quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

O ASSASSINATO DO MARECHAL CASTELLO BRANCO (?), A DITADURA MILITAR E O INÍCIO DOS ANOS DE CHUMBO NO BRASIL

NO DIA DIA 18 DE JULHO DE 1967, NUMA BELA MANHA DE CÉU MUITO AZUL, O MARECHAL CASTELLO BRANCO E EX-PRESIDENTE DITADOR DO BRASIL DEIXOU A FAZENDA DA SUA AMIGA RACHEL DE QUEIROZ, EM QUIXADÁ, ESTADO DO CEARÁ, RUMO A FORTALEZA. O AVIÃO ERA UM BIMOTOR AZTEC CEDIDO PELO GOVERNO DO CEARÁ. A BORDO, A ESCRITORA ALBA FROTA, O IRMÃO DO MARECHAL, CÂNDIDO CASTELLO BRANCO, O MAJOR MANOEL NEPOMUCENO, O COMANDANTE CELSO TINOCO E O COPILOTO CELSO CHAGAS FILHO DO COMANDANTE.

TRINTA MINUTOS DEPOIS, O AVIÃO QUE LEVAVA CASTELLO BRANCO FOI ATINGIDO POR UM CAÇA E CAIU MATANDO QUASE TODOS OS SEUS OCUPANTES, SOBREVIVENDO APENAS - E POR MILAGRE - O COPILOTO. 


O Marechal havia deixado a Presidência da República três meses antes do fatídico dia. Tinha sido pressionado a passar o governo para Costa e Silva - seu desafeto. As diferenças de pensamentos entre o grupo de militares que Castello Branco liderava e os da linha dura liderados Golbery do Couto e Silva,  Médici e Costa e Silva eram claras e quase públicas. Castello Branco era favorável a que o poder fosse devolvido aos civis através de eleições diretas. Contudo os militares da linha dura, influenciados pelo então embaixador dos Estados Unidos Lincoln Gordon e pelo presidente das organizações Globo Roberto Marinho, trabalharam para que a ditadura se solidificasse. Marinho acreditava que se houvesse eleições diretas a oposição venceria tanto no Legislativo quanto no Executivo.
CASTELO BRANCO E COSTA E SILVA - PENSAMENTOS OPOSTOS


No entanto, o Marechal  Castello Branco - embora tenha passado a faixa presidencial ao seu desafeto, não estava satisfeito com os rumos da política e tinha marcado um pronunciamento à nação para o dia 19 de julho de 1967, onde conclamaria a nação e a caserna a se unir para que a democracia fosse restaurada. Isso estava causando mal estar entre os militares que temiam um cisma nas três forças armadas. Assim, tramaram a morte do Marechal.

ABAIXO REPRODUZO ESTUDO PUBLICADO NO BLOG CULTURA AERONÁUTICA PARA EMBASAR A CERTEZA DE QUE CASTELLO BRANCO FOI ASSASSINATO NUM CLARO ATENTADO. 

 

O estranho acidente que matou o Marechal Castello Branco


Nos últimos tempos, muitas "teorias de conspiração" ganharam fama pelo mundo, envolvendo, por exemplo, o atentado contra o World Trade Center e o Pentágono, o atentado de Lockerbie, a morte da Princesa Diana, e muitos outros mais. Mas é interessante conhecer uma dessas teorias que envolve o ex-Presidente do Brasil e Marechal Humberto de Alencar Castello Branco (foto abaixo).


Segundo a versão oficial dos fatos, o Marechal Castello Branco faleceu em um acidente aeronáutico, em uma aeronave do Governo do Estado do Ceará, um Piper Aztec (foto abaixo) matriculado PP-ETT, no dia 18 de julho de 1967. A aeronave que conduzia o ex-Presidente foi atingida na cauda pela ponta da asa de um caça da Força Aérea Brasileira, um Lockheed TF-33, perdendo a deriva. Depois de entrar em parafuso chato, o avião chocou-se com o solo e todas as pessoas a bordo morreram, com exceção do copiloto.


AVIÃO NO QUAL MORREU CASTELO BRANCO PARCIALMENTE RESTAURADO


Na manhã de 18 de julho, Castello Branco saiu do sítio da escritora Rachel de Queiroz, sua amiga, e decolou de Quixadá para Fortaleza a bordo do Aztec cedido pelo Governo do Ceará. Estavam a bordo do bimotor a escritora Alba Frota, o major Manuel Nepomuceno, o irmão do Marechal, Cândido Castello Branco, o comandante Celso Tinoco Chagas e o copiloto Emílio Celso Chagas, filho do comandante. 


O tempo estava bom, visibilidade praticamente ilimitada e nebulosidade insignificante. O Aztec decolou do sítio de Rachel de Queiroz às 9 horas da manhã e voou em cruzeiro no nível de voo visual 055 (cinco mil e quinhentos pés). Trinta minutos depois, já durante a descida para Fortaleza, um jato de caça da FAB, um TF-33 - FAB 4325, atingiu a deriva do Aztec, decepando-a. O jato perdeu o tanque da ponta da asa, que curiosamente estava vazio, mas conseguiu retornar em segurança para sua base. O Aztec, entretanto, perdeu o controle direcional e entrou em parafuso chato, chocando-se com o solo de barriga, matando 5 das 6 pessoas a bordo, salvando-se o co-piloto Emílio Celso Chagas, que ficou, entretanto, bastante ferido.


CAÇA QUE ABALROOU O BIMOTOR EM QUE VIAJAVA O MARECHAL


Na ocasião do acidente, houve uma investigação, que concluiu que o choque foi acidental, que ambas as aeronaves estavam em um mesmo "corredor" em direção à Fortaleza, e que teria havido, possivelmente, falha do controle de tráfego aéreo. E ficou por isso mesmo, já que o Governo Federal, naquela época, controlava tudo com "mão de ferro", censurando a imprensa e calando a oposição.

Embora a presença de caças nos céus do Ceará fosse comum entre 1947 e 2002, o tráfego civil era respeitado e os jatos mantinham separação visual dos mesmos, como acontece até hoje. Mas o bimotor que levava Castello Branco foi atingido na deriva com uma precisão "cirúrgica", com poucos danos ao caça. As condições de visibilidade eram excelentes, dando condições ao piloto do caça, o Tenente Alfredo Malan d'Dangrogne, de avistar perfeitamente o tráfego à sua frente. Mesmo assim, ocorreu a colisão, o que despertou a suspeita, anos depois, de que não se tratava de um acidente, e sim de um atentado.

Se se tratava realmente de um atentado, qual teria sido o motivo e a quem interessaria a morte do ex-presidente? Sobre isso não restam dúvidas, pois motivos não faltam. Castello Branco tinha deixado a presidência apenas 3 meses antes, passando o poder para o Marechal Arthur da Costa e Silva, representante da "linha dura" do Exército.



 
Na verdade, Castello Branco era um moderado, que assumiu o governo em um momento muito conturbado da política brasileira. Sua verdadeira intenção era devolver o governo aos civis assim que a crise que o conduziu ao poder tivesse acabado. Isso ia contra os interesses de outros generais, que tencionavam se manter no poder sob a alegação de manter a paz e ordem pública e manter os comunistas e a esquerda "radical" longe do governo.



Mesmo fora do governo, o Marechal Castello Branco tinha uma considerável influência no Exército Brasileiro, por ser um herói de guerra e por ter mantido a ordem pública em uma fase crítica da política brasileira. Em resumo, a presença de Castello Branco incomodava, e muito, os generais da "linha dura" que pretendiam se perpetuar no poder. E não haveria outro meio de meio desses generais se verem livres dele, senão matando-o.

Durante muitos anos, o copiloto do Aztec, Emílio Chagas, acreditou na versão oficial de acidente, inclusive se encontrando com o piloto do caça que atingiu seu avião. Mas depois, passou a questionar o fato, evitando, porém, comprometer o piloto da FAB, já que o mesmo era ala de outro oficial, o Tenente Areal.

A operação de resgate das vítimas do acidente foi desastrosa: os oficiais e soldados da aeronáutica destroçaram o avião a machadadas e carregaram as vítimas nas costas, sem qualquer técnica. Como estas tinham danos na coluna vertebral pela posição de impacto, isso pode ter colaborado para agravar seus ferimentos.

O avião acidentado foi reconstruído e parcialmente restaurado, e encontra-se hoje no quartel do 23º Batalhão de Caçadores, em Fortaleza, no Ceará. A deriva arrancada pelo caça jamais foi encontrada. O caça também foi preservado e encontra-se hoje na Base Aérea de Fortaleza, como monumento, ao lado do prédio do Comando da Base.

CONCLUSÃO:

O único sobrevivente do acidente, o copiloto  Emílio Chagas, entrou com ação contra a união pedindo explicações mais detalhadas sobre o acidente. O mesmo fez o Ministério Público Federal, pois a investigação que matou um ex-presidente foi cercada de sigilo, onde se colocou um aspirante a piloto de caça como o autor do acidente que vitimou Castello Branco. Não seria ele o copiloto do caça? Na região onde o avião do Marechal foi abalroado haviam mais dois aviões de caça em manobras. Porque seus pilotos não foram ouvidos? São lacunas que precisam ser preenchidas para que a história seja revista e a verdade surja. 

Pedro Paulo de Oliveira.
Especialista em História, Acadêmico de Direito, Consultor Parlamentar e Executivo, e Palestrante.
Visite, também, o site: www.cabraleoliveira.com.br
e-mail para contato: cabraleoliveira@gmail.com

 


 

 


NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...