesar de tudo, da tragédia da qual não conseguem se livrar, enterrar com dignidade seus entes queridos. Como se houvesse dignidade em morrer de forma tão injusta e brutal com apenas 11 anos de idade!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA E O SENADOR CRISTÓVAM BUARQUE NOS ESTADOS UNIDOS

O ex-ministro Cristóvan Buarque, dentro da mais poderosa nação do mundo,os Estados Unidos, lembrou-me uma passagem histórica que ocorreu com o então embaixador brasileiro, Rui Barbosa, durante a histórica 2ª Conferência de Paz de Haia, em 1907, na Holanda. A primeira conferência de paz de Haia havia ocorrido em 1.899 e visava debelar ou evitar conflitos bélicos entre as potências. Como havia um clima de animosidade na Europa no início de 1900, em 1.907 a Rainha da Holanda e o Tzar da Rússia convocaram uma nova conferência de paz que ocorreu em julho daquele ano. Foram feitos muitos debates e o Brasil, ao final, enviou Rui Barbosa para representá-lo. Ao chegar a Haia, pequeno e meio desajeitado, Rui Barbosa não causou nenhum impacto. Pelo contrário, ao que consta, causou críticas e chacotas. Contudo, durante a conferência, ele deu um verdadeiro show de diplomacia, cultura e firmeza, fazendo das suas idéias baluartes para todos os debates. Foi, ao final da conferência, alcunhado a Águia de Haia. Foi nessa conferência que nasceu a idéia de um Tribunal Internacional para julgar os crimes de guerra. A conferência, infelizmente, não conseguiu evitar a eclosão da I Grande Guerra Mundial, mas plantou a idéia das Nações Unidas e do Tribunal Internacional de Justiça.

Agora, outro brasileiro da um show nos Estados Unidos. Seu nome? Cristovam Buarque. Ex-governador do Distrito federal, senador da nossa república e ex-ministro da educação apresentou-se, a convite, numa universidade dos Estados Unidos e transcrevo, abaixo, o texto retirado do Facebook:

SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!

terça-feira, 14 de junho de 2011

GRILAGEM, DISPUTAS POR TERRAS, EXTRAÇÃO ILEGAL DE MADEIRA = ASSASSINATOS CRUÉIS.

Mais um trabalhador rural foi morto no Pará por conta da velha disputa pela terra e em conseqüência de denúncias de extração ilegal de madeira. Seu nome? Obede Loyla Souza. Sua morte, ao que tudo indica, foi encomendada por madeireiros com os quais a ele discutiu recentemente e os denunciou por extração ilegal de madeira. Ele foi covardemente assassinado próximo à sua residência, no Acampamento Esperança, engrossando uma triste estatística de mortes no campo. Só nos últimos dez anos foram mais de 200 mortes naquela região, incluindo a morte de um casal de agricultores, também no estado do Pará, no mês passado.

Cá do outro lado do mundo, no Sudeste do Brasil, o desenvolvimento parece ter chegado a galope e temos tudo que o mundo moderno pode proporcionar, diferentemente daquele povo da floresta, que vive da extração natural do que a natureza lhes proporciona e luta para se manterem com dignidade. Ora... Contudo, Obede foi apenas mais um dos assassinados de forma vil, covarde e sem razão dos tantos que morrem por ai. Sim. Cá do outro lado do mundo, onde o modernismo impera e andamos de avião, de ônibus, de trem ou de carro, pessoas morrem todos os dias, todas as horas e todos os minutos assassinadas por indivíduos sem dignidade, sem eira nem beira pelo simples fato de serem trabalhadores honestos e possuírem algum bem que lhes custou uma vida de lutas. Por que então devo me preocupar com a morte do Obede lá do outro lado do mundo, no meio daquela floresta? Tenho é que pensar na minha segurança e no bem estar da minha família. Isso mesmo! Quem pariu Mateus que o conduza! Essa é a máxima que muitas vezes escutamos, sentimos ou vivemos. Não é fácil experimentar a dor alheia quando ela está tão distante, quando ela parece não nos pertencer. Assim vivemos até que numa esquina encontramos um deliquente que nos aponta uma arma, nos rouba e, muitas das vezes mata ou aleija um dos nossos entes queridos. Aí, a dor é nossa. “Só ri das cicatrizes quem nunca ferida sofreu no corpo”. (Wiliam Shakespeare). Mas eu diria que só não sente a dor quem nunca foi alvejado pela bala de um bandido.

Quando não sentimos a tragédia de uma morte como a de Obede é por que já estamos descrentes de tudo e queremos apenas viver, passar e não morrer logo, rápido pela ação de um marginal. Homens como o Obede transformam o mundo. Lembram-se do Chico Mendes e da Irmã Dorothy? Foi a partir da luta deles que os povos das florestas foram vistos pelo mundo e tiveram muitos dos seus direitos garantidos. Governantes, políticos são assim. Gostam de ibope. Mas o que temos a ver com a luta deles lá do outro lado do mundo? Tudo. Quando eles defendem um ideal, o ideal de preservação do que resta das florestas, estão mostrando para o mundo inteiro que só haverá esperanças para a humanidade e para o planeta terra quando os heróis voltarem.

Esses madeireiros, enquanto não são impedidos pela força do estado, agem de forma vil e fazem a suas leis no meio da floresta. Eles, com o dinheiro da venda ilegal de madeiras de lei, patrocinam políticos e policiais no Pará e, assim, ficam impunes. O estado, inoperante, ainda está calado, pois o Obede não era lá uma figura tão importante. Aliás, nem importante era. Será? Era sim. A dor que os seus entes queridos estão sentindo não pode ser medida cá do outro lado do mundo.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A JUSTIÇA QUE GERA IMPUNIDADE

Leiam com atenção esta reportagem publicada no Yahoo de hoje:

O jovem Irlan Graciano Santiago, de 22 anos, detido na tarde de hoje, confessou a participação no assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva dentro do campus da Universidade de São Paulo (USP), no dia 18 de maio. A revelação foi feita durante encontro com jornalistas realizado na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.

Santiago, que se apresentou espontaneamente, foi liberado pela polícia já que a prisão não foi feita em flagrante. O morador da favela de São Remo, localizada atrás da Cidade Universitária, no Butantã, zona Oeste, afirmou em depoimento que quem atirou em Felipe foi seu parceiro. Santiago disse que não revelaria o nome do autor dos disparos em nome da "ética do crime".

De acordo com o delegado Maurício Guimarães Soares, antes de atacar o universitário, a dupla tinha feito refém uma mulher dentro do campus. Segundo ele, uma mulher em um carro de cor escura foi abordada antes de Paiva. A dupla resolveu não assaltá-la depois de perceber que ela era deficiente, mas pediu que ela dirigisse até eles encontrarem outra vítima. Foi quando avistaram o estudante.

Santiago disse que ficou no carro, ao lado da motorista, enquanto o parceiro desceu do veículo. Paiva teria reagido e o comparsa atirou. Os dois, então, fugiram no veículo. O jovem foi indiciado por latrocínio e responderá em liberdade. Ao final do inquérito, a polícia pedirá a prisão preventiva de Santiago.

A justiça dá o direito a um assassino confesso que tem o disparate de responder à polícia que não informará o nome do seu parceiro de assassinato em “nome da ética do crime”. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, mais de 400 Soldados do heróico Corpo de Bombeiros, lutando por melhores condições de trabalho e salários dignos para que possam continuar “salvando vidas”, são considerados criminosos pelo Governador daquele estado. Ora, cabe aqui uma reflexão séria dos valores que permeiam a sociedade e do respeito à vida, valores esses intrínsecos nas nossas vidas desde que nascemos entre eles, o direito à vida e à liberdade. Os cidadãos de bem estão acuados em seus pequenos mundos lacrados nas grandes metrópoles, apartamentos minúsculos, pagos a custo de suor e sangue de muitos anos trabalhados; saem para trabalhar e enfrentam um trânsito caótico em seus pequenos veículos populares ou em ônibus e trens metropolitanos superlotados; na volta para casa se borram de medo de serem assaltados e mortos; e dentro da suas minúsculas casas, esperam ansiosos seus filhos chegarem das faculdades ou das diversões com os amigos. Esses cidadãos, se praticarem qualquer transgressão involuntária serão punidos severamente com os rigores da lei, sejam pequenas infrações de trânsito, pagamentos de impostos atrasados, prestações não pagas por falta de condições, entre tantas e tantas outras coisas que sujam seu nome e o levam perante a polícia e os tribunais, obrigando-os, inclusive, a partir daí, a gastarem com advogados, pois os que os estado lhes fornece, fazem corpo mole para defendê-los.

Poderíamos continuar enumerando as agruras por que passam os cidadãos comuns e de bem deste nosso país na sua luta diária para manter suas famílias com dignidade e continuar vivos numa cidade média e grande. Poderíamos dizer que no momento em que eles ou algum membro das suas famílias adoecerem, ficarão a mercê de um sistema de saúde vencido, cruel, onde os profissionais, na sua maioria, pouco se importam com a vida. Mas seria como malhar em ferro frio, repisar um assunto por demais debatido e denunciado pela imprensa séria do nosso país.

A INJUSTIÇA não está no ato em si. O ato, muitas das vezes, é praticado no calor das emoções. Mas a INJUSTIÇA está na omissão de quem se propôs a dar soluções; a INJUSTIÇA está presente naqueles que foram escolhidos pelo povo para representá-lo, seja no Congresso Nacional e nas Assembléias Legislativas, seja nos poderes executivos, ou seja nos poderes judiciários. Não importa onde reside esse poder, em qual esfera ele se impõe. O que importa é que esses homens e mulheres que se assentam em cadeiras de vime e mármore, andam de aviões e helicópteros, têm planos de saúdes excelentes e moram em mansões situadas em condomínios protegidos deveriam repensar suas existências e ver que uma multidão clama por socorro, por melhores condições de vida, por liberdade e pelo simples direito de nascer e morrer naturalmente.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A MORTE DE OSAMA BIN LADEN NÃO MUDA NADA

E por fala em heróis, os Estados Unidos estão comemorando a morte de Osama Bin Laden. Durante 10 anos o exército norte-americano caçou esse homem de forma implacável matando muitos inocentes nessa perseguição. Era questão de honra para os norte-americanos eliminarem o mentor do cruel e covarde atentado às Torres Gêmeas em Nova Iorque que ceifou a vida de quase 4.000 pessoas em 11 de setembro de 2001. Nessa caçada implacável certamente muito mistério existe, tal como existiu e ainda existe na prisão Guantánamo.

Não há o que se discutir quanto ao direito de se eliminar O Bin Laden. Nenhuma lei pode justificar o que ele e os seus seguidores fizeram. Contudo, o terrorismo está infestado de outros homens como ele, capazes de perpetrar atentados iguais ou piores que o de 11 de setembro. Com a morte de Osama não termina o terrorismo ou amaina a sanha dos terroristas.
Acredito, inclusive, que se abre, nesse momento, uma ferida e os grupos islâmicos radicais – que não representam a maioria do islamismo – certamente irão contra-atacar de forma sinistra e covarde novamente.
A Lei de Talião em disputas apaixonadas como a que move essa gente do Oriente Médio não deveria ser aplicada, pois só leva a uma infinita carnificina, onde a maioria das vítimas é inocente. Na guerra contra o terrorismo e do terrorismo contra os impérios, para cada soldado ou terrorista morto, três civis são sacrificados.

A mágoa que move os radicais islâmicos está no orgulho ferido de um povo que vive onde nasceu a civilização e que agora se sente humilhado pelos impérios do ocidente. Cada ser vivente naquelas terras do oriente sabe que o interesse das potências nas suas terras e no domínio da sua gente está, ainda, no “ouro negro”. Outra coisa que eles jamais aceitarão é a presença de Israel avançando cada vez mais sobre as suas fronteiras, plantando acampamentos de colonos e impondo sua força bélica.

A morte de Osama Bin Laden é apenas mais um capítulo de uma longa guerra que não começou no dia 11 de setembro de 2001 e não termina agora. Esta guerra do terrorismo contra as potências ocidentais e vice-versa ainda nos mostrará muitos enredos sangrentos e cruéis. Osama, como ator principal, deixou sua marca para sempre na história dos grandes líderes cruéis que chacinaram milhares de pessoas sem piedade. Contudo, antes de comemorar, os Estados Unidos deveriam repensar sua maneira de lidar com os demais países do mundo, respeitando o direito dos povos à sua soberania.

domingo, 1 de maio de 2011

OS HERÓIS ESTÃO MORTOS

Cresci acreditando em muitos heróis. Ensinaram-me nas escolas que Tiradentes era o símbolo da independência do Brasil – Liberdade ainda que tardia – O tempo passou e hoje sei que ele foi um personagem que, ao lado de homens que enriqueciam roubando da Coroa Portuguesa e nada faziam pelo povo oprimido e miserável, Tiradentes também fez fortuna e deixou seus herdeiros muito bem aquinhoados de bens. Quantos aos demais inconfidentes, foram homens que defendiam seus interesses econômicos e que queriam se livrar de Portugal para ficarem ainda mais ricos.

Sinto-me frustrado, pois descubro, na minha idade adulta, que os bandeirantes não passavam de homens cruéis, assassinos de índios, estupradores de índias, ladrões das riquezas das tribos indígenas e mercenários sem escrúpulos. Concluo que os jesuítas não passavam de agentes a serviço da coroa portuguesa e do enriquecimento da Igreja Católica; não respeitavam a cultura indígena e muito menos tentavam salvar os índios da extinção. Descubro, infeliz, que D. Pedro I não passava de um fanfarrão, obediente aos interesses da aristocracia do Brasil Império, viciado em prostitutas e que morreu de sífilis por conta disso. D. Pedro I, aliás, nunca gritou “Independência ou Morte”. Deveriam parar de ensinar isso nas escolas.

Depois, vem Duque de Caxias cantado em prosa, versos e telas de pintores empunhando sua espada em batalhas memoráveis. Liderou o exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Contudo ai de nós se não fosse a ajuda da Argentina e do Uruguai. Foi uma covardia o cerco a Solano Lopes, pois o que se estava em jogo era a destruição da mais poderosa e independente nação da América Latina a mando da Inglaterra. Paraguai era, na época, um exemplo que não poderia ser seguido. Assim, a Inglaterra armou a Tríplice Aliança para destruí-lo.

E os heróis da República? Vejo um Marechal Deodoro da Fonseca proclamando uma república para defender os interesses da Inglaterra e dos Estados Unidos, o exército sufocando impiedosamente qualquer resistência ao novo regime e D. Pedro II sendo julgado sumariamente e expulso do país de forma humilhante.
É... Parece que os meus heróis estão todos mortos. Quanto mais eu pesquiso, quanto mais eu estudo, mais eu descubro que tentaram incutir-me falsos heróis, grandes homens, defensores da liberdade e da justiça que nunca existiram.

quinta-feira, 31 de março de 2011

BIG BROTHER BRASIL – CULTURA DO SEXO.

Big Brother Brasil... O título já é um acinte à língua brasileira. Quanto ao conteúdo pragmático?... Nenhum. Basta-nos relembrar os diálogos esdrúxulos dos participantes desse dito reality show para termos uma idéia da cultura pregada ali. As imagens transmitidas pelas câmeras espalhadas pela casa focam apelativamente as curvas sensuais das mulheres e os músculos dos homens. Não que isso não seja bonito e bom de ver. Claro que os nossos olhos gostam de apreciar a beleza física. Contudo, o que pasma nesse programa que este ano teve – ainda bem - a menor audiência de todos os tempos, é a importância que se tem dá à beleza física, sem importar o conteúdo interior das pessoas.

Maria venceu o Big Brother este ano. Parabéns a ela que embolsou uma fortuna e ainda vai embolsar muito mais quando sair nua na revista play boy e negociar entrevistas e patrocínios por conta da sua fama repentina. No entanto, fica aqui uma meditação acerca do que se propõe com esse programa na televisão: o que dá audiência, e a Rede Globo sabe disso, é sexo. Para quem ficou atento ao Big Brother deste ano, tal como nos dos anos anteriores, pode observar que o programa é um forte apelo ao sexo. Tanto é que quem faturou o prêmio este ano foi a "Maria".

Sexo é bom? Com certeza sim, e faz bem à saúde. Mas, programas de televisão, gerados por redes poderosas, não deveriam promover, emhorário nobre, a banalidade do sexo tal como o faz o Big Brother. A questão é complexa, pois o apelo sexual do programa é montado de forma sutil, dirigido por especialistas em segurar a atenção do telespectador de forma criar um clima favorável para que os patrocinadores garantam seus investimentos naquela rede de TV. Os valores morais e éticos, com isso, são deturpados e o programa, por ser apresentado em horário nobre e com muitos chamamentos durante a programação diária, crianças e adolescentes são envolvidos nessa teia de interesses, na proposta de um mundo onde vale as mulheres terem boca carnuda, belos seios, coxas grossas e bem torneadas, bumbum arrebitado e grande, dentes brancos e cabelos lisos; quantos aos homens deverão ser como Apolo, ou serão descartados.

A Maria não é culpada do baixo nível do programa. Ela fez – e bem – o que lhe foi proposto. Entendeu o recado, soube se impor no meio do grupo que jogava no mesmo tabuleiro e venceu a parada. Não estou aqui a criticar a vencedora, mas as razões que a levaram a vencer. Ela foi escolhida a dedo pela direção do programa em busca de audiência. Eles já sabiam, previamente, que ela já era famosa por se expor na mídia nacional e internacional de forma apelativa com relação ao sexo. Essa é uma opção dela e deve ser respeitada. - E olha que ela é bonita! - O que deve ser repensado é até onde irá a sanha de uma emissora de televisão em busca de audiência? Certamente não terá limites e o endeusamento do banal e da cultura pífia será levado aos extremos na busca da atenção dos telespectadores.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O HOMEM QUE AJUDOU A MANTER A ESTABILIDADE E A SALVAR A DEMOCRACIA NO BRASIL

Quando a história julgar verdadeiramente o Vice-Presidente José de Alencar deixará explícito nos seus anais o papel que ele teve na primeira eleição de Lula. Sem ele Lula jamais haveria de ter conseguido estabilizar a economia brasileira naqueles primeiros e conturbados momentos do seu governo. O Capital saia de nosso país em vôos à velocidade incalculáveis e foi ele, dono do maior império textil do mundo, que garantiu aos seus colegas empresários que tudo estava bem, que nenhum banqueiro ou industriário seria perseguido; garantiu que nenhuma empresa seria nacionalizada; e deu certeza que o Brasil honraria seus compromissos internos e internacionais.

Homem de persoanlidade forte, forjada na lida diária para vencer num mundo globaolizado e cruel, não hesitou em destoar da política econômica comandada por Palocci, onde os juros exorbitantes cobrados no Brasil inviabilizava o nosso desenvolvimento. Mas, solidário a Lula, entendeu o momento pelo qual passava a nossa economia e se calou, não sem antes, mais uma vez, expressar seu descontentamento.

Nunca escondeu sua a origem humilde e a sua história sofrida até se tornar o magnata da indústria têxtil. Nos seus dicursos, desde o início da sua carreira política, sempre demonstrou orgulho de ser mineiro e que estava político para contribuir com o povo sofrido do Brasil. Ele conhecia bem o sofrimento para ganhar o pão de cada dia, principalmente tendo escolhido Montes Claros para sediar seu império industrial.

Durante o escâdalo do mensalão no governo Lula, quando se falava em impeachment do presidente, José de Alencar foi essencial para manter a estabilidade política. Acredito que quem sem ele como vice de lula o impeachment teria ocorrido novamente no Brasil, tal como no tempo do governo Collor. Dois fatores foram preponderantes para que não houvesse o impeachment: os políticos, tanto do Senado quanto da Câmara dos Deputados, sabiam que tirando Lula fariam-no um herói; esses mesmos políticos também tinham consciência de que o vice-presidente poderia ser mais pragmático do que o presidente a ser deposto. Preferiram manter o metalúrgico de origem miserável do que arriscar a colocar o industrial de origem humilde.

Vou sempre me lembrar dele discursando na inauguração da Cidade Administrativa TAncredo Neves em Belo Horizonte. Eu estava lá representando a minha cidade e pude presenciar José de Alencar discursando por mais de 40 minutos. Foi um memorável discurso onde ele exaltou, principalmente, a ética na política. Naquele mometo eu percebi que José de Alencar já estava imortalizado.

Quanto à sua luta em desfavor do câncer que o consumiu por mais de 13 anos, há pouco que se falar aqui, pois todos nós a acompanhamos pelas emissoras de televisão. Foi uma luta inglória, mas heróica, digna de ser cantada por todos os tempos em homenagem à vida e ao desejo de servir a um ideal.

Acredito que ele, agora, descansa no panteão dos grandes heróis desse nosso Brasil. Ainda bem que lhe prestaram merecidas homenagens, homenagens de heróis da patria, pelo que fez, pelo que foi.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O FIM DE UMA ERA

A história nos ensina que nenhum poder na terra é eterno. Os impérios nascem, crescem, se impõem e, depois, desmoronam. Esse desmoronamento pode ser gradual ou catastrófico, a depender das estruturas das suas instituições. Sim. Os impérios são formados por instituições, sejam elas dentro de regimes autoritários ou democráticos. As instituições funcionam como alicerces desses impérios e são formadas pelos bancos, indústrias, grandes produtores agrícolas e os órgãos e autarquias dos governos responsáveis pela arrecadação dos impostos que se reverterão para a manutenção da máquina administrativa e em obras e tecnologias. O exemplo ainda recente dessa divisão de poder entre impérios está na separação do mundo, depois da Segunda Guerra Mundial, entre a União Soviética e os Estados Unidos da América. De um lado, a União Soviética, formada por diversos países no entorno da Rússia, comandava, ainda, outras regiões do planeta, tais como: Cuba, China, a antiga Alemanha Oriental e a Polônia. Do lado ocidental, como se convencionou dizer, os Estados unidos influenciavam o resto do planeta, pregando que o comunismo era a obra personificada de satã. Cada um dos dois impérios se armou e evoluiu belicamente de forma espantosa para se defender de um possível ataque um do outro. Essa disputa de tecnologia bélica, a paranóia que se instalou no planeta pelo medo de uma guerra entre os dois impérios levou o mundo a um desenvolvimento relâmpago e espantoso, nunca dantes visto pela humanidade. A disputa promovida entre eles pela supremacia nas viagens espaciais levou a humanidade a desenvolver quase toda a tecnologia de informática que hoje existe e até mesmo a tecnologia dos telefones móveis. O resto veio pela ciência das armas de guerra.

Todo desenvolvimento que se promove para os povos tem um custo. O custo maior dessa disputa pelo poder entre os dois impérios no Sec. XX custou não uma guerra direta entre eles, mas na promoção de várias guerras nos países considerados menos desenvolvidos ou subdesenvolvidos. Nações que antes eram colônias da França, da Inglaterra ou de Portugal passaram a ser alvos da ganância desses dois impérios que passaram a financiar guerras nos seus territórios, cada um tentando impor sua política segundo seus interesses econômicos. Com isso, povos inteiros na África foram dizimados e passaram a viver em desigualdades sociais, pobrezas extremas e sob ditaduras longas, cruéis e corruptas. No Oriente Médio e Norte da África foi onde esses dois impérios mais investiram suas ações bélicas na disputa pelo controle dos ricos poços de petróleo que lá existiam e “ainda hoje existem”. Ditaduras longas como as de Saddam Hussein, Osni Mubarak e Muamar Kadafi nasceram dessa disputa e apoiadas financeira e belicamente por eles.

Mas como nada é para sempre nesta terra de plantas, homens, animais e pedras, o império soviético ruiu e a maioria dos países que formavam o seu eixo se emancipou, mantendo, mais ou menos, as estruturas deixadas pelos seus algozes. Os Estados Unidos conservaram a sua supremacia bélica e econômica por conta da queda da União Soviética, mas passaram a dividir parte dos bônus captados pelo mundo com a França, o Reino Unido, a Alemanha, a Espanha, o Canadá e, em especial, com Israel.
A queda da União Soviética abriu espaços para que países como a China, copiando e aperfeiçoando tecnologias, e com mão de obra barata – quase escrava – evoluísse, tornando-se um mercado consumidor e exportador poderoso. Nessa esteira, com menos poder, tendo em vista as peculiaridades locais, surgiram como potências emergentes o Brasil, a Índia e o Chile. Ao mesmo tempo outros países se insurgiram contra o poder dos Estados Unidos, entre eles a Venezuela, A Coréia do Norte e o Iran.

Em 2008 enfim estourou a bolha financeira nos Estados Unidos. Bilhões sem lastros jogados no mercado imobiliário e garantidos através de balanços fictícios das empresas e bancos surgiram negativamente sobre a maior economia do mundo e, em efeito dominó, espalhou-se pelo mundo, principalmente no Japão, França e Inglaterra. O mundo se preparou para uma nova quebradeira, tal como aconteceu em 1929 com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Naquele tempo a depressão que se espalhou foi aterrorizante, levou a maioria das empresas à bancarrota e muitos seres humanos ao suicídio. Mas, na crise imobiliária de 2008, o mundo estava mais preparado e países como a China, o Brasil e até mesmo as grandes potências da Europa interferiram nas suas economias através do estado, injetando recursos nas instituições para mantê-las erguidas e fortes. Afinal, são as instituições que mantêm o estado.

Assim, a supremacia norte-americana não existe mais. O mundo globalizado terminou. O que existe, agora, é o MUNDO SOCIALISADO. Um mundo onde as pessoas se comunicam em tempo recorde e os grandes líderes não existem mais. Claro que a nação norte-americana ainda é uma grande potência bélica – a maior do mundo -; a economia dos Estados Unidos ainda é a mais poderosa do planeta. Contudo, esse país tem uma dívida interna monstruosa, está com uma alta taxa de desemprego e uma grande parte das suas instituições estão sob suspeita, principalmente aquelas inseridas no mercado financeiro.

Surgirão outros grades impérios para dividir o comando do mundo, tal como no passado coexistiram Estados Unidos e União Soviética? Não creio. Claro que países como a França, Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha, Canadá e mesmo Rússia e Estados Unidos continuarão a dar suas cartas pelo mundo afora, sempre defendendo os interesses das suas empresas espalhadas pelos demais países do planeta. Contudo, terão que engolir, cada vez mais, a presença do Brasil, da China, da Índia, do Chile e da Venezuela. Os países do Norte da África e do Oriente Médio infelizmente continuarão a serem alvos de disputas locais pelo poder, e da ganância dos antigos impérios, mesmo derrubando seus ditadores antes apoiados por esses impérios.

Uma nova era se inicia no mundo e a prova disso são que os ditadores dos países produtores de petróleo estão caindo. Eles estão sozinhos, apodrecidos no poder e sem os antigos apoios dos dois grandes impérios. Outro fato relevante na história recente da humanidade foi a vinda de Barack Obama ao Brasil e, depois a sua ida ao Chile e Nicarágua. O Presidente dos Estados Unidos, nessa viagem, reconheceu a nova ordem mundial e sabe que nesses países, em especial o Brasil, está a salvação do seu voraz mercado consumidor e produtor. Contudo, dentro dessa nova ordem, nós brasileiros teremos que ser pragmáticos e defender nossas riquezas com unhas e dentes, vender nosso peixe pelo preço justo e comprar o que eles vendem dentro de uma ótica de mercado competitiva.

segunda-feira, 21 de março de 2011

UMA REFLEXÃO FRIA E SÉRIA SOBRE A VINDA DE OBAMA AO BRASIL

Andei refletindo sobre a recente, pomposa e imperial visita de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América, ao Brasil. Observei que Obama é um homem extremamente preparado para se apresentar diante de grandes plateias, sejam elas de pobres ou de ricos, cultos ou incultos, felizes ou infelizes. Como não poderia ser diferente, ele tem o poder de cativar o público à sua volta, dotado de um carisma nativo, talvez até genético. Observei que os seus gestos, em cada um dos seus discursos aqui no Brasil, eram totalmente calculados, e a sua fala fluía a partir de tópicos que ele e sua equipe de marketing escolheram previamente. Ele citou Juscelino Kubitschek, Vinícius de Moraes, Jorge Benjor, Paulo Coelho, a Ditadura Militar e, entre outros assuntos e personagens, enfatizou, por diversas vezes, a figura da Presidenta Dilma Rousseff. Lula, “o cara”, contudo, não foi citado e muito menos compareceu aos eventos da visita de Obama no Brasil. Qual teria sido a razão? Simples: como o grande líder que ele foi e ainda é, poderia ofuscar a imagem de Barack Obama e a de Dilma Rousseff.

O que está exposto acima é apenas o fio da meada dessa caminhada de Barack Obama pela América Latina e Central. Para se entender essa estratégia norte-americana precisamos compreender que o mundo está se transformando e à velocidade da internet e é através da internet que os Estados Unidos estão promovendo suas revoluções pelo mundo, lançando mensagens que se espalham e incentivam a revolução em determinados países. Essa é a verdade. Barack Obama até citou algo parecido em um dos seus discursos quando afirmou que uma ideia nasce do nada numa rua, se espalha pela cidade e logo se torna uma bandeira que pode transformar a sociedade.
O povo norte americano é nacionalista ao extremo. Eles dão a vida pela honra e a glória de seu país. Quanto a isso não ha dúvida, bastando examinar a história das guerras que eles perpetraram ou participaram. Seus soldados lutam como loucos pela vitória, tendo sempre em mente a bandeira de seus pais. Muito cedo, nas escolas e em todos os movimentos cívicos, as crianças aprendem a adorar seu país acima de qualquer outra coisa. – O Brasil tentou copiar essa paixão nos tempos da Ditadura Militar, impondo nas escolas a obrigatoriedade do hasteamento da Bandeira, o canto o Hino Nacional, as comemorações cívicas com pompas de nacionalismo exacerbado e frases de efeito tais como: “Brasil, ame ou deixo-o”. –

Ora, ainda precisamos tirar uma lição desta visita de Obama ao Brasil: ele vem ao nosso país num momento difícil da política internacional e da liderança dos Estados Unidos perante o mundo. A nação norte-americana ainda é a maior potência bélica e financeira do planeta. Nenhuma mudança importante aconteceu no mundo sem que eles tomassem conhecimento ou tivessem participação. Assim ainda será por muito tempo. Baseado nessa premissa, entendo que a administração vê com bons olhos a ascensão do Brasil no cenário político internacional e aproveita para lançar aqui a imagem de um presidente pop star, um líder carismático e que, tal colo o ex-presidente Lula, de descendência humilde. Essa “coisa” do ser humano que deixa os bolsões de pobreza e, por méritos pessoais, consegue vencer e se tornar um herói, cativa as multidões. – Só não faz bem às classes nobres dominantes que são obrigadas a engolir líderes dessa natureza. -

Algumas pessoas, movimentos sociais e cientistas políticos devem estar se perguntando do por que ele não levantou aqui no Brasil, um país de múltiplas raças, a bandeira da raça negra, contentando-se apenas em citar que, tal como eles lá do norte, somos tolerantes com essa mistura de fenótipos. Com certeza isso também foi pensado por ele e sua equipe. No entanto, levantar bandeiras de raças não era a função de Obama no Brasil. A sua função aqui era de firmar a imagem dos Estados Unidos da América com a nação mais poderosa do mundo e de mostrar um presidente carismático, bondoso, defensor dos direitos civis pelo mundo e que, para isso, não hesita, mesmo longe de casa em ordenar os bombardeios sobre as forças líbias de Kadafi em conjunto com a França, Reino Unido, Canadá e Itália.

O Brasil em breve será uma das maiores potências mundiais em combustível, sejam eles derivados do petróleo do Pré-sal ou das usinas de álcool espalhadas pelo país todo. De olho nessa certeza, Barack Obama veio nos oferecer ajuda financeira na exploração do Pré-sal e troca de tecnologia na produção de combustível natural. Destarte, é óbvio que eles querem o Brasil como parceiro. Mas eles nunca deixarão de ser pragmáticos quanto aos seus interesses. O nacionalismo dos norte-americanos é de berço e eles nunca deixarão de olhar o Brasil como uma nação inferior, mesmo admitindo nossos avanços em todas as áreas, tal como citou o próprio Barack Obama diversas vezes em seus discursos, em especial para o fato de que nos últimos anos milhões de pessoas deixaram a linha da pobreza em nosso país.

Para finalizar, outro ponto da visita de Barack Obama no Brasil pairou na nossa reivindicação por um assento permanente na ONU. Não acredito que eles apoiem essa bandeira do Brasil. Nossa política externa quanto à intervenção em outros países em crise ou em guerra é quase sempre de neutralidade e isso não agrada os diplomatas das grandes potências. O último exemplo dessa neutralidade foi a abstenção do Brasil junto à ONU na decisão de intervir militarmente na Líbia. Lógico que outros países também se abstiveram, tal como a Alemanha e a Rússia. Mas eles já têm suas cadeiras permanentes na ONU.

sexta-feira, 18 de março de 2011

HAVERÁ SOLUÇÃO UM DIA PARA OS CONFLITOS ENTRE OS JUDEUS DE ISRAEL E A OUTRA GRANDE PARTE DO POVO DO ORIENTE MÉDIO?

Atitudes duras, tal como a que estamos tomando conhecimento através da imprensa mundial onde Israel fecha fronteiras em Jerusalém, com vários matizes e tendências, é a forma mais clara de mostrar o poder dos judeus sobre os povos da região do Oriente Médio, em especial sobre os palestinos. Como se não bastassem as comunidades judias impostas na marra sobre os palestinos, com acampamentos e colonos em territórios antes ocupados por muçulmanos, o govrno de Israel impede a livre passagem dos palestinos por territóriso considerados sagrados para eles, incluindo a cidade de Jerusalém.

Nunca haverá uma solução pacífica para a emblemática disputa entre judeus e palestinos enquanto a paixão e a desonra de vários povos estiverem sobre júdice e em detrimento de uma nação que subjuga as demais pelo poder das armas.

Muito menos acredito que haverá paz entre judeus e palestinos, enquanto Israel não for impedido de perpetrar ataques bélicos desproporcionais, tal como o que quase destruiu todo o norte do Líbano; não haverá paz enquanto Israel continuar invadindo territórios de outros países e tomando-os para si; não haverá paz enquanto os Estados Unidos continuarem a apoiar qualquer ação no sentido de dominar o controle do petróleo abundante no Oriente Médio; e não haverá paz, também, enquanto muitos dos movimentos islâmicos não entenderem que existem outras formas de lutar pelos direitos, que podem até ser através das lutas armadas, tal como ocorreu na Tunísia e no Egito.

sábado, 12 de março de 2011

TRAGÉDIA NO JAPÃO: TODA AÇÃO PROVOCA UMA REAÇÃO DE IGUAL INTENSIDADE, MESMA DIREÇÃO E EM SENTIDO CONTRÁRIO.

Terremoto, tsunami, explosões, desabamentos, mortes... Não há muito que se falar sobre a catástrofe que se abateu sobre o Japão. A imprensa do mundo inteiro está dando prioridade para a cobertura de tudo que passou e está se passando naquele arquipélago do Pacifico, sobre a destruição que se operou por lá nos últimos dias. Vemos as imagens na televisão e ficamos estarrecidos, mas não podemos sentir, mensurar verdadeiramente o tamanho da dor, do desespero e do desamparo daquele povo oriental.

Os japoneses, ao longo da história da humanidade, sempre foram um povo guerreiro, conquistador, orgulhoso, vencedor. A história do Japão está ligada ao romantismo dos samurais e das lendas que os cercam. O orgulho de uma nação poderosa sempre rondou o Japão e isso os fez entrar em várias guerras que lhes causaram sérios prejuízos a culminar com a Segunda Guerra Mundial em que apoiaram a Alemanha de Hitler nas suas pretensões de conquistar todo o mundo civilizado e tiveram Hiroshima e Nagasaki destruídas pelas bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos. Abandonaram a guerra e reconstruíram a sua nação, marcados, para sempre, pelas consequências das explosões atômicas que continuaram a ceifar vidas ao longo dos anos, através do poder da radiação nuclear.

Até há pouco tempo, o Japão dominava a economia mundial atrás apenas dos Estados Unidos. Recentemente perdeu esse posto para China que, através de incentivos à livre iniciativa, à abertura ao capital externo e um mercado de trabalho com mão de obra barata, transformou a sua economia num poderoso mercado consumidor, importador e exportador. Não obstante a perda do posto para a China, sua economia não ia muito bem, atingida pela crise do mercado imobiliário propalada pelos Estados Unidos e do qual o Japão é extremamente dependente. Destarte, a economia do Japão estava bastante combalida.

Agora, para culminar toda uma situação extremamente grave pela qual o Japão vem passando, um abalo sísmico, os deslocamentos de placas tectônicas provocaram um terremoto sobre quase todo o seu território. Mas, se a tragédia fosse somente com relação ao terremoto, os estragos seriam bem menores. Por todo o território japonês as construções foram feitas para suportar terremotos. Claro que esse foi imenso, além da normalidade, superior ao que ocorreu no Haiti. Mesmo assim se fosse só o terremoto, as perdas materiais e de vidas humanas seriam bem menores. As ondas de mais de dez metros de altura que invadiram cidades inteiras da costa japonesa é que foram imprevisíveis em médio prazo e fizeram o estrago que todos estamos presenciando pela televisão.

Como o Japão irá superar mais esse drama ainda não sabemos. Mas superarão com certeza, pois é do feitio do seu povo a superação. Esta será mais uma tragédia a contar nos números de tantas que eles já sofreram, seja por decisões de seus governantes, seja pela força da natureza.
A nós, cá do outro lado do mundo, olhando as imagens pela telinha das nossas televisões, resta uma reflexão: mais uma vez a força da natureza mostra ao homem que nenhuma tecnologia que ele possa criar vai domar a terra. O que o homem precisa fazer é respeitar os limites da natureza da qual ele faz parte intrínseca. Nos últimos meses vimos as tragédias naturais do Haiti, do Chile, do Peru, da Austrália e do Brasil na região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Essas catástrofes nos mostram que a ocupação desordenada do meio ambiente pelo homem só tende a piorar – ou aumentar - a reação das forças naturais contra os invasores. Terceira lei de Newton: "Toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma direção e em sentido contrário".

Como o ccahorro que apanha, apanha, sofre e logo depois volta para o seu dono, que o açoitou e o afaga, esquecemo-nos das tragédias, não as assimilando como ensinamentos. Esquecemo-nos, como a cigarra, despresando as formigas, de nos prepararmos para o inverno. Mas o inverno é frio e aumenta a nossa fome. Vejo as pessoas olhando as telas da televisão muito mais com um sentimento de curiosidade do que como uma forma de aprendizado, como a dizer: “ Já aocnteceu mesmo, está muito longe, graças a Deus não chegará até aqui e a vida continua...” para muitos partícipes daquela castástrofe a vida não continua ou jamais será a mesma.

Não tenho mais o que falar sobre essa tragédia. Apenas imagino a dor e o desespero de cada um dos sobreviventes dela ou daqueles que perderam entes próximos e amados em todas as recentes catástrofes. Fico pensando nos meus momentos de dor em que perdi alguém que amava muito. Olho para o céu, vejo nuvens carregadas, lembro-me das chuvas, do carnaval que passou e agradeço a Deus por se apiedar de nós, pobres viventes, pequenos e incapazes diante das forças da natureza.

sexta-feira, 11 de março de 2011

AS VITÓRIAS SOB A ÓTICA DO DIREITO

O sistema financeiro mundial enfrenta uma grave crise econômica, cujas consequências sociais se tornam cada vez mais imprevisíveis tanto nas transnacionais como nas pequenas e microempresas. Além da crise econômica mundial, a mídia tem destacado outros grandes temas vinculados ao Direito Internacional, a saber, a vitória política do Presidente Hugo Chávez com a aprovação do referendo que estabelece a reeleição ilimitada para alguns cargos públicos, entre eles o de presidente, a vitória do Presidente Obana nos Estados Unidos com a sua polêmica reforma da saúde, a quase quebra da economia Norte Americana com repercussões estrondosas em todo o mundo financeiro, o destroçamento do Haiti e do Chile e, recentemente, as eleições presidenciais no Brasil, polarizadas em dois candidatos, Dilma e José Serra, deixando apreensivo todo o mundo econômico e político, pela importância do Brasil.

Olhando o mundo sob essa ótica, somos impulsionados a fazer uma análise dos temas relacionados ao processo de internacionalização econômica, política e cultural inerente ao Direito Internacional, mas que, por considerar o mundo uma aldeia, sem fronteiras diante da inevitabilidade do fenômeno da globalização, suscita indagações devido às mudanças importantes que se operam no cenário internacional e no seu “modus operandi”, sobretudo quando se questiona a pertinência do processo eleitoral em um Estado democrático e de direito.

Que tipo de democracia deve-se exigir em tais circunstâncias? Há modelo de democracia a ser adotado ou trata-se de um questionamento do modelo vigente que não corresponde mais às aspirações dos povos e, menos ainda, à astúcia de alguns presidentes que querem manter-se no poder ou, em último caso, serem substituídos por seus filhos? Constata-se uma mudança de paradigma numa roupagem democrática com desrespeito às regras do jogo democrático baseado na alternância do poder e na separação dos poderes. (Prof. Sebastien K. Bizaw – Direito Internacional)

Quanto à legitimação do Estado Democrático de Direito e analisando a democracia sob o pensamento de Norberto Bobbio a partir das “regras do jogo”, Marcelo Neves, observa que para Bobbio, “as regras do jogo democrático, além de determinarem o predomínio da maioria, asseguram o pluralismo e estabelecem a participação, o mais abrangente possível, de indivíduos e, por conseguinte, o respeito às minorias.”(NEVES, Marcelo. Do consenso ao dissenso: o Estado democrático de direito a partir e além de Habermas. In: SOUZA, Jesse (org.) Democracia hoje; novos desafios para a teoria democrática contemporânea. Brasília: Editora Universidade de Brasília.

Segundo Habermas, “Quando nos apoiamos numa teoria procedimental, a legitimidade de normas jurídicas mede-se pela racionalidade do processo democrático da legislação política. (...) esse processo é mais complexo que o da argumentação moral, porque a legitimidade das leis não se mede apenas pela correção dos juízes morais, mas também pela disponibilidade, relevância, pertinência e escolha de informações, pela fecundidade da elaboração das informações, pela adequação das interpretações da situação e pelas colocações de problemas, pela racionalidade de decisões eleitorais, pela autenticidade de valorações fortes, principalmente pela equidade dos compromissos obtidos etc” (HABERMANAS, Jürgen. Direito e democracia: entre facticidade e validade. Trad. Flávio Beno Siebeneichler)

Há um interesse difusos de muitos governantes de se eternizarem no poder e desta forma o estado de direito passa por um fio de navalha onde a população desses países, incluindo principalmente a África, o Oriente Médio e a América Latina, fica a mercê de governos déspotas e corruptos. O Estado de direito e a democracia são devem prevalecer sobre esses governantes e as cortes internacionais devem esta vigilantes e entidades como a OEA e a ONU devem propor duras sanções a esses governantes para que fiquem isolados dos seus colegas de outros países.

Diante de governos déspotas e corruptos, que se digladiam para se eternizarem no poder, vê-se que há pleno desconhecimento do princípio de Montesquieu referente à independência dos poderes, pois os golpes de estado são perpetrados, à base do poder das armas, do paternalismo a uma população imensa e miserável e a democracia é solapada, quando desaparecem as figuras do senado e das casas legislativas.

O mais interessante é que atualmente, como nos sessenta e setenta na América Latina, os golpes de Estado na África e no Oriente Médio ou mesmo aqui na América Latina (Venezuela) são aplicados e legitimados eternizando governantes no poder, ferindo flagrantemente os princípios da democracia e da liberdade. Outro grave problema é muitos órgãos que representam países, tal como a União Africana – UA, tornam-se amorfos diante da corrupção. Um exemplo claro, ainda recente, foi o golpe de estado dado na Mauritânia e legitimado pela UA. “A Cláusula democrática condena e rejeita mudanças inconstitucionais de governo, contando com a imposição de medidas punitivas e proibindo tais regimes de participar das atividades da União Africana.” (NALDI, Gino J. apud PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Justiça Internacional)

Quando ocorre a usurpação dos direitos dos eleitores de elegerem livremente seus governantes e suas casas de leis, e as nações passam a ser governadas à base da força, princípios fundamentais são quebrados, violados.

Pode-se afirmar que tais atitudes antidemocráticas acarretam graves prejuízos à construção de Estado verdadeiramente democrático e de direito. Democracia, direito e poder são duas faces de uma mesma moeda.

O estado autoritário se interpõe e massacra a economia, difundindo a idéia de que o governante é o pai da nação. Assim, tal governante interfere de forma brutal na economia, passando para o povo que com a sua vitória no poder, todos os problemas serão resolvidos como num passe de mágica. Mas nenhuma economia suporta interferências que massacram a livre iniciativa. Assim, a vitória dos governos déspotas e corruptos é a derrota de toda a população.

Nenhuma economia suporta mais ditaduras. Vão desmoronar todas, pelo efeito dominó, principalmente através da nova ordem social a do MUNDO SOCIALISADO. A imposição do estado autoritário, nos moldes atuais, tal como havia no Egito e ainda se arrasta na Líbia, está com os seus dias contados. A nós, cá do outro lado do mundo, resta assistir e esperar em que vai dar toda essa revolução, toda essa onda de protestos e rebeldia que inflama os povos sedentos de liberdade e de melhores condições de vida.

Mas as vitórias sob a ótica do direito só podem ser aceitas quando legitimadas pela ética, em respeito aos princípios fundamentais da liberdade, da livre iniciativa, da igualdade e da proteção dos menores contra a imposição dos maiores. Só num estado de direito pode haver verdadeiras vitórias, sejam elas individuais ou coletivas.

quinta-feira, 3 de março de 2011

TRAFICANTES SÃO PRESOS EM OPERAÇÃO POLICIAL

Dois traficantes foram presos nas cidades de Andrelândia e São vicente de Minas, na região das Vertentes de Minas Gerais numa bem sucedida operação conjunta das Policias Militar e Civil. Nesta ações policiais, comandadas pelo Capitão Júlio e pelo Dr. Rafael e com o apoio do Ministério Público e Judiciário, os traficantes foram surpreendidos com uma quantidade razoável de drogas em seu poder. Diante dos policiais os suspeitos não mostraram resistência, foram algemados e levados para Delegacia de Policia Civil onde foram lavrados os fragrantes. Em seguida ambos foram entregues à carceragem do presídio de Andrelândia onde ficarão recolhidos. Segundo o comando da Policia Militar em Andrelândia essas operações contra o tráfico vão continuar e fortalecidas pela Policia Civil e apoio do MP e Judicário. A intenção dessas ações,s egundo o comando, é desestruturar o tráfico na região.

Em visita à Câmara Municipal, nas vésperas dessa última operação, o Capitão Júlio esclareceu aos Vereadores que havia apreendido no Bairro Santos Dumont,na cidade de Andrelândia, quantidades razoáveis de cocaína, maconha e, principalmente o crack. Disse que, infelizmente, não logrou êxito em prender os traficantes. Lamentou que o crack já tenha chegado em nossa região, pois sua ação é devastadora no corpo humano. Explicou que o viciado em crack perde a noção de respeito e destroi, também, a sua família. Finalisou pedindo apoio aos Vereadores na difícil batalha de combate ao tráfico e ao consumo de drogas. solicitou que todos denunciem através do telefone 190. Garantiu que a identidade dos denunciantes será preservada.

terça-feira, 1 de março de 2011

O GRITO DOS EXCLUIDOS – DÊ AO POVO O QUE É DO POVO.

O que existe de comum entre os movimentos de protestos do norte da África e Oriente Médio com as outras revoluções que já ocorreram pelo mundo ao longo da história da humanidade?

A “coisa” como diria a maioria dos brasileiros, começou na Tunísia, em dezembro de 2010, e se espalhou para os países vizinhos, incluindo o Egito, Barein, Líbia, Iêmen, Irã, Kuwait e Marrocos. Na Tunísia e no Egito os protestos provocaram a queda de seus presidentes. O que existe de comum nesses movimentos de massa é a forma como eles se propagam e já delineei esse assunto em artigos anteriores no “MUNDO SOCIALIZADO” em substituição ao já antigo MUNDO GLOBALIZADO. A imprensa não é mais responsável pela comunicação de massa. Como eu disse, é a vez das REDES SOCIAIS. Enganam-se aqueles que pensam que podem controlar esse fenômeno do Sec. XXI.
O traço comum nesses protestos com as demais revoluções que já ocorreram pelo mundo é o momento, o estopim que foi aceso de uma bomba a muito armada, é a ânsia de mudança que o povo tem no seu âmago, principalmente a juventude. Outro traço importante a se destacar nesses movimentos de massa é a mensagem que, num determinado ponto, numa determinada hora, é lançada e assimilada pelo povo que, já cansado dos governos déspotas e eternos no poder, sai às ruas em protestos que se transformam em maneiras de derrubar os governantes.

O que ocorria nos séculos anteriores durante esses levantes populares, é que existia um ou vários líderes que articulavam as ações e conclamava o povo a sair às ruas através de panfletos, chamamentos de casa em casa ou através dos povoados montados em cavalos, gritando vivas á revolução. O povo, cansado de subsistir precariamente, assimilava a mensagem e dava legitimidade aos protestos transformando-o em uma revolução. O que acontece, agora, é, praticamente, o mesmo com a diferença de que não existe um líder, um herói específico. Parece que ninguém sabe quando e onde tudo começa. Mas a “coisa” se espalha e se transforma.

O governo dos Estados Unidos que não é bobo e pretende manter-se na vanguarda das revoluções democráticas, já se arvorou como defensor dos direitos humanos (o que é uma mentira. Basta verificar o que ele fez na prisão de Guantánamo durante as presidências anteriores a Barack Obama) e recentemente posicionou suas frotas navais com armamentos pesados e soldados experientes próximos da Líbia onde Muamar Kadafi teima em ficar no poder e pratica atrocidades contra o seu povo, massacrando os protestos populares através de mercenários fortemente armados.

O mundo precisa se unir para ajudar o povo da Líbia neste instante difícil da sua história. Aquela gente sofrida está conseguindo derrubar uma dinastia corrupta e cruel que perdura há mais de 40 anos no poder e os rebeldes já controlam grande parte do país. A Líbia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e é, praticamente, só o que ela produz. O resto, para o consumo do seu povo, principalmente os alimentos, é importado com o dinheiro da produção petrolífera. Mas, nem por isso, aquela gente conseguiu ser livre e existe muita miséria espalhada por todos os cantos do país. A maior parte da produção de petróleo da Líbia vai para a Europa e esta é a razão pela qual os governos da França e da Inglaterra estão tão preocupados com o desfecho da crise que se desenrola entre Kadafi e seu povo.

Chegou o momento de Kadafi cair? Sim. Não resta dúvida. Ele queria passar o seu governo déspota para os seus filhos e esta é uma das razões da sua renitência no poder. Mas o povo cansou dele e da sua família e a revolução não tem volta. A revolução vai cumprir o seu papel. Mas o que precisa ficar explícito é que as riquezas do subsolo da Líbia pertencem ao seu povo e devem ajudá-lo a sair da miséria e quem quer que seja que vá ajudá-los deve ter isso em mente. Que seja dado ao povo o que é do povo e a césar o que é de césar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CUIDADO! A LIBERDADE DE EXPRESSÃO PODE NÃO VALER PARA VOCÊ.

Julian Assange, fundador do Wikileaks, teve a sua extradição para a Suécia confirmada por um juiz britânico no dia 24 de fevereiro, mesmo após os intensos recursos impetrados pelos seus advogados. Assange é acusado pela justiça Sueca de haver estuprado duas mulheres naquele país, obrigando-as a manter relações sexuais com ele sem o uso de preservativos. Segundo os defensores legais de Assange essa acusação não procede e foi motivada, na verdade, pelo vazamento de informações secretas do governo norte-americano relativas às guerras do Afeganistão e Iraque feitas através do site Wikileaks no ano de 2010. Tanto Assange quanto seus advogados entendem que ele não terá um julgamento isento na Suécia e ainda poderá ser extraditado para os Estados Unidos onde certamente será preso por terrorismo. Os advogados de Assange acreditam até que ele possa ser condenado à morte pelos norte-americanos. Um dos advogados de defesa, Mark Stephen, falou aos repórteres na saída do tribunal, dizendo "estar otimista sobre as possibilidades de apelação", recordando que Assange, até aquele momento, ainda não havia sido acusado formalmente de nada.

O que se discute nesse caso específico de Assange e das informações vazadas pelo site que ele criou - o Wikileaks -, é a legitimidade de se expor documentos tidos como extremamente secretos ou de segurança nacional por uma nação. O mundo globalizado, ou melhor, o mundo ligado através das redes sociais espalhadas na internet, tem uma ânsia alucinada por informações. É a proliferação e a categorização da fofoca virtual através do mundo, onde um assunto polêmico em poucos minutos se espalha por todos os computadores domésticos do planeta. Assim, nessa busca angustiante por informação, não há como impedir que informações, dantes tidas como secretas, sejam vazadas. O que essas nações – potências bélicas e econômicas – precisam entender é que eles não controlam mais plenamente todo o sistema mundial. O controle fragmentou, está solto nas mãos dos internautas e novos sites como o wikileaks surgirão para assombrar os governantes dessas nações.

Os internautas, em rápidos “clicks”, se interagem e uma notícia ou denúncia se espalha como uma tempestade entre eles. O mundo globalizado – termo que nasceu no momento em que as economias dos países se interligaram e ficaram dependentes umas das outras – deixou de existir plenamente, pois as economias nem tão dependentes estão mais uma das outras e a prova está na crise mundial provocada pelos Estados Unidos em 2009 e que foi suportada muito bem pelos países emergentes, em especial o Brasil. Agora, está nascendo o MUNDO SOCIALIZADO, onde a informação corre em tempo real, a comunicação é feita através dos telefones móveis e de todos os meios que a internet pode disponibilizar e a pessoas – jovens e adultos que nunca se viram em carne e osso – num piscar de olhos se encontram e desequilibram toda uma estrutura tida como inabalável.

Resta-nos a consciência de que devemos repensar o nosso próprio momento, observar o que se passa ao nosso redor, dentro das nossas casas e nos computadores usados pelos nossos familiares. A nova geração que está mudando o mundo, a começar pelos países islâmicos, está mostrando que veio para ficar, veio para derrubar costumes enraizados e retrógrados e para dizer que não aceita mais mentiras. Por isso, de nada adiantará a Suécia e os Estados Unidos prenderem e condenarem Julian Assange. Outros meios de denúncias pelas redes sociais da internet surgirão e se espalharão como um furacão pelo planeta.

Certamente, as grandes potências, acostumadas ao controle das situações pelo mundo, não aceitarão facilmente essa nova ordem social, a do MUNDO SOCIALIZADO, e farão de tudo para cercear a liberdade de expressão de cada um na internet e impor as suas verdades. Essas nações investirão milhões de dólares para tentar um controle da situação no seio das redes sociais. Contudo, eles acordaram tarde demais!

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...