quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

85 RICOS TÊM DINHEIRO IGUAL A 3,57 BILHÕES DE POBRES DO MUNDO.


Texto Publicado por Luiz Flávio Gomes no site JUSBRASIL

LUIZ FLÁVIO GOMES, jurista e diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Estou no professorLFG.com.br | Twitter: @professorLFG


Essa é a conclusão do relatório Governar para as Elites, Sequestro democrático e desigualdade econômica, que a ONG Oxfam Intermón publicou em 19/01/14. A desequilibrada concentração de renda nas mãos de poucos (típica do capitalismo retrógrado, exageradamente desigual) significa menos renda per capita para cada habitante e cada família do país. Mas isso não implica automaticamente mais violência (mais homicídios). Outros fatores devem ser considerados: escolaridade (sobretudo), emprego estável ou não, perspectiva de futuro, a racionalidade ou irracionalidade da política criminal adotada, religião, tradição, existência ou não do “tabu do sangue” (ninguém pode sangrar outra pessoa) etc.

O que sabemos? Que cruzando os dados objetivos do IDH (índice de desenvolvimento humano), Coeficiente Gini (distribuição da renda familiar), renda per capita e o número de homicídios temos uma tese: quanto mais elevado o IDH e menor o Gini menos desigualdade e menos violento é o país (e vice-versa: quanto mais baixo o IDH e mais alto o Gini, mais desigualdade e mais violência existe). Como regra geral essa premissa é bastante válida. As exceções confirmam a regra.

O que essa tese aconselha ao bom governo assim como às lúcidas classes burguesas dominantes? Que o incremento (a melhora substancial) dos fatores estruturadores do IDH (escolaridade, longevidade e renda per capita) e do Gini (distribuição da renda familiar) não pode ser desconsiderado como fator preventivo da violência. É de se chamar a atenção aqui, especialmente, para a educação. No lapso temporal de uma geração a Coréia do Sul se revolucionou completamente por meio da educação massiva de qualidade. Esse é o fator preventivo mais relevante de todos. Como já dizia Beccaria, em 1764: “Finalmente, o mais seguro, porém o mais difícil meio de evitar os delitos, é aperfeiçoar a educação” (Capítulo 45, do livro Dos delitos e das penas).

Os dez países de mais alto IDH do mundo são os menos violentos (1,8 homicídios para cada 100 mil) e ainda estão dentre os menos desiguais (veja o coeficiente Gini), com exceção dos EUA. Contam, ademais, com rendimento per capita muito alto e um excelente nível de alfabetização. O mais desigual neste grupo (EUA) é precisamente um dos mais violentos (conta com quase o triplo de homicídios da média dos 47 países de maior IDH, que é de 1,8 para cada 100 mil pessoas). Isso nos conduz a concluir que não devemos nunca considerar um único fator (IDH) para medir ou prognosticar a violência.

CORISCO - O DIABO LOURO

O CANGAÇO NA HISTÓRIA DO BRASIL FOI UM MOMENTO ÚNICO, BEM COMO AS SUAS CARACTERÍSTICAS. NA FOTO VEMOS CORISCO "O DIABO LOURO".

CORISCO SEQUESTROU DADÁ QUANDO ELA TINHA 13 ANOS E OS DOIS FORMARAM O PAR "CORISCO E DADÁ", ETERNIZADO NO FILME "DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL, DE GLAUBER ROCHA.

O DIABO LOIRO ERA CONSIDERADO UM BELO HOMEM, PORTE, ATLÉTICO E DE OLHAR PENETRANTE. LUTOU AO LADO DE LAMPIÃO E ROMPEU COM ELE POR DIVERGÊNCIAS, FORMANDO SEU PRÓPRIO BANDO. MAS, OS DOIS CONTINUARAM AMIGOS ATÉ POR QUE ERA NECESSÁRIO QUE MANTIVESEM BOM RELACIONAMENTO PARA SOBREVIVEREM NO SERTÃO NORDESTINO E NA LUTA DIÁRIA CONTRA OS VOLANTES.

EM 1940 O GOVERNO VARGAS ANISTIOU OS CANCACEIROS QUE DEIXASSEM SUAS ARMAS. NO ENTANTO, ZÉ RUFINO UM CHEFE VOLANTE QUE PERSEGUIU CORISCO DURANTE TODA A VIDA, O MATOU, DOENTE E SEM FORÇAS, NUMA TOCAIA, POUPANDO, APENAS, DADÁ QUE, MESMO ASSIM, TEVE QUE AMPUTAR UM DE SEUS PÉS.

PERGUNTADO DO PORQUE ELE SE TORNOU CANGACEIRO, CORISCO RESPONDEU SEM PESTANEJAR:

--- NESTE SERTÃO BRABO SÓ TEM DUAS FORMAS DE SE IMPOR: SENDO VOLANTE OU CANGACEIRO. PREFERI CANGACEIRO, POIS NÃO SOU COVARDE.

TEXTO DE PEDRO PAULO DE OLIVEIRA.

IMAGEM: WILKEPÉDIA

PARA A PEQUENA MARIA EDUARDA – NÃO HÁ MORTE... SOMENTE VIDA.


MARIA EDUARDA TALVEZ TENHA SIDO UM DESSES ANJOS QUE POVOAM NOSSAS VIDAS E NOSSOS SONHOS. PARA OS SEUS PAIS, AVÓS, IRMÃOS E AMIGOS ELA DEVE TER SIDO UM ANJO COM CERTEZA. 



ELA PARTIU HOJE, DEPOIS DE UMA LONGA BATALHA CONTRA O CÂNCER. SE ELA QUERIA FICAR? CLARO QUE SIM. AQUELES QUE A AMAVAM A QUERIAM JUNTO DE SI AINDA E POR UM LONGO TEMPO? COM CERTEZA, SIM. MAS A VIDA E O "EXISTIR" DIFEREM DA NOSSA VONTADE. 


EU, MERO AINDA VIVENTE, PUDE VISLUMBRAR ESSE PEQUENO ANJO À DISTÂNCIA, POR MUITAS VEZES, SEMPRE QUE DESCIA DA MINHA CASA PARA O CENTRO DA CIDADE, COMO UMA BORBOLETA SOBRE UMA ROSA.


De repente a morte, derradeira constatação para a qual pensamos não estar preparados. É assim: um rompimento instantâneo que nos leva um sorriso, uma lágrima, um abraço, um voz. A morte leva-nos, até mesmo, o perfume, a imagem em movimento, deixando-nos o desenho que se move apenas na memória que costumamos e gostamos de recordar, sozinhos, olhando o longínquo horizonte ou na companhia dos amigos e parentes que restaram e ficaram por momentos. 


Essa derradeira constatação de rompimento provocado pela morte, ausência de um corpo em animação diante dos nossos olhos e que pode nos tocar e nos fazer suspirar, é o instante sublime de transformação do ser no noutro ser (não pode “ser” de outra “forma” dada a constância do “existir”). A morte também pode ser vida, desde que possamos ver no desabrochar lento da rosa ou da borboleta dentro dos seus casulos que ambas se interagem por toda uma vida em toques quase silentes, numa simbiose única e eterna. Ambas sabem o quanto carecem uma da outra – e para isso vivem: perpetuando uma à outra -. A borboleta e a rosa, e curtos instantes de vida para nós, têm para si uma longa existência, o necessário para eternizar o que lhes foi emprestado pela criação: a existência no universo.

Quando uma criança se vai transformada pela morte – que denominamos de morte natural, aquela provocada pela inevitabilidade das doenças -, levando seus alvoroços, seus sorrisos e sonhos ainda inconscientes, embora nos pareça uma prematura viagem, uma antecipação do existir, nada mais é do que o arranjo da própria existência (existir dentro de um tempo, pois que o tempo não é tempo para o “existir” e é determinado pelas leis naturais que não podemos segurar).

Então, choremos, sim, nossos filhos e filhas (nossas crianças ainda inocentes) que nos são levadas para o seio da terra, entendendo que a terra precisa de nós, tal como necessitamos dela para existir. Choremos, sim, pois o choro rega a terra e lava a alma. O choro é prova de dor, é prova de amor. No entanto, deixemos que a terra cumpra o seu papel, olhando a chuva, sempre que ela vier, regando as plantas para que a rosa e a borboleta cumpram o seu destino eterno de existir - e nós, como anjos que sonhamos um dia, cumpramos essa viagem infinita rumo, sempre, ao desconhecido.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem Ateliê Gina

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

PRISÃO DE JORNALISTA EM MINAS GERAIS CAUSA IMPASSE NA POLÍTICA E NA JUSTIÇA.


A PRISÃO - CONSIDERADA SUSPEITA PELA OPOSIÇÃO AO GOVERNO DE MINAS GERAIS - DO JORNALISTA QUE DIVULGOU A FAMOSA "LISTA DE FURNAS" (LISTA QUE NOMEOU POLÍTICOS MINEIROS (AÉCIO NEVES, EDUARDO AZEREDO, ENTRE OUTROS) ACUSANDO-OS DE FORMAR CAIXA 2 COM DINHEIRO DESVIADO DA ESTATAL DE ENERGIA ELÉTRICA, ESTÁ GERANDO UMA DISPUTA POLÍTICA E JUDICIAL NO ESTADO. A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE MINAS GERAIS FEZ PEDIDO, EM REGIME DE URGÊNCIA, DE AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA APURAR AS "CIRCUNSTÂNCIAS" DESSA PRISÃO.


O QUE SE SABE, DE ANTEMÃO, É QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS ACUSA O JORNALISTA DE FORMAÇÃO DE QUADRILHA, DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA E EXTORSÃO. MARCO AURÉLIO CARONE SE DEFENDE DIZENDO QUE TEVE PROPOSTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO, NA PESSOA DO PROMOTOR DE JUSTIÇA ANDRÉ PINHO, PARA ACUSAR O PESSOAL DO "MINAS SEM CENSURA" (DEPUTADOS SÁVIO SOUZA CRUZ - PMDB - E ROGÉRIO CORREIA - PT). O MINISTÉRIO PÚBLICO AFIRMA QUE O "NOVO JORNAL" MANTIDO PELO JORNALISTA PRESO, É FINANCIADO COM RECURSOS DE R$60.000 MENSAIS, DINHEIRO QUE, SEGUNDO, O PROMOTOR, É ADVINDO DO CRIME ORGANIZADO EM MINAS GERAIS.

PELO QUE O REDATOR NACIONAL PODE APURAR EXISTE NOS VENTOS E NA POLÍTICA DE MINAS GERAIS UMA DISPUTA ESTRANHA ONDE A OPOSIÇÃO AO GOVERNO ACUSA O PROMOTOR - QUE PEDIU A PRISÃO DO JORNALISTA - E A JUÍZA - QUE ACATOU O PEDIDO - DE ACOBERTAREM CRIMES PRATICADOS POR AÉCIO NEVES E EDUARDO AZEREDO. POR OUTRO LADO O GOVERNO MINEIRO E A JUSTIÇA DE MINAS ACUSAM O JORNALISTA PRESO DE FORJAR PROVAS E AMEAÇAR TESTEMUNHAS CONTRA ELE. 

Texto de Pedro paulo de Oliveira.

Imagem: Band.













PROMOTOR DE JUSTIÇA ANDRÉ PINHO, NO CENTRO DA FOTO.


REPRODUZO, AINDA, ABAIXO, O TEXTO PUBLICADO PELO BLOCO DE MINAS SEM CENSURA: 


"PRISÃO DE JORNALISTA EM MG: A FACE CRUEL DO ESTADO DE EXCEÇÃO

A prisão do jornalista Marco Aurélio Carone, diretor proprietário do NOVO JORNAL, ocorrida hoje revela a face mais cruel do “Estado de Exceção” implantado em Minas Gerais desde 2003.

A prisão realizada estaria "amparada no requisito da conveniência da instrução criminal, já que em liberdade poderá forjar provas, ameaçar e intimidar testemunhas, além de continuar a utilizar o seu jornal virtual para lançar informações inverídicas”, segundo trecho do despacho da juíza Maria Isabel Fleck.

Ora, afirma-se que um dos motivos da prisão seria evitar que ele utilizasse de seu jornal virtual para veicular supostas informações inverídicas. Se isso não for censura prévia, o que mais será? E o que é pior: a arma para se efetivar essa ação preventiva seria a prisão do acusado? Logo, todo e qualquer profissional de imprensa que ousar veicular informações previamente consideradas inverídicas pela Justiça ou pelo Ministério Público está sob ameaça concreta em Minas Gerais. 

Não há trânsito em julgado de qualquer ação incriminando o diretor proprietário do referido jornal virtual ou mesmo daquele que seria seu suposto aliado nas ditas “acusações inverídicas”: Nilton Monteiro, conhecido por divulgar a Lista de Furnas, que – por sua vez – já foi considerada autêntica pela PF e, inclusive, já instruiu processos sobre o rumoroso caso envolvendo lideranças do alto tucanato.

O bloco parlamentar Minas Sem Censura registra aqui duas preocupações essenciais: uma é a prática de cerceamento da liberdade de imprensa, agora – de forma inédita - corroborada pelo MP e pelo Judiciário; outra é o claro foco político envolvendo personagens que criticam, denunciam e envolvem agentes políticos diversos.

O Minas Sem Censura apresentará requerimento à Comissão de Direitos Humanos da ALMG para a discussão e apuração, nesta Casa Legislativa, do grave fato que representa essa prisão. Serão convocados os representantes do MP, da autoridade policial que efetivou as prisões, do Novo Jornal e Sindicato dos Jornalistas".



Belo Horizonte, 20/01/2014





Pompilio Canavez

Líder do Bloco Minas Sem Censura

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

BRASIL, A HISTÓRIA DE UM POVO SUBJUGADO.

"O Brasil é formado por gente trabalhadora. A sua vergonha está em nunca ter conseguido  deixar de ser uma colônia".



A história do Brasil sempre foi marcada por uma diversidade de atores e contextos. Desde o seu “descobrimento” pelos portugueses no ano de 1500, Terra de Santa Cruz, depois terra brasili por conta da abundância do Pau Brasil (hoje, árvore rara – em Andrelândia – MG tem uma plantada no meio da Avenida Nossa Senhora do Porto, com placa de homenagem), nunca se preocuparam em fazer da nova colônia algo que os ingleses fizeram do outro lado da América (no norte) ao fundarem a Nova Inglaterra (hoje, Estados Unidos da América). Por lá, os ingleses semearam sua vasta cultura, iniciada com os povos bretões (hoje, Gram Bretanha). O mesmo ocorreu noutras porções de terra, onde hoje se encontra o Canadá, colonizado pelos ingleses e franceses. O resto do norte da América (o nome América se deve ao navegador Américo Vespúcio que passou sua vida a serviço dos reinos de Portugal e Espanha, escrevendo sobre a porção terra sob o domínio de ambos os países).

                Portugal e Espanha não diferiram em nada na forma de “explorar” suas colônias, levando tudo que podiam para encher os cofres das cortes (ouro, diamante, esmeralda madeira e uma quantidade sem tamanho de filhos bastardos feitos de estupros com as índias). No Brasil, para sustentar essa exploração (expropriação), a corte portuguesa não dividiu sua porção de terra em estados independentes, tal como o fez a Espanha (gerando os demais  países latino-americanos, tirando o Brasil). Copiou o sistema adotado pela Inglaterra no norte da América.

                Quando se explora por tempo demasiado um povo, como é o caso de toda a América Latina nos seus tempos de colônia, não lhes transferindo cultura e tecnologia, cria-se uma síndrome de dependência e desagregação social difícil de ser transformada. Na sua forma natural, os seres humanos já possuem uma seleção natural entre si. Essa seleção separa os mais bem sucedidos, naturalmente, dos menos sucedidos. Os mais bem sucedidos (ricos e poderosos) tendem a se isolar no seu meio, deixando os demais em guetos (espaços periféricos). Esse apartamento (disjunção) sempre ocorreu nas sociedades de todos os tempos, desde o início das civilizações. Outro fator importante a se considerar nas relações humanas é a capacidade que os grupos têm de se unir (defendendo interesses comuns) para conseguir subjugar outros grupos. Os grandes, médios e pequenos impérios nasceram desse sentimento e dessa necessidade de subjugar, inerente aos seres humanos.

                No reino animal (selvagem, natural, instintivo) subjuga-se pela força bruta; no reino humano, subjuga-se pela capacidade de ascensão social individual e grupal. Basta ver como nasceram e morreram os grandes impérios (Egito, Grécia, Roma, Turquia, França, Inglaterra, Alemanha, Rússia e China). Muitos deles governados por homens que pareciam seres insignificantes nos seus primeiros anos de vida, mas que ascenderam ao poder com uma capacidade extraordinária de liderança (Ver Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler)

                Por que o Brasil e quase toda a América Latina não consegue resolver seus graves problemas sociais? Por que, da mesma forma, quase todo o continente africano padece da mesma desgraça da América Latina? A resposta está nas raízes dos seus povos. Como já foi dito, a exploração longa das pessoas alienam suas mentes. Vamos falar do Brasil, que é o mais interessante no momento e que serve como parâmetro para os demais países dominados. Portugal não teve, em nenhum momento da colonização do Brasil, interesse transformar o Brasil numa sua sucursal. Quis o povo da “colônia”, sempre subjugado e explorado. Uma observação: a situação brasileira seria, hoje, muito pior, se D. João VI não tivesse que sair correndo de Portugal, com medo de Napoleão Bonaparte, e se escondendo no Brasil, o que obrigou a Corte Portuguesa a criar estruturas mínimas de governo na colônia (mas, quando voltaram para Portugal, saquearam o Banco do Brasil, quebrando-o). Mesmo quando D. Pedro I assumiu como Príncipe Regente, proclamando a “independência do Brasil”, nada mudou. Portugal tentou, por vários anos, embargar essa independência com ações e interdições, além de enviar tropas para derrubar o novo governo. A independência, foi, então, negociada, a preço de muito “ouro”, com os Estados Unidos que já se despontava como uma nação poderosa e autônoma, depois da Guerra pela sua Independência, que contou com a ajuda da França, arqui-inimiga da Inglaterra à época. Quando D. Pedro I voltou para Portugal, na expectativa de assumir o trono por lá, assumiu um garoto, seu filho, como Príncipe Regente. Nacionalista, o príncipe, envolvido por interesses das oligarquias (grandes produtores de açúcar), numa sociedade extremamente dependente da mão de obra escrava (o escravo no Brasil, como bem observou Gilberto Freire, era parte da cultura, inserido no seio das famílias – algo como parte subjugada e conformada do todo social e do resto social).


                O Príncipe regente tornou-se monarca. No entanto, sempre rodeado pelos interesses de uma corte governativa sem personalidade, tentou ser o melhor possível. Não conseguiu. Assinou as leis que acabaram com a escravidão, debelou as várias revoltas republicanas e, finalmente, foi deposto pelo primeiro golpe militar da história do Brasil, sob a forte influência –  e patrocínio - dos Estados Unidos. Assim, mais uma vez o povo brasileiro, analfabeto, pobre, e sem estruturas urbanas adequadas, se viu subjugado. D. Pedro II e sua família saíram escorraçados do Brasil em um navio de carga rumo à Europa e nunca mais voltaram com vida.

                Desde a partida de D. Pedro II, o Brasil navegou por mares nebulosos, sempre na berlinda de governos ligados por e a interesses estrangeiros. Pouco se investiu em tecnologia e educação do seu povo. Os guetos proliferaram ao longo do tempo, desaguando no que hoje conhecemos por favelas (os ricos e poderosos moram em condomínios fechados e protegidos; andam em carros blindados e sobrevoam as cidades em aviões ou de helicópteros particulares).
               
Então, a razão para toda essa desagregação e caos social existentes no Brasil se deve à sua cultura de dependência, e de suas instituições fracas. Basta ver que no Brasil que morrem mais de 55 mil pessoas assassinadas todos os anos; o trânsito caótico matou algo em torno de 70 mil pessoas somente em 2013, sem contar os mais de 20 mil aleijados; Não existem presídios no Brasil, sendo colocados em seu lugar, campos de concentração que dariam inveja nos alemães durante a Segunda Guerra Mundial; e as demais instituições (justiça, polícias, saúde, educação, etc) estão ultrapassadas se comparadas com as de outros países do primeiro mundo.

                No final de semana do início de janeiro de 2013, em Campinas, Estado de São Paulo, 11 jovens foram mortos por assassinos encapuzados. Aliás, eles foram executados. Policiais estão sendo investigados, suspeitos de serem os autores da chacina, tendo em vista a morte de um cabo da Polícia Militar ao reagir contra uma tentativa de assalto em um posto de Gasolina, também no mesmo final da semana. Não há que se defender bandidos, sejam eles jovens ou adultos. No entanto, a polícia não pode sair por ai atirando a esmo e matando inocentes (talvez). O pior de tudo é que se vê nas redes sociais gente batendo palma para esse tipo de ação (grupos de extermínio, esquadrões da morte). Os assaltos em comércios de bairros (aqueles sem a proteção dos poderosos) proliferam nas grandes cidades. Os assaltantes, tal como já foi dito por aqui, são jovens das periferias, viciados em drogas e, armados com revólveres 32 ou 38, saem assaltando a esmo na ânsia de conseguir dinheiro para manter seus vícios. Não hesitam em matar por que já estão alienados.

                Enquanto as comunidades pobres proliferam, o crime (principalmente o tráfico) cresce à mesma proporção na ausência de políticas sociais sérias dos governos federais, estaduais e municipais.

                O povo continua subjugado ao poder das oligarquias (basta ver o poder da família Sarney no Estado do Maranhão e de vários governos déspotas em outros estados); o povo vive com medo de ser morto por bandidos; o povo tem medo da polícia; e, finalmente, o povo aceita o jugo dos chefes do tráfico e das milícias.

                Existe uma solução para esse caos? Não me iludo, embora, como a maioria dos brasileiros, ame esta terra do fundo do meu coração. Sofro com as derrotas de nossas seleções e atletas individuais; sinto orgulho das nossas vitórias; e me emociono a ver a nossa bandeira sendo hasteada ao som do nosso Hino Nacional. Sei que a sociedade brasileira só se transformará caminhando rumo ao estágio dos países desenvolvidos, se ocorrer algo extraordinário e que mude todas as instituições vigentes, a começar pela mentalidade dos governantes que só pensam no poder como forma de enriquecerem e explorarem ainda mais os mais pobres.


Texto de Pedro Paulo de oliveira.


Imagem: Arquivo o Globo.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A MISÉRIA HUMANA - ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL

"No momento em que reconhecermos nossa condição miserável, seremos mais humanos."

Pedro Paulo de Oliveira. 

Imagem: Arquivo O Estadão.

















MARANHÃO - O ESTADO DE UM POVO SUBJUGADO

Presídio de Pedrinhas, cidade de São Luiz, estado do Maranhão, Brasil, pano de fundo da miséria humana levada ao extremo. Esse presídio tem sido alvo dos grandes noticiários nacionais e internacionais. Recentemente, a Organização das Nações Unidas - ONU, emitiu nota de repúdio contra as condições do presídio e em desagravo pelas "execuções" promovidas por seus presos. Um grupo de presos, liderados por chefes de facções criminosas que agem dentro e fora dos presídios, promoveu, nos últimos meses, uma verdadeira carnificina, executando colegas que ousaram desobedecê-los. As execuções aconteceram de forma tão violenta que os condenados foram decapitados depois de mortos. 

Como tudo ocorre? Muitos presos são levados para os presídios depois de serem condenados por roubo ou furto. São, ainda, amadores (o que não os eximem de pagarem pelos seus crimes). contudo, quando chegam aos presídios, deparam-se com uma situação de pura degradação humana, onde prevalece a lei do mais forte, do mais covarde e do terror. Dentro do presídio, quase sempre com a conivência da administração prisional, grupos formados por bandidos profissionais (assassinos, traficantes, etc) impõem uma ordem de terror: obrigam os presos mais frágeis  a cederem suas esposas, irmãs, filhas e até as mães para seus prazeres sexuais nos dias de visitas; obrigam-nos a fornecer-lhes dinheiro, cigarros e drogas; obrigam-nos, no dia a dia, a servir-lhes sexualmente; e os que ousam desobedecer, são mortos.

No ano de 2013, mais de 60 presos foram assassinados barbaramente no Presídio de Pedrinhas, sem que as autoridades do estado do Maranhão fizessem algo de concreto para impedir o crescendo de violência e de covardia. Simplesmente, o governo do estado, preocupado com a política (diga-se poder) nacional, desconheceu o problema e deixou que a "coisa" descambasse ao ponto de chegar até os ouvidos e olhos da ONU.

No entanto, o cerne do problema prisional do Maranhão está em outro lugar. Ele não nasceu no Presídio de Pedrinhas ou qualquer outro presídio  e cadeia do estado. O grande problema do Maranhão é a pobreza extrema da maioria do seu povo. O índice de analfabetismo do Maranhão é um dos maiores do Brasil (e olha que o Brasil tem um alto índice nessa área); o emprego formal por lá é pequeno se comparado à média nacional e os salários são baixíssimos; o sistema de saude mantido pelo estado é altamente deficitário e o que existe é ineficiente; e a área de segurança, além de fraca, está tomada pela corrupção. A raiz do problema prisional do Estado do Maranhão, então, está, nas suas instituições. 

Parte da imprensa nacional costuma designar o Estado do Maranhão como um caso à parte e, talvez, sem solução, governado pelo clã da "Família Sarney". Essa família, que tem como patrono e guardião, os ex-presidente da República José Sarney, governa o Estado a mais de meio século e tem, talvez, a maior fortuna daquele ente federado, comandando um império de comunicação iniciado pelo seu patrono na década de 1970, em plena "ditadura militar". É uma pena que Sarney, o autor do romance "Saraminda", com uma escrita despojada e poética, ambientado na região fronteiriça entre o Amapá e a Guiana Francesa, seja o comandante de um povo que vive na miséria e que, agora, só é visto pelo mundo por conta da suas desgraças.

O estado do Maranhão é governado, atualmente, pela filha de José Sarney, Roseana Sarney. No entanto, parece que que ela não está muito preocupada com a carnificina no Presídio de Pedrinhas. Anunciou que vai renunciar ao governo do estado para disputar o Senado, já que seu pai deve se aposentar. Ela vai se eleger com certeza.

Contudo, é preciso abrir uma discussão maior sobre a questão prisional no Maranhão, buscando a solução fora das prisões. A Força de Segurança Nacional está em São Luiz e agindo no presídio. Vai resolver a situação? Claro que não. Vai amenizar (com violência) o problema por uns tempos, pois, na verdade, o que está ocorrendo no Maranhão é reflexo, em maior escala (tendo em vista um desgoverno local), do que ocorre em quase todos o presídios brasileiros. As "cadeias" do Brasil não ressocializa ninguém que passa por elas. Ao contrário, são escolas de criminalidade. O Presídio de Pedrinhas repete o que ocorre na maioria dos presídios, onde os presos mais frágeis servem às vontades dos líderes das facções, emprestando-lhes, inclusive, as mulheres das suas famílias.

Em Brasília, o governo federal cedeu suas forças de segurança (policiais altamente treinados para lidar com situações de conflito)  e tem gente por lá falando em intervenção no estado do Maranhão, atendendo pedido do Ministério Público. Bom, se esse é o caso, vai ser preciso intervir, também, nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo para conter o poder das milícias, dos traficantes e dos bandidos viciados que matam para roubar pequenos valores; será necessário intervir, ainda, em vários estados do nordeste onde impera a "pistolagem", e a grilagem; e será necessário fechar os Estados da Amazônia e Pará, onde os madeireiros desmatam ilegalmente, expulsam os índios das suas terras e mandam matar seringueiros e pequenos posseiros. 

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagens: .portugues.rfi.fr               

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

SÍRIA, FAIXA DE GAZA, LÍBANO ÁFRICA DO SUL E BRASIL - A SÍNDROME DO COLONIALISMO.

Síria, um país outrora rico, orgulhoso e que ajudou a construir a civilização contemporânea. Ao longo dos tempos, por motivos diversos, a história dessa nação passou por transformações onde seus governantes e seu povo acumularam riquezas e construíram um patrimônio cultural invejável. Países europeus sempre disputaram espaço dentro da Síria. A frança foi quem mais conseguiu se impor, apoiando governos e mantendo uma hegemonia sobre as riquezas produzidas por lá. No entanto, a partir de meados do  Século XX, a Rússia passou a disputar essa hegemonia, influenciando os governos déspotas que passaram a ocupar o poder a partir da dependência mundial do petróleo e, de alguns países, do gás natural. A Síria é um grande produtor dos dois produtos.

Bashar al assad é o atual presidente da Síria. Entrou no poder apoiado pela França, pelos Estados Unidos e pela maioria dos países da Europa. Desde que assumiu o poder Bashar al assad se mostrou egocêntrico e disposto a não deixar a presidência. Até pouco mais de dois anos atrás, ele governou sem problemas, com mão de ferro e conivência das grandes potências mundiais, incluindo a Rússia, grande importadora e dependente do gás natural e do petróleo do seu subsolo. No entanto, uma onda de insatisfação varreu parte do Oriente Médio e parte da Africa, derrubando os governos do Egito e da Líbia. A oposição da Síria, incentivada e apoiada, principalmente, pela França e Estados Unidos, decidiu que era a hora de derrubar Bashar al assad. Conclamou o povo e foi para as ruas. As forças do governo, contudo, massacraram, impiedosamente, os movimentos populares, gerando uma guerra civil injusta. Bashar al assad não se intimidou e, para permanecer no poder, colocou a forças armadas do seu país para lutar contra o povo que, mal armado, mesmo assim conseguiu várias vitórias no início, tomando importantes cidades.

Mas, na questão da Síria, diferentemente da Líbia e do Egito, havia um fator favorável ao ditador; o apoio explícito da Rússia. Para derrubar Sadan no Iraque, Kadafi na Líbia e Murssi no Egito, Estados Unidos e Europa não hesitaram e em alguns casos desobedeceram até as resoluções da ONU. Mas, na Síria a questão é outra: O poder bélico e econômico da Rússia. Mas a Russia não está em situação econômica delicada? Essa é uma questão interna deles. Se perderem a Síria, bem como outros países que eles ainda dominam, podem ficar em situação pior.

O que está acontecendo na Síria é uma desumanidade. O mundo ficou estarrecido com as mais de 100 crianças mortas por gás venenosos disparado pelas forças de bashar al assad contra a população civil. Já ão mais de 5.000 cristãos mortos pela intolerância que assola a população no desespero da gerra civil. A oposição ao governo, na sua maioria, muçulmana, acredita que os cristãos apoiam o governo déspota de bashar al assad. O número de refugiados é incalculável e já tem fontes afirmando que passa de 1,5 milhão. A quantidade de mortos nos conflitos está se aproximando dos 150 mil, sendo que quase 10 mil são crianças e as outras mais da metade são civis inocentes.

Faixa de Gaza - Palestina - Oriente Médio. A Faixa de Gaza uma nesga de terra ruim localizada na parte oriental do Mar Mediterrâneo, com 41 quilômetros de comprimento. Sua população é toda formada pelo povo palestino, na sua maioria refugiados da Guerra entre árabes e israelenses no ano de 1948. a pobreza que crassa por lá é crônica e toda a infraestrutura havia foi destruída pelos bombardeios israelenses de 2008 e 2009. Até o ano de 2005, Israel paticamente ocupou a Faixa de Gaza com as suas forças militares. A partir desse ano As forças israelenses deixaram Gaza, mas mantiveram o controle sobre suas fronteiras, espaço aéreo e marítimo.

Líbano. Ah, o Líbano! Antiga Suíça do Oriente; berço da civilização; mãe da escrita; e uma das mais sólidas economias da região até meados do século XX. Hoje o Líbano é uma nação empobrecida e humilhada pelo poder de Israel e que o massacrou em várias guerras, sendo a última em julho de 2006 e que aniquilou o resto da sua economia.

Por que Israel faz o que quer nas suas fronteiras e submete vários povos à humilhação? Talvez a resposta esteja na história do seu povo que, ao longo dos tempos, foi perseguido, humilhado e quase exterminado. O auge da perseguição contra o povo judeu se deu, como todo o mundo sabe, na Segunda Guerra Mundial. Milhões de judeus foram mortos pela loucura de Adolf Hitler. A região onde o Estado de israel foi implantado por resolução das Organizações das Nações Unidas, logo após o término do conflito mundial, sempre foi disputada pelos muçulmanos, judeus e cristãos. Jerusalém ao longo dos séculos já esteve sob a tutela do povo  Babilônico,  Romanos, muçulmano, egípcio, cristão (através das Cruzadas), Turcos Otomanos e ingleses até 1948. Em 1967 ela foi tomada pelo estado de Israel que a unificou como sua capital.

O Estado de Israel podia ter sido criado em outra região qualquer do planeta. No entanto era lá que os judeus queriam a sua nação, onde tudo começou e, saindo das cinzas de um massacre nunca visto pela humanidade, com o apoio dos Estados Unidos e das grandes nações da Europa, tornaram-se uma das maiores potências econômicas e bélicas do mundo. ao longo do futuro, os muçulmanos, por mais que que tentem, lutem e ataquem Israel através de Hamas e do Hizbolah, não conseguirão êxito em ferir frontalmente a nação judia que tem e sempre terá o apoio dos Estados Unidos e das grandes potências europeias.


África do Sul... antiga colônia inglesa, palco do Apartheid, a maior e mais cruel segregação racial que a humanidade já teve notícia e terra de Nelson Mandela, o homem que lutou contra a segregação racial, ficou preso por mais de 28 anos e se tornou presidente da república.

A África do Sul é maior economia do Continente Africano. Como colônia inglesa enviou muita riqueza para a Europa, através dos seus diamantes e outros minerais preciosos, além de carne e outros produtos naturais. Durante os anos de colonialismo a Inglaterra manteve a população nativa negra segregada e em regime de escravidão. Quando a África do Sul foi entregue ao seu povo e Nelson Mandela assumiu a presidência da república, a desigualdade social era extrema. Os bolsões de pobreza e violência tomavam conta das grandes cidades e dos campos. Ao deixar a presidência e, depois, ao morrer, Nelson Mandela viu o seu país livre do Apartheid e ainda mais pobre, mais violento e sem perspectiva de melhora. O índice de criminalidade na África do Sul é altíssimo. os assassinatos são por motivos banais (pequenos roubos, estupros, brigas, tráfico, etc.). A população de baixa renda vive em bolsões de pobreza onde não existe saneamento básico e os trabalhadores recebem salários baixos. O sistema de saude público e altamente ineficiente e os doentes morrem, na maioria das vezes por falta de atendimento e recursos. A educação engatinha em índices abaixo do aceitável por qualquer nação em desenvolvimento.

Haverá esperança de melhora para a África do Sul?  Não. Não há como mudar uma cultura a curto ou médio prazo. No caso da África do Sul é a cultura do colonialismo enraizada nos seus governantes e no povo. Os governantes aceitam a dependência das grandes potências, mascarando que governam uma nação democrática. O povo, moldado sob a tutela do estado que lhes dá migalhas para sobreviver precariamente, se conforma em ter onde morar e o que comer parcamente


Brasil... antiga colônia de Portugal e, depois, a partir da proclamação da República ( primeiro golpe militar), colônia dos Estados Unidos. O Brasil é uma das maiores economias da América Latina, ao lado do Chile e do México. -  Aliás, eu podeira falar,aqui, do México, também. Mas, não. Vamos deixar o México para outra oportunidade. Esse país é caso para uma outra matéria, pela sua interessante história no contexto latino-americano. - O Brasil, no entanto, se situa diante do mundo como um país multirracial. No entanto, tal como a África do Sul, patina na sua condição de país submetido por tempo demais ao colonialismo. Basta ver que as favelas se espalham como formigueiros nos morros e beiras de rios das cidades grandes. As favelas brasileiras são símbolos de uma cultura popular que luta para sair de uma condição subjugada e sobreviver num país com uma das maiores desigualdades sociais do planeta. Os governantes, ao longo dos anos, esqueceu-se ou fez de conta que as favelas não existiam. O crime, então, se organizou, subiu o morro e plantou seus quartéis generais nessas comunidades.

Como país subjugado, os governantes do Brasil, atendendo interesses estrangeiros, não se preocuparam criar um sistema de educação eficiente e formaram uma população, na sua maioria sem cultura e sem capacitação. O Brasil não tem um sistema de transporte eficiente; o sistema de saude é falho, onde os hospitais, sem estrutura e superlotados, não conseguem conter o fluxo de doenças. No entanto, o mais grave problema do Brasil está na criminalidade e nas leis ineficientes. Matar por motivos banais, no Brasil, é normal. Os programas, como Cidade Alerta e Brasil Urgente, que mostram as notícias sobre crimes em tempo quase real, são campeões de audiência.

O problema do Brasil é o mesmo da África do Sul: O país não consegue deixar a sua condição de colônia. Haverá uma solução ao longo do tempo? Não. E a prova está nas Unidades de Polícia Pacificadora - UPPs plantadas nas favelas. Não tiraram os criminosos do morro e muito menos diminuíram o tráfico de drogas. A razão é que, por conta da "síndrome do colonialismo", grassa no país a perversa cultura da corrupção que começa nos palácios, atravessa os parlamentos, entra nas cortes de justiça e vai parar nas esferas policiais.

Enquanto perdurar nessas e outras nações a "síndrome do colonialismo", não haverá mudanças de paradigmas para os seus povos.  A maioria da população desses países  será sempre subjugada a condições inferiores. Raras exceções se despontarão. Mas, para sobreviverem, terão que se adaptar ao meio.


     
Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagens: Arquivo o Estadão.









segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A MÚSICA BRASILEIRA, LATINA E MUNDIAL ESTÁ DE LUTO: MORREU O CANTOR E COMPOSITOR NELSON NED





Mas tudo passa
tudo passará
e nada fica
nada ficará... (Estrofe da música de maio sucesso de Nelson Ned)

Ao morrer, Nelson Ned leva consigo um dos mais importantes momentos da música brasileira. Ele foi um dos poucos cantores que conseguiu fazer um longo sucesso no Estados Unidos (vendeu mais de um milhão de discos na casa do Tio Sam) e em toda a América Latina, lotando os teatros por onde passou. Foi poeta, compositor e dono de uma voz possante e incomparável. Sabia, como poucos, encantar as plateias com o seu jeito de menino e a sua voz quase de tenor.

Tinha pouco mais de um metro de estatura e foi considerado o gigante da música latino americana nas décadas de 1960 e 1970. Fez shows, além de um longo período nos Estados Unidos, por toda a América Latina e parte da Europa.

Como muitos grandes artistas, ganhou muito dinheiro, vendendo, ao longo de sua carreira, mais de 40 milhões de cópias de seus discos, acumulando prêmios e honrarias. Chegou a ter três automóveis de luxo da Mercedes e os lavava com xampu e creme rince.  Infelizmente, não soube administrar o sucesso e a fortuna. Gastou a maior parte do que ganhou em luxo, bebidas e drogas, deslumbrado pelos holofotes da fama. Morreu, após um longo período em estado semi-vegetativo, provocado por um Acidente Vascular Cerebral. Dependia, em tudo, da ajuda das irmãs que nunca o abandonaram.

Ele doou todo o seu acervo para a cidade de Ubá, em Minas Gerais, onde nasceu e foi criado até os 12 anos de idade.

Embora estivesse longe dos palcos, da fama e da fortuna, ao morrer Nelson Ned deixa um legado imortal à musica, ajudando a encerrar um período de romantismo e poesia que marcou toda uma geração, a geração jovem dos anos 60 e 70.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira

Imagens: Arquivo Nelson Ned



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

MORRE UM ESTUDANTE DE CINEMA EM MAIS UMA AÇÃO DESASTRADA DA POLÍCIA DO RIO DE JANEIRO





A premissa corrente de que a polícia do Rio de Janeiro atira primeiro para depois perguntar, mais uma vez se faz verdade. Homens treinados para salvaguardar nossas vidas, armados de fuzis e pistolas ponto 40, demonstram completa incapacidade para a função para a qual estão sendo pagos e que escolheram como metas de vida. Como eu já havia dito anteriormente, a população, de forma geral, quando vê uma ação policial, tipo as famosas blitzes, se borra de medo de ser parada nela. É a síndrome da farda: ela impõe medo,quando deveria impor respeito e tranquilidade.

Os poucos (poucos pelo tamanho da população brasileira)cidadãos abastados deste país, residentes numa parte rica das cidades, ao invés de recorrer às forças policiais para garantirem a sua segurança, recorrem a seguranças particulares armados, muito bem pagos e altamente treinados; esses cidadãos moram em condomínios fechados e protegidos; e quando precisam sair de casa o fazem em carros blindados ou de helicópteros. Do outro lado das cidades, o resto do povo fica à mercê dos bandidos, de policiais corruptos e despreparados. Claro que nesse meio existem bons agentes da lei, aqueles que são capazes de dar suas vidas para proteger outras vidas.

O que não se pode admitir é o que ocorreu no dia 30 de dezembro de 2013 no Rio de Janeiro.: Era madrugada e havia uma blitez feita por policiais militares na Linha Amarela, altura do Bairro Pilares na Zona Norte da "Cidade Maravilhosa". Quatro jovens se aproximaram num Veículo Celta, vindos de uma festa na Barra da Tijuca e depararam com o Bloqueio. O motorista, segundo informações dadas à autoridade policial civil, se apavorou, furou o bloqueio policial, desobedecendo a ordem de parara. A viatura policial, com quatro agentes, saiu na perseguição dos jovens. Até aí, persegui-los seria um fato normal, tal como já estamos cansados de ver em reportagens, perseguições policiais a carros fugitivos. No entanto, os quatro policiais alvejaram o veículo com mais de 50 tiros de fuzil. Um deles atingiu em cheio nas costas, no banco trazeiro do veículo, João Pedro da Cruz, um estudante de cinema da PUC do Rio de Janeiro. Sua morte foi instantânea, tal foi o estrago provocado pelo projétil da poderosa "arma de guerra".

Algumas perguntas e algumas respostas baseadas em estudos de especialistas em segurança: era necessária tamanha ação para conter um carro em fuga num bloqueio policial de rotina? Claro que não, tendo em vista que não havia nenhuma ocorrência que tornasse o carro suspeito de de estar levando bandidos de alta periculosidade e armados. O que deveriam fazer os policiais ao constatarem quie o veículo desobedeceu a ordem de aprada? Deveriam, sim, perseguir o veículo em fuga, pedir reforços pelo rádio e, em último caso, atirar nos pneus com a certeza de de acertar os pneus.

A imagem que a Polícia passa com essas ações ficou demonstrada nas palavras do avô do jovem assassinado: "...Eu acho que estão treinando para matar pessoas."

É preciso, também, esclarecer que a polícia do Rio de Janeiro vive em clima de guerra ou não estaria usando Fuzis e pistolas Ponto 40. Se a policia do Rio, bem como a de São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, outras capitais e grandes cidades, não se armar para uma guerra, perde todas as batalhas. Os policiais, assim como a maioria dos cidadãos, vivem o constante terror de serem atacados por bandidos, também armados com fuzis. mas é preciso esclarer uma coisa: quase 100% dos bandidos que usam fuzis e outras armas de guerra estão restritos às favelas, onde guardam os territórios dos grandes traficantes de drogas. Na sua maioria são jovens que municiam essas armas poderosas de forma amadora e perdem a batalha para os militares altamente treinados. Outra coisa: traficantes não assaltam carros nos faróis, residências, trabalhadores indo para suas casas e velhinhos nas saídas de bancos. O negócio dos traficantes é vender drogas, comandar territórios e, quando assaltam, explodem caixas eletrônicos. Os bandidos que roubam e assaltam a mão armada nos bairros residenciais, nos faróis, em pequenos comércios e nas saidas de bancos, são na sua maioria, jovens viciados sobre motos roubadas e munidos de revólveres calibres 22 e 32, armas de baixo custo no mercado negro.

Na guerra contra o tráfico justica-se o uso de armas pesadas. Mas, segundo especialistas em segurança, numa barreira policial, nada pode justificar a envergadura da ação imprimida contra os jovens no Rio de Janeiro; os fuzis até poderiam estar no veículo. Mas só deveriam ser usados em caso de um confronto com armas do mesmo nível.

Mais uma vez o sonho foi assassinado. Foi uma fatalidade, diriam alguns.... Ah, fatalidade que mora na minha terra e leva tantas vidas embora no meio da caminhada. A fatalidade não pode ser confundida com a incapacidade de transformar esse país numa terra onde transitar livre pelas ruas deveria ser um direito e algo normal; a fatalidade não pode ser confundida com a incapacidade que "alguns" agentes da lei possuem para discernir entre o momento de ação e reação e o tamanho que cada uma deve ter.

Dizem que "a vida é um dom precioso". Já ouvi isso centenas de vezes. Eu discordo. A vida é o que é: apenas vida e não precisa ser mais nada. Como seres humanos conseguimos pensar e entender a plenitude do nascimento, existência e morte... E aprendemos a matar. Matamos por tantas razões fúteis. No entanto, aprendemos, também, a preservar a nos contra as muitas mazelas humanas que nos levam a lutar até a morte. Foram essas folrmas de preservação da vida que nos mantiveram como senhores da terra. Então, merecemos viver, se somos parte boa do todo. Se não somos, somos retirados, encarcerados e, até executados.

Então, vamos comemorar a vida, preservar a vida, respeitar a vida. Vamos lutar para os que sonhos possam ter as suas asas e voar. Chega de policiais mantando inocentes; chega de bandidos soltos por uma lei fraca e aterrorizando a população; e chega de políticos corruptos e inaptos para ordenar uma mudança de paradigma neste nosso Brasil!

Que a morte do jovem João Pedro não seja em vão, não fique impune e sirva para que as pessoas entendam que a vida não é um dom, A VIDA É UM DIREITO.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Globo Rio




HACKER, UM SOLITÁRIO FRUSTRADO.





Meu computador, onde estão, "ainda", armazenados todos os meus dados pessoais, os dados da minha empresa, meus textos inéditos e outros já publicados, foi, na última quarta-feira, invadido por um ou mais hackers. Fizeram um belo estrago no meu PC e conseguiram acessar todos os meus arquivos e ou pastas. Foi um tormento imaginar que meus textos inéditos, entre eles vários livros, foram invadidos por "bandidos sem caráter". Foi algo muito rápido e ocorreu enquanto eu estava almoçando.

Os meus dois blogs, que usam a mesma conta no Google, estão com mais de 30.000 acessos. O REDATOR NACIONAL é um blog de notícias comentadas; o ESCRITORES NOVOS é um blog literário, com 100% dos textos de minha autoria e todos inéditos (republico os textos no meu facebook). O blog de notícias é muito acessado no Brasil; o Blog literário é mais acessado no exterior (Estados Unidos, Malásia, Rússia, Espanha, Japão, Inglaterra, etc.).

Concluí que o invasor (hacker) do meu PC o fez com o intuito de roubar textos inéditos para publicá-los em seu nome ou vendê-los para algum pseudo-escritor. Se ele fez com essa intenção, é um idiota. Meus textos são pessoais, carregam a minha marca e, mesmo que eu fale de um tempo, de lugares distantes, de pessoas, a minha marca está impressa neles de forma indelével.


Penso que neste mundo virtual não há nenhuma segurança, não há respeito (a prova maior da falta de caráter desse meio foi a invasão, pelos Estados Unidos, de todas as redes sociais, acessando conversas pessoais, seja através da internet ou seja através dos telefones celulares).

Fico imaginando que se eu, ainda um pequeno ser nesse universo infinito da internet, fui alvo de hackers, a que estão sujeito os grandes nomes da literatura, do jornalismo, da política, do meio empresarial e da justiça? Porém, se eu descobrir algum texto meu publicado por algum falso escritor, tenha certeza ele de que vai ter que provar que o escreveu.

Contudo, penso que quem entrou no meu computador, quaisquer que fossem as suas intenções naquele momento, encontrou um trabalho feito com dignidade e com o dom que Deus me deu, que é o de poder interpretar a vida através das palavras impressas na tela de um computador ou nas folhas de um livro. Esse dom o HACKER não poderá invadir, pois ele está na minha alma.


PEDRO PAULO DE OLIVEIRA.

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...