quarta-feira, 18 de setembro de 2013

BRASIL, A MAIOR RESERVA DE ÁGUA DOCE DO PLANETA




Imaginem um rio subterrâneo correndo sob os rios Solimões e Amazonas, nascendo nos andes e terminando nas profundezas do Ocano Atlântico. Imaginem que esse rio existe desde que a terra foi concebida; e, acreditem, seu volume de água é muito superior ao do maior rio em volume de água do mundo, que é o próprio Rio Amazonas.

A Petrobras descobriu que esse rio existe e o esquema e possui mais de 400 km de largura. O volume de água doce transportado por esse rio gira em torno de 3.090m³ por segundo. Parece até algo inimaginável. Mas é a pura verdade. Esse rio foi batizado de Rio Hamza, em homenagem ao cientista que o descobriu.

Ora, as reservas naturais do mundo estão escassas e o Brasil anuncia que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo, no pre-sal;o Brasil possui a maior reserva de ferro do mundo; o Brasil já o 5º maior produtor de grãos do planeta; e, agora, se consolida como detentor da maior reserva de água doce do mundo.

O que significa tudo isso para os demais países, em especial para os Estados Unidos e para o Velho Mundo? A resposta é simples: o mundo, por mais que encontre minerais alternativos, ainda demorará a achar substitutos para o ferro e o petróleo. O Velho Mundo e os Estados Unidos acostumaram a olhar o Brasil como um país sem cultura, uma colônia a ser explorada. Agora, eles estão conscientes de que, num futuro próximo, o Brasil, assim como os países que fazem fronteiras com ele, deverão continuar sob a tutela deles, sob o risco de de perderem a liderança que possuem hoje.



A água doce, na sua forma natural, será um produto raro muito em breve e o Brasil despontará, então, como alternativa para a salvação de muitos povos. Não precisa ser nenhum especialista em segurança para saber que a questão da água e do petróleo são as principais razões da espionagem norte-americana sobre o Brasil. Ou será que os nossos dirigentes e militares estão achando que eles estão nos vigiando por pura curiosidade? Do Brasil só lhes interessa, como sempre interessou desde que Portugal aportou por aqui, nossas reservas naturais. Nossos índios, nossos caboclos, nossa gente, enfim, são peças irrelevantes nesse jogo de interesses e de poder.




Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: busca no Google.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

" Ailton Adriano " - Novas Tecnologias aplicadas à Educação.: Sinted 2013

" Ailton Adriano " - Novas Tecnologias aplicadas à Educação.: Sinted 2013: Semana Internacional de Tecnologia Educacional


CONTEÚDOS EDUCATIVOS E INTERESSANTES. VALE A PENA UMA VISITA AO BLOG.

BELO HORIZONTE /ARTE CULTURA E CRIMINALIDADE = RIO DE JANEIRO E SÃO PAULO




Belo Horizonte já foi considerada uma das melhores capitais do Brasil no item qualidade de vida (segurança, saude, educação, lazer, etc...). Esse tempo, no entanto, parece distante para quem mora atualmente na capital mineira e faz parte da Grande BH, que inclui outras cidades, tais como: contagem e Betim e uma população em torno de 6 milhões de habitantes.

Estando um pouco saudosista e não sendo um Belo-horizontino nato, mas de coração, tendo morado em BH entre os anos de 1997 a 2000, aprendi a amar essa cidade cheia de nostalgia e sonhos que fluem na Praça da Liberdade, no Parque Municipal, no Palácio das Artes, no imenso e extraordinário Complexo da Pampulha, no Horto Florestal, nos seus museus, na Rua da Bahia, na Rua Rio de Janeiro, no Comércio do Barro Preto, na Rua São Paulo (Rua do sobe e Desce), na Praça da Estação, na Praça Sete de Setembro (palco dos grandes encontros que mudaram a história de Minas Gerais) e no Viaduto Santa Tereza.

Naqueles idos, final do século XX e início do século XXI, já não era mais possível sair durante a noite sem muita reserva, medo de ser assaltado ou ser morto. Contudo, teimávamos em andar pelas noites através dos bares com música ao vivo (boa música, diga-se de passagem)nos arredores da Avenida Augusto de Lima, na Savassi ou na Pampulha. Eu participava de um grupo de artistas formado por Efraim Maia, Chico Lobo e Claudio Araújo. Chico Lobo e Claudio Araújo, dois violeiros da melhor qualidade, dedilhando nas cordas das violas músicas de raiz, e Efraim Maia, com o seu vozeirão e o seu violão, cantava o som nordestino, naquele tempo já em moda pelo Brasil.

Nos finais de semana, pela manhã, eu deixava o Bairro Betânia, onde eu morava, pegava o ônibus com destino a Santa Amélia e descia na Avenida Afonso Pena para assistir aos concertos de música clássica no Parque Municipal. Lembro-me que foi nessa época que interditaram parte da Avenida Afonso Pena, todo o Parque Municipal e o Hotel Financial para as filmagens da minissérie Hilda Furacão, pela Rede Globo, baseada na obra do escritor mineiro Roberto Drumond.

No último final de semana, repetindo sucesso de anos anteriores, Belo Horizonte promoveu o LIBERARTE, um festival de música, dança, teatro e circo. As atividades se espalharam por toda a cidade, desde uma exposição de arte alternativa na Estação Ferroviária até a montagem de um palco de rock debaixo do Viaduto Santa Tereza.


No entanto, como Belo Horizonte costuma ficar fora dos focos das estatísticas da criminalidade nacional, pouco se falou nos assassinatos que ocorreram paralelos ao LIBERARTE. Em números oficiais foram 36 assassinatos na Grande Belo Horizonte. Digo números oficiais porque muitas mortes não são contabilizadas, ocorrendo na zona rural. Nessa soma não estão contadas as mortes no trânsito e por overdose de drogas, além das tentativas de homicídios.

A conclusão a que chegamos é que, no momento atual do Brasil, não importa a metrópole onde estejamos. A síndrome de violência se repete em qualquer cidade grande onde os traficantes possam se instalar, vender drogas, aliciar menores e, depois mata-los. Os traficantes matam os menores quando percebem que eles não são capazes de suportar a pressão; ou colocam-nos nas frentes das batalhas com a polícia. A violência está, ainda, no trânsito louco das ruas que não suportam mais a quantidade de veículos entregues à população por um país que não investiu, quase nada, nos últimos anos, no transporte público, em especial o ferroviário(que foi sucateado).

Assim, a capital dos mineiros, outrora cheia de bonança, estampa a cara de um Brasil violento, doente, sem rumo e infestado de políticos corruptos. Belo Horizonte é o quadro de uma nação em decadência, tomada pela violência em todas as suas formas, onde o cidadão sai de casa para trabalhar sem saber se voltará para dormir.



Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagens: Google.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

FAVELAS E BRASIL - REALIDADE ÚNICA NO MUNDO







      UM DOS TEMAS MAIS DISCUTIDOS NO EXTERIOR (DO BRASIL) QUANDO SE FALA DA NOSSA CULTURA E DA NOSSA CIVILIZAÇÃO, É FAVELA. AS NOSSAS FAVELAS SERIAM ESPÉCIES DE GUETOS, TAL COMO EXISTIRAM TANTOS GUETOS NOS PAÍSES EUROPEUS E NOS ESTADOS UNIDOS. 

        NO ENTANTO, AS FAVELAS BRASILEIRAS SÃO TÍPICAS, ELAS SOBEM O MORRO E TÊM CARACTERÍSTICAS PECULIARES PELO FATO DE JUNTAR DEZENAS DE CULTURAS E SEREM TERRITÓRIOS DE GUERRAS ENTRE O NARCOTRÁFICO E AS POLÍCIAS.

      UM DOS GRANDES PENSADORES DAS FAVELAS E DA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRAS É O PROFESSOR JORGE LUIZ BARBOSA. ELE FALA MUITO SOBRE A REINVENÇÃO DO ESPAÇO URBANO E QUE O HOMEM É UM ANIMAL URBANO. REPRODUZO SUA ENTREVISTA, CONCEDIDA AO "BLOG ACESSO", PARA QUE ENTENDAMOS MELHOR OU VEJAMOS SOB OUTRO PRISMA ESSE FENÔMENO SOCIAL CHAMADO FAVELA:


Entrevistas_10.07
Jorge Luiz Barbosa: Periferia – Observatório da diversidade
Por Blog Acesso

Sediado na Maré, no Rio de Janeiro, o Observatório de Favelas foi criado para estudar espaços populares e articular redes de transformação social. À frente da entidade, o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (RJ), Jorge Luiz Barbosa, assegura com serenidade e conhecimento de causa que a democratização do acesso à cultura e dos meios de comunicação são questões indissociáveis. Em entrevista ao Boletim da Democratização Cultural, ele também esclarece sobre o conceito moderno do termo periferia e afirma que precisamos de um novo formato de sociabilidade urbana.


Boletim da Democratização Cultural – O que você entende por democratização cultural?

Jorge Luiz Barbosa – A democratização cultural visa gerar o acesso a bens e equipamentos culturais da cidade, que hoje estão desigualmente distribuídos. Esse processo demanda tanto uma forma de constituir políticas públicas culturais que possam efetivamente garantir a circulação de jovens pela cidade; quanto o investimento por parte do poder público e da iniciativa privada em favelas e periferias para promover o direito à cultura. Uma outra perspectiva que envolve a democratização é a necessidade de promoção e incentivo à produção cultural, hoje realizada por jovens de favelas e periferias. Esses espaços populares têm criação cultural de qualidade, mas não recebem investimentos que fortaleçam a criatividade, gerando visibilidade. A produção cultural assegura a diversidade e pluralidade.


B.D.C. – As estatísticas que mostram o elevado investimento em produção cultural não se aplicam às periferias?

J.L.B. – Não. Definitivamente, não se aplicam. Em função dessa situação desigual, os jovens de favelas e periferias inventam novos dispositivos de produção cultural, utilizando meios como o vídeo, o celular, a fotografia… Existem experiências riquíssimas nesse campo. Recentemente, o Observatório de Favelas, com o apoio da Petrobras, criou o Festival Visões Periféricas, privilegiando justamente essas representações, criações em que o jovem representa a si, e que são de extrema importância para a diversidade cultural. Os 200 documentários que recebemos mostram as produções desconhecidas, realizadas anonimamente Brasil afora. Trata-se de um olhar de dentro da realidade das periferias, registrado por autores que não querem dialogar só com a periferia, que querem dialogar com o todo e se afirmar como cidadãos numa sociedade onde há hierarquias no exercício da cidadania.


B.D.C. – Esse movimento de mostrar a comunidade por seus próprios “olhos” acaba com o mito de que os integrantes das periferias são meros receptores de cultura e informação?

J.L.B. – Hoje – para além da idéia tradicional de receptora – a periferia produz cultura e acaba por mudar a relação com os meios de comunicação de massa. A turma quer falar por si mesma e projetar uma sociedade diferente. Na verdade, a questão da democratização cultural está intimamente associada à democratização da comunicação. Os meios de comunicação atuam de forma muito verticalizada e a democratização propõe a horizontalização das relações, o estabelecimento de trocas complexas que promovam encontros e uma nova sociabilidade urbana.


B.D.C. – Estamos falando da criação de novos paradigmas. Como a mídia de massa vem lidando com essa transformação?

J.L.B. – A periferia gera novos símbolos, signos, leituras necessárias à convivência, e a comunicação dessas questões funciona como uma forma de afirmação para pessoas e grupos sociais invisíveis, que reivindicam sua sociabilidade a partir da cultura. Os meios de comunicação de massa não são homogêneos e existe a possibilidade de diálogo, ainda que não com a complexidade devida. Um exemplo positivo de abertura é a parceria entre o Canal Futura e o Observatório de Favelas. Produzimos a série Crônicas Urbanas, que vai ao ar no fim do ano, com seis programas sobre as metrópoles. São feitos por jovens da periferia que contam suas histórias. A série pretende sensibilizar o público quanto à existência de uma periferia invisível, além de abrir canais de diálogo mais expressivos no setor audiovisual.


B.D.C. – Parece que a periferia virou moda na TV e no cinema. Na sua opinião, o que está por trás dessa questão?

J.L.B. – Em termos gerais, os meios de comunicação de massa ainda reproduzem leituras estéticas da periferia de forma homogeneizadora, sem dar conta de sua diversidade e diferenças simbólicas. Essa é uma postura sociocêntrica que pensa a periferia a partir de valores hegemônicos.


B.D.C. – Por que o termo periferia soa pejorativo?

J.L.B. – Na verdade, prefiro utilizar o termo “espaço popular” porque a palavra periferia não dá conta da riqueza cultural, da sociabilidade, das lutas de movimentos sociais e da luta pela efetivação de direitos. Além do que, a desigualdade social também está presente nos centros das metrópoles. Periferia seria o território situado ao redor do centro. Mas, geralmente, essa dimensão geográfica dá lugar ao conceito de comunidade distante de tudo, inclusive da cidadania, do Estado, da ordem… tratada de forma generalizada como pobre, sem futuro e distante dos marcos civilizatórios. No entanto, sabemos que do ponto de vista sociológico e urbanístico existem periferias ricas, como Alphaville, em São Paulo, que não correspondem a essa visão que confunde a precariedade das condições urbanas com a precariedade no sentido geral. Por força das condições objetivas, acredito que a periferia deva erguer-se como forte imaginário de resistência e afirmar-se como um espaço de criação.


B.D.C. – Qual a filosofia do Observatório de Favelas?

J.L.B. – A instituição tem como missão acompanhar as políticas públicas sociais, voltadas para as favelas e periferias do Rio de Janeiro, ainda que tenhamos articulações de redes em diferentes lugares do Brasil. Atuamos em três vertentes: direitos humanos, desenvolvimento sustentável integrado e comunicação e cultura. Focamos os jovens desses espaços populares, criando diálogos permanentes e, a partir daí, atingimos também as famílias e redes sociais. Entre os nossos programas estão o Escola Popular de Comunicação Crítica, que trabalha a formação de jovens de diferentes comunidades em disciplinas como rádio comunitária, jornalismo, fotografia, documentário; e a agência virtual de fotografia Imagens do Povo, coordenada pelo fotógrafo João Roberto Ripper.

Priscila Fernandes/Boletim da Democratização Cultural


INTRODUÇÃO: Pedro Paulo de Oliveira

Fotos: Observatório de Favelas.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

VITÓRIA DO BOM SENSO CONTRA O ANARQUISMO




Os atos programados e instados para o dia 07 de setembro pelos diversos movimentos nas redes sociais ficaram no vazio. Ainda bem. Pode até parecer que ouve uma vitória do contra-senso e que os políticos corruptos saíram por cima. No entanto, o que se viu nessa conclamação para as passeatas do dia da Pátria, foi a intenção oculta, novamente, para a baderna.

Em todas as capitais, os baderneiros tentaram se impor, novamente usando máscaras e promovendo quebra-quebras, num claro e flagrante desrespeito ao patrimônio público e privado, como se deva forma fossem se impor. Esses pequenos grupos de anarquistas não tentaram para um detalhe: O Movimento Pelo Passe Livre, formado por gente organizada, e democrática, não aderiu ao clamor do 07 de setembro. Eles estão se organizando para se movimentarem durante as eleições de 2014. Ai, sim, eles mostrarão a sua capacidade de organização e de junção das massas populares.

Grupos armados de paus e pedras que quebram agências bancárias, telefones públicos e prédios dos governos não merecem respeito. Muito menos merece respeito grupos que semeiam a violência, promovem saques e incendeiam ruas provocando o caos.

Nada é mais justo do que poder protestar e reclamar direitos. A multidão nas ruas, marchando pacificamente, consciente dos seus direitos e contra os maus políticos, é a arma mais poderosa da democracia. Da consciência do povo os políticos têm medo.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Google.

VERDADES DA ALMA




Prefiro os amores fugidios,
aos amores doentios;
prefiro a solidão,
aos amigos que traem;
prefiro a morte,
a ser um egoísta em vida.

O homem, na sua ânsia, termina desterrado no seu próprio eu quando descobre a sua inoperância em prosseguir na ambição contínua e pungente.

O que leva, então,os seres humanos, enquanto dotados de energia, a não valorizar o bem comum e desprezar seus semelhantes em detrimento do seu bem estar? A ganância, a maldade e o orgulho são concebidos no útero materno; o desprezo, vem depois, numa linha que pode ser ascendente ou linear, dependendo da condição social e física de cada um. A condição social equivale aos bens acumulados, herdados ou não; a condição física equivale ao aspecto de cada um, onde se destacam os mais belos. Nesses dos pontos residem o desprezo ao outro que não ascendeu ao poder, onde os bens acumulados representarão a tamanho do status e abrirão as portas dos palácios.

No entanto, como não existe o perene, o infinito, mesmo para um universo que se mostra tão grande perante a pequenez molecular dos seres vivos, chega o instante em que os seres humanos se depararão com o limite, qual seja: a morte avizinhando-se sorrateira. Esse limite é a condução das vidas para um lugar comum, para a poeira cósmica.

Não é, também, o nosso planeta uma partícula suspensa no espaço sideral, com um tempo de existência determinado? O nosso sol, energia que mantém viva a chama existencial, como tantos outros sois, não perecerá também, um dia? Que sejam milhões ou bilhões de anos. Mas, o que é o tempo para a terra ou o sol senão uma conta inventada pelos seres humanos? Ora, assim o tempo do universo, que nos parece tão longo, de longo nada tem, pois nada é eterno. Apenas existe a mutação do todo(da qual os seres humanos são parte).


Então, eu, ser humano, ente latente e em transformação, prefiro compreender e viver a vida como uma obra prima de um artista que se perdeu no universo, mas que, por um instante, desenhou e criou o planeta terra.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Cássia Oliveira.


sábado, 7 de setembro de 2013

O QUE NÃO TEM CONSERTO NEM NUNCA TERÁ




O que não tem conserto nem nunca terá
...
O que não tem governo
Nem nunca terá!
O que não tem vergonha
Nem nunca terá!
O que não tem juízo...


Chico Buarque de Holanda e a sua arte continuam contemporâneos. Em especial a música “O Que Será”, uma obra belíssima feita durante a Ditadura Militar, proibida por um tempo e, depois, liberada. Qual era a mensagem que Chico mandava para o governo militar e para os brasileiros nos versos da sua criação? Ora, simplesmente que existem governos que não têm conserto; que existem povos que não têm governo e nem nunca terão; que existem políticos que não têm vergonha e nem nunca terão; e que existem os inconsequentes, que não têm juízo e nem nunca terão.

O Regime Militar caiu, apodreceu como uma fruta sem sementes que desanda ainda dependurada no pé e, cheirando mal, cai por terra, servindo, apenas, para os vermes e abutres. Muitos anos se passaram desde então, exatamente três décadas desde que os militares saíram do poder, deixando algumas heranças malditas. Uma delas foi a de submissão econômica ao Velho Mundo e aos Estados Unidos; outra, foi um exército de políticos corruptos, sem vergonha, sem juízo e sem conserto, como na apologia de Chico Buarque.

O Regime Militar e o advento de um consumismo exacerbado, importado de Hollywood, além da destruição da cultura genuinamente nacional que despontava no início dos anos 60, conseguiu alienar nossa juventude. Os que ousaram se contrapor e protestar, tentando salvar nossas raízes, ou foram mortos, ou foram torturados, ou foram exilados. Tudo isso foi feito em nome da salvação do mundo contra o Comunismo que a extinta União das Repúblicas Socialistas (União Soviética – comandada pela Rússia) espalhava pelo mundo, com a promessa de uma sociedade igualitária e regida pela classe trabalhadora. O que não passou, na verdade, de outra mentira cruel, pois só visava o aumento do poder dos Russos.

Nessa mesma esteira, da defesa do mundo, os Estados Unidos, com o seu governo negro, que apesar da cor escura do seu Presidente, em nada se diferencia dos seus antecessores, espiona a Presidente do Brasil, as grandes empresas nacionais e pessoas que eles consideram necessário vigiar. Nessa mesma esteira, eles querem invadir a Síria, para provar sua hegemonia militar para o mundo. A Síria, como está, precisa de uma intervenção imediata de uma força internacional. Mas, que seja comandada pela ONU, com todas as resoluções aprovadas e assinadas. Só a ONU pode pressionar a Rússia a desistir de continuar protegendo o governo sírio. O que não pode voltar é a queda de braços entre Rússia e Estados Unidos. Queda de braços que pode acabar redundando numa disputa para ver quem é mais forte militarmente.

Alguma coisa precisa mudar na mentalidade daqueles que governam o mundo. A maioria engana seus povos com promessas vãs. No poder, simplesmente atendem aos interesses de pequenos grupos, empobrecendo, ainda mais, a maioria da população em detrimento de dos ricos.

Que a humanidade, através dos seus líderes, nunca foi justa, todos nós sabemos. Basta estudar um pouco sobre as atrocidades praticadas por Lenin e Stalin durante a criação do império soviético e compreenderemos essa verdade. Ambos foram ditadores cruéis e implacáveis contra seus adversários. Juntos mataram milhões de inocentes em nome do comunismo pregado por Karl Max no seu livro “O Capital”. O regime que eles criaram e espalharam para muitos países, nada tinha a ver com a filosofia de Max.


No Brasil, por conta da Guerra Fria, uma disputa pela hegemonia do mundo entre Estados Unidos e Rússia, foi implantado o regime militar que atrasou o seu desenvolvimento em mais de 50 anos. O Brasil é uma nação extremamente dependente de outros países por conta desse atraso. Existem regiões do Brasil que ainda vivem sob a imposição de coronéis do poder, onde a população paga um alto preço governada por políticos mesquinhos que visam somente os privilégios do palácio, desviando os recursos para as suas famílias e amigos. O pior de tudo nesse “negócio político doentio” é a inoperância e, muitas vezes a conivência dos “fiscais da lei”, sejam eles do Legislativo, ou do Judiciário.

Assim, os escritos de Chico Buarque de Holanda continuam atualizadíssimos quando ele afirma: ... “o que não tem governo, nem nunca terá...”. O que fazer, então, para mudar o mundo? Sou céptico quando a mudar o mundo para melhor. Nós, seres humanos, sempre fomos uma raça dotada de egoísmo; de uma vontade de ter e poder; e somos viciados em acumular bens, desde que descobrimos, ainda na idade da pedra, que o acúmulo de bens materiais nos diferenciava dos demais, nossos semelhantes. Esse sentimento é inerente a qualquer um de nós, mesmo aqueles que defendem ideais de justiça, estão, na verdade, defendendo a sua supremacia perante outros que estão no poder, seja por inveja, seja por não concordar com a sua forma de governar. Na verdade, somos filhos do orgulho e da ganância.

A exceção à regra, essa regra de poder que avança sem limites sobre a juventude que se aliena e se alimenta cada vez mais em ritmos e imagens, representa, contudo, a salvação do planeta e dos seres humanos. Muito embora os que lideram a defesa da justiça e do planeta, busquem, também, o poder, são eles que fazem o contraponto, salvando o meio ambiente e criando leis que mantém o equilíbrio da sociedade, para que haja ordem e a raça humana e tudo o mais que lhe é importante não pereça.



Texto de Pedro Paulo de Oliveira

Imagens: Google.



NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...