Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL do Estado do Rio de Janeiro, parece ser a bola da vez do crime organizado do seu estado. Ele presidiu a CPI das Milícias, em 2008 e, com muita coragem, levou-a até o final, não se intimidando com as ameaças e pressões sofridas. A CPI indiciou 225 pessoas entre policiais civis e militares, bombeiros e políticos.
Agora, contudo, diante da continuação do seu trabalho para salvar a população dos tentáculos de milicianos (diga-se policiais, ex-policiais, vereadores, assessores parlamentares, etc.) vê-se na mesma situação em que a Juíza Patrícia Acioli se encontrava antes de ser assassinada com mais de 15 tiros. Ele já recebeu diversas ameaças comprovadas de morte. O estado, contudo, mesmo sendo comunicado dessas ameaças que ele vem sucessivamente sofrendo, mostra-se inoperante para protegê-lo e à sua família. Assim, a Anistia Internacional se manifestou e ofereceu-lhe segurança no exterior.
Ora, parece que estamos voltando aos tempos da Ditadura Militar, quando compatriotas precisaram fugir para o exterior e pedir asilo em outros países para conseguir ficar vivos. Foi assim durante mais de 20 anos, de 1964 até as vésperas de 1985. Naquele tempo era o poder do estado que torturava e assassinava. Hoje, um poder negro, paralelo à nossa democracia e à liberdade dos cidadãos, está impondo o medo, o terror e a morte. O estado, munido de uma constituição democrática, mas corrompido nas suas bases, não consegue contrapor-se completamente a esse poder negro. Na maioria das vezes, esse estado, inoperante que é, faz de conta que está perpetrando algo, nada faz e acontece o que aconteceu com a Juíza Patrícia Acióli.
Marcelo Freixo e a sua família vão deixar o país rumo à outra nação onde viverão no anonimato para terem segurança. Considero que eles estão sendo exilados e da forma mais cruel possível. É inimaginável o sentimento dessa família ao deixar sua terra natal, seu país, rumo ao desconhecido por que um monte de bandidos os estão expulsando.
Eu sempre digo que a dor alheia só nos atinge quando faz jorrar o nosso sangue, quando olhamos ao redor e vemos nossos entes amados sofrendo as agruras de um sistema falho, corrupto e acovardado diante dos bandidos. Nesse instante, acordamos do torpor do dia a dia e gritamos ao mundo que estamos sofrendo. Contudo, o que precisamos fazer é nos unirmos para derrubar o poder dos bandidos, aqueles que destroem os nossos filhos com as drogas, obrigam-nos a construir grades imensas em nossas casas e não nos deixam andar em paz pelas ruas.
Pagamos para ter saúde, educação, lazer e segurança. Pagamos caro. Trabalhamos e pagamos para a Polícia Militar e Civil, para todo o Poder Judiciário e o Ministério Público e, infelizmente, para toda a classe política do Brasil.
NÃO ME APEGO AOS BENS MATERIAIS, POIS NÃO PODEREI LEVÁ-LOS PARA ONDE EU FOR NO FINAL DA MINHA VIDA.
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