quarta-feira, 28 de agosto de 2013

EU TENHO UM SONHO...




Desculpem-me os incautos... Sim, desculpem-me, pois os incautos a que me refiro são aquelas pessoas, homens e mulheres, jovens e adultos que passam seus dias na frente do computador mostrando fotos bonitas, falando de viagens,falando de festas, das roupas novas que comprou, destilando fel contra seus desafetos e fazendo fofocas. Para essas pessoas as redes sociais servem apenas para promoção pessoal e banal, coisa pequena, mixa e lorpa. Sim... Desculpem-me os incautos, pois que hoje lembramos o discurso de um negro norte-americano, um pastor luterano que, em 28 de agosto de 1963, há exatamente meio século, conseguiu reunir 250 mil pessoas para dizerem não à discriminação racial, não à opressão, não à falta de liberdade, não à desigualdade social. No seu discurso, para um país e políticos reacionários, onde a sociedade obrigava os negros a usarem locais separados dos brancos, Martin Luther King se fez ouvir e colocou 250 mil pessoas em Washington, diante do Memorial Abrahan Lincoln, assustando o mundo e obrigando o congresso norte-americano a votar as leis de não segregação racial e de liberdades individuais mais avançadas de todos os tempos.

Em 1968, o Pastor Martin Luther King Jr. foi morto quando se preparava para mais uma apresentação. Seu assassino justificou o ato alegando que King, com os seus discursos, desviava a atenção dos Estados Unidos de coisas importantes em detrimento de coisas pequenas.

50 anos se passaram desde o momento em que Martin Luther King afirmou que tinha um sonho. 50 anos e o mundo ainda se pergunta se a justiça está sendo feita para os oprimidos, discriminados e miseráveis. 50 anos se passaram e o mundo olha estarrecido centenas de crianças mortas através de armas químicas na Síria. 50 anos se passaram e o mundo ainda permite que um homem como Bashar al-Assad permaneça no poder ordenando massacres diários do seu povo inocente.

Que pena que os movimentos pacíficos que recentemente se espalharam pelo Brasil terminaram. Que pena que a juventude esteja desiludida ao ponto de não querer mais protestar contra as injustiças e a corrupção, pois a única coisa que impõe medo nos governantes é a mobilização popular.

A HISTÓRIA DE UM POVO SÓ MUDA QUANDO ESSE POVO SE UNE PARA MUDÁ-LA.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

imagens; Busca Google.



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

SÍRIA, LÁGRIMAS DE ANJOS.




Pequenos anjos dormindo
Um sono profundo,
Não vão mais acordar sorrindo
Para os seus folguedos...
Foram vítimas da covardia do mundo
De Bashar al-Assad,
O ditador cruel.

E agora, meu Deus, será que tem céu,
Para esses anjinhos voarem?
Não o céu dos meus olhos,
Mas o céu dos corações dos pequeninos,
Dos sonhos das crianças, das crianças mortas,
Covardemente na Síria.

Nas faces pequeninas não existe ódio,
Não está estampado o rancor,
Pois são inocentes vitimas,
São apenas crianças,
Pedindo por amor.

Está chovendo na Síria
Sobre os ombros e corações do seu povo
São as lágrimas dos pequenos anjos
Pelos órfãos, pais e mães, que ficaram.
Livra, oh Deus de todas as religiões,
A terra desse homem mau,
Leva ele pra longe dos corações
Das crianças inocentes, dos anjos da terra.



Texto de Pedro Paulo de Oliveira

Imagem: Google.

sábado, 24 de agosto de 2013

SÍRIA, O HORROR E O SENHOR DA GUERRA.




Ainda ontem o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dando uma entrevista coletiva, sentado confortavelmente na sua poltrona presidencial, disse que não pretende intervir na carnificina humana que está acontecendo na Síria por conta de um ditador enlouquecido. Barack Obama justificou a sua omissão por conta de que é necessário que se analise qualquer intervenção sob a ótica dos interesses dos Estados Unidos. Pelos menos nesse ponto ele foi sincero. Os norte-americanos não têm interesse nenhum em acabar com a guerra da Síria, pois eles não estão nem aí para q questão humanitária. O que lhes importa é a questão econômica e isso já ficou provado através das várias intervenções que eles fizeram em outros países do Oriente Médio, a exemplo do Kuwait, Iraque e, mais recentemente, Líbia.

O contexto de intervenções norte-americanas em outros países é histórico quando se trata de defender interesses das suas multinacionais. Eles herdaram essa sanha dos seus colonizadores, ou seja, dos ingleses. Falando em Inglaterra, esse país é, hoje, parceiro dos Estados Unidos em todas as ações globais, inclusive na hodierna invasão de privacidade dos cidadãos, incluindo, em especial, os brasileiros.

Os últimos ataques das forças do ditador sírio sobre seu povo culminou com a morte de mais de 4.500 civis, incluindo uma quantidade imensa de crianças. As fontes oficiais anunciaram menos de 1.000 mortos. Uma mentira deslavada! A ONU pressiona como pode e, se dependesse de muitos dos seus membros, a Síria já teria sido invadida por forças estrangeiras e o seu ditador deposto ou morto tal como o foi Kadafi. No entanto, a ONU depende da decisão dos Estados Unidos, da Inglaterra, da China e da Rússia. Esses países, simplesmente cruzaram os braços, enquanto dezenas de milhares de sírios fogem do seu país, rumo, mormente, para o Curdistão iraquiano, onde passam toda espécie de necessidades que vão desde a falta de higiene pessoal, falta de medicamentos, moradias, alimentação e segurança. Contam, apenas, com a solidariedade dos Médicos Sem Fronteiras, da ajuda humanitária da Cruz Vermelha e outras entidades anônimas que não são suficientes para devolver-lhes a dignidade.

Quando os Estados Unidos invadiu o Iraque, contradizendo, inclusive, deliberações da ONU, foi feita uma extensa propaganda contra o regime lá vigente. Com certeza os iraquianos mereciam se livrar de anos sob um regime sanguinário. Mas, o que estava por trás de tanto interesse dos Estados Unidos para invadir aquele país? Três coisas: o orgulho ferido de um filho (George W. Bush) presidente da república, por conta de que Saddam Hussein humilhou seu pai (George Bush), ex-presidente da república; e a hegemonia sobre o petróleo na região; e o perigo que representava o regime iraquiano para o poderio e liderança de Israel no Oriente Médio e Norte da África. O mesmo serve para a Líbia, com a diferença de que os Franceses também entraram fundo naquela guerra, por vários interesses econômicos.


Até quando o mundo vai assistir impassível a matança na Síria? Até quando ficaremos omissos vendo crianças morrerem assassinadas por ordem de Bashar al-Assad, um ditador louco que não consegue deixar o poder pela mesma doença que acomete todos os governantes ensandecidos. Ora, a última matança perpetrada pelas forças governamentais sírias foi feita através de armas químicas. As imagens que correram o mundo a partir de quarta-feira passada são chocantes e mostram centenas de crianças mortas nos subúrbios de Damasco. São cenas de um horror só visto na Segunda Guerra Mundial e na Guerra do Vietnam.

Contra um regime como o que está perdurando na Síria não há diálogo nem remédio. Só existe uma solução plausível para acabar com a matança indiscriminada naquele país: O aniquilamento das forças de Bashar al-Assad e a sua deposição, seja ele feita por quaisquer meios. O que não pode continuar é a covardia sobre uma população civil aterrorizada, esfomeada, doente, sem moradia e sem rumo.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira
Imagens: busca no Google.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A CRIMINALIDADE E A FALÊNCIA DA SOCIEDADE.




Quanto mais se fala em crime neste país, mais a nossa concepção de impunidade e de desolação aumenta. Parecemos uma sociedade do “faz de conta” quando vemos a polícia prendendo, sejam bandidos menores de idade, sejam adultos. Nas delegacias a tipificação dos crimes já são alvo de aberrações. Tomemos como exemplo o empresário completamente bêbado, dirigindo na contramão, em alta velocidade e que matou um motociclista, trabalhador e pai de família. A delegada o indiciou por crime culposo (quando não se tem a intenção de matar), mesmo estando todas as provas contrariando essa sua decisão. O sujeito ficou dois dias presos, pagou uma fiança de cem mil reais e saiu livre e leve e dizendo, ainda: “Vocês não sabem com quem estão lidando”. Detalhe: sua carteira estava vencida e impedida com mais de 300 pontos por infrações de trânsito, quase todas por excesso de velocidade.



Montam-se, através dos meios jurídicos, situações fantasiosas para sustentar a impunidade. Jovens com idades entre 12 e 17 anos são aliciados pelo tráfico e são armados para roubar. Detalhe: quem lhes fornece, gratuitamente, as armas, são os próprios traficantes, para que eles pratiquem assaltos e tenham dinheiro para comprar drogas. Esses mesmos traficantes ainda os usam para a prática de execuções e como comissão de frente nos enfrentamentos com a polícia. Nesses enfrentamentos eles morrem, pois não conseguem combater policiais altamente treinados para a “guerrilha urbana” sob a qual o Brasil se encontra. A diferença da guerrilha urbana do Brasil atual para outras guerrilhas, tal como a da Síria ou mesmo a do Brasil dos tempos da Ditadura Militar, é que os atuais guerrilheiros não têm um ideal, não defendem a liberdade e muito menos a justiça. São, na sua maioria, meninos com a mente deturpada pelo crack, pela cocaína, pela maconha e pelo álcool. Esse exército, armado e despreparado, não tem compaixão, nasceu na periferia, não teve estudo de qualidade e nenhuma chance de inserção social decente.

Quando não são mortos na guerra entre as facções criminosas e são presos, esses meninos, já tornados animais cruéis (a técnica é a mesma usada para tornar os cachorros perigosos, traiçoeiros e matadores), vão para as instituições, onde cumprem, no máximo, três anos de prisão. Nesses internatos, eles se tornam, ainda, mais cruéis, pois o modelo usado no Brasil para apreender menores é ultrapassado e os agentes que monitoram essa população, são despreparados, mal pagos e, em sua maioria, corruptos. Em pouco tempo esses jovens voltam às ruas e continuam a matar, tal como uma advogada foi morta cruelmente, só porque tentou correr do assalto.

A situação do empresário que mata e não é punido como deveria, demonstra a fraqueza da nossa legislação. Já a situação de guerrilha urbana em que o Brasil se acha, com uma multidão de jovens e adultos matando indiscriminadamente, demonstra que a nossa sociedade está falida.

A maior demonstração da falência da nossa sociedade está no simples fato de que não existe mais os bons costumes ou, de forma concomitante, o respeito à coisa alheia. Basta observar uma pessoa idosa entrando num transporte público e os jovens fazendo de conta que não a estão vendo. Viram a cabeça para o lado e fingem estar cochilando. Que se dane aquela pessoa que muito já viveu, como se ele, jovem, não pretendesse muito viver, também.

O paradigma de uma sociedade é o seu respeito para com a vida e a coisa alheia. Quando esse estereótipo, esse sentimento de solidariedade desaparece e no seu lugar cresce o sentimento de individualismo, ganância e asco pela miséria, está na hora dos donos do poder repensar o modelo de lei que nos governa ou chegará o dia em que nem os filhos e netos deles estarão a salvos da sanha dos enlouquecidos, ricos ou pobres.



Texto de Pedro Paulo de Oliveira

Imagens: Busca no Google

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

A TRAGÉDIA DE MAYRINQUE – UM GUARDA CIVIL EXEMPLAR - A VERDADE!




UMA CIDADE, UMA FAMÍLIA


MAIRINQUE é uma cidade com 122 anos, faz parte da Grande São Paulo e fica localizada a 70 da capital. Por essa razão sofre forte influência do crime organizado e tem vários problemas de segurança. Sua população está estimada, hoje, em pouco mais de 40.000 habitantes. Mairinque mistura o antigo e o novo, proporcionados pela sua história que perpassa pela ferrovia e, agora, pelo parque industrial que tem levado emprego em renda para os cidadãos. Não fosse pelos problemas de segurança, Mairinque seria um paraíso turístico e ecológico.

Laércio Souza Lanes está na Guarda Civil Municipal de Mairinque há mais de 15 anos. Tem orgulho da sua profissão. Está com 42 anos e nem aparenta esta idade. Sua bela esposa, Lindalva Prado Lanes, 34 anos, trabalha como Administradora numa empreiteira e eles têm um filho de 10 anos. Ambos moram no Jardim Vitória, um bairro periférico, de classe média baixa. No início de 2013, com a entrada da nova administração municipal, Laércio foi convidado para comandar a Guarda Municipal e implantar uma nova ordem nos seus comandados, apertando o cerco contra o tráfico na cidade. Marcelo olhou para o Prefeito e pediu um tempo para conversar com a esposa.

Naquele dia, enquanto trabalhava e não chegava a hora de voltar para casa, passou pela sua mente um monte de coisas. Sabia que o desafio que lhe ofereciam poderia trazer-lhe dissabores. Chegou em casa antes de Lindalva e deixou o jantar quase pronto para aguardá-la e surpreendê-la. Seu filho entrou fazendo barulho e ambos conversaram sobre as aulas que logo recomeçariam.

---- Faça uma relação do material escolar que vai precisar e entregue para sua mãe. – Pediu Laércio ao filho.

---- Ok, paizão.

Dizendo isso, o garoto foi para o seu quarto. Logo em seguida, Lindalva surgiu pela porta da sala. Estava cansada, mas bonita como sempre. Eles se abraçaram e se beijaram como dois namorados. Eram assim. A paixão nunca os abandonou e eles faziam questão de mostrar isso nos físicos bem cuidados e nos carinhos demonstrados.

---- Hum! ... Está cheirando bom. – Disse ela olhando na direção da cozinha.

---- Você demorou, eu fiz um ensopado leve, com bastante legume, como você gosta.

Ela sorriu, sacudiu a cabeça, o abraçou apertado e disse:

---- Vou tomar banho para relaxar e volto logo. enquanto isso, já que fez a janta, coloque a mesa.

ela demorou uns vinte minutos no banheiro. O som da água caindo e o perfume do sabonete chegavam até a cozinha. Ao voltar do banho, Lindalva trajava um short de malha e camiseta, mostrando toda a sua beleza e sensualidade. Marcelo desceu do seu quarto no andar de cima e disse que estava faminto. Sentaram todos para a refeição. Enquanto comiam, Laércio comunicou a proposta que lhe foi oferecida.

---- O que acha? – Perguntou ele à esposa.

---- Não sei, meu amor. Se o conheço bem, vai querer consertar o mundo no comando da Guarda. A bandidagem tá solta pela cidade e tem muitos guardas e até mesmo policiais que fazem vista grossa. Você é quem sabe. Só não seja exigente demais para não criar rancor contra você.

---- Então, acha que devo aceitar?

---- É uma promoção, não é?

---- Sim.

---- Então, faça o que for melhor.

Depois do jantar, os três foram para a sala e ficaram um tempo na sala vendo televisão. Mais tarde receberam a visita do irmão de Laércio que lhe fez companhia até por volta das dez horas. O filho foi, então, dormir e os dois, com a paixão aflorada, correram para o quarto.

No dia seguinte, foi publicada a portaria com a nomeação do Subtenente Laércio como o novo subcomandante da Guarda Civil Municipal de Mairinque. Nos dias que se seguiram, ele mostrou por que havia aceitado o novo cargo. Impôs um novo ritmo no combate ao tráfico, apertando o cerco contra os traficantes, indo pessoalmente nas diligências. Os guardas omissos e inertes passaram a trabalhar arduamente. A criminalidade amainou na cidade e a população elogiava o novo comandante da Guarda Municipal, e o Prefeito pela nova escolha. No Jardim Vitória, de forma especial, para dar respeito, ele impôs segurança máxima.

No entanto, uma surpresa o aguardava. Em abril de 2013, ao chegar em casa do trabalho, Laércio encontrou Lindalva chorando. Pensou que poderia ser alguma coisa relacionada com o serviço dela ou que tivesse a ver com o filho deles. Ela estava sentada no sofá, com as mãos entre os joelhos e, ao vê-lo, correu para os seus braços.

---- O que foi, meu amor? – Indagou ele, enxugando suas lágrimas.

Ela se aconchegou a ele, enlaçando-o pela cintura, olhou-o suplicante e respondeu-lhe com a voz embargada:

---- Recebi um telefonema monstruoso agorinha mesmo, meu amor. Estou apavorada. A voz disse que ia matar todos nós. Mandou a gente se mudar logo do bairro. O Cara disse que está com o saco cheio das suas ações, que a nossa família vai pagar caro se não mudar daqui e que você tem que maneirar.

---- Desgraçados! Malditos!

A partir daquele dia as ameaças não cessaram mais. Chegavam várias vezes por dia de telefones públicos. Laércio, sob pressão, amainou suas ações. Sua vontade, no entanto, era impor ações duras contra a bandidagem. Mas, como agir assim, sem pensar na sua família? No entanto, começou a investigar, com dedicação, de onde partiam as ameaças. Colocou sua casa a venda e começou a procurar outra moradia em Sorocaba, onde poderia estar em mais segurança, longe do campo de visão dos bandidos. Sua linha de investigação não descartava nenhuma hipótese. As ameaças poderiam ser, inclusive, da própria guarda ou da policia.

Enfim, eles conseguiram um comprador para a casa no Jardim Vitória e que lhes pagou um bom preço. Fecharam o negócio também em Sorocaba. Lindalva estava extremamente feliz e chamou Laércio para comemorarem numa churrascaria na nova cidade onde iriam morar. Deixaram o filho na casa da mãe dela e comemoraram comendo carne regada de vinho. Por volta das 11 horas da noite, ela o olhou sensual e o convidou:

---- Vamos para um Motel hoje? Nosso garoto está bem cuidado na casa de mamãe. Vamos aproveitar e curtir essa noite de forma bem especial.

Laércio sorriu. Como recusar um convite daquele, vindo da mulher amada que o olhava matreira e sensual.

O FIM

Sexta-feira, dia 09 de agosto de 2013, oito horas da noite e as ruas do Bairro Jardim Vitória estão com o seu movimento se preparando para o final de semana. Na Rua Maria Santos Bernardes tudo parece normal, a não ser pelo vozerio dentro bar que fica próximo à casa do Subtenente Laércio. Sem que ninguém perceba, quatro homens jovens e atléticos se aproximam da casa do Subtenente e pulam o portão rapidamente. Dois deles carregam espingardas de grosso calibre. Em poucos instantes, eles se esgueiram até a entrada dos fundos.

Laércio está sentado na mesa da cozinha e conta dinheiro, uma mixaria, em torno de R$200,00. Lindalva prepara o jantar e o filho está no quarto no andar superior. De repente, a porta da cozinha é aberta com um solavanco. Lindava se assusta e grita ao ver os quatro homens entrando, com os rostos encapuzados e armados. Um deles aponta-lhe uma espingarda calibre 25 e ordena que ela fique quieta. Outros dois correm na direção onde está Laércio. Um deles porta uma espingarda calibre 12. Ao vislumbrar os dois homens, Laércio faz menção de se levantar. Mas o bandido está com a arma engatilhada e ele volta a se sentar. O Bandido se aproxima dele, mira na sua nuca e atira. Laércio firma o corpo tentando reagir. Mas, tomba sem vida com o tórax sobre a mesa.

Lindalva é amarrada e levada para junto da mesa onde Laércio está morto e vê o filho descendo a escada desesperado. O assassino com a espingarda 12 mira na direção dele. Lindalva grita:

---- Não! Pelo amor de Deus!

Uma explosão espalha fumaça no ar e acerta o garoto no rosto, arremessando-o contra os degraus da escada. Agora, eles querem saber onde estão as chaves dos carros. Lindalva lhes mostra. Um dos bandidos a joga no chão, bem junto da mesa, mira a arma nas suas costas e atira. O sangue se mistura com a pólvora e Lindalva apenas se move. Sua última imagem é a do filho descendo a escada. Está tudo acabado.

Texto de Pedro Paulo de Oliveira
Imagem: FACEBOOK.

As descrições dos fatos aqui narrados se basearam nos relatos da imprensa. A dramatização da vida e dos últimos momentos da família do Subcomandante da Guarda Civil Municipal da cidade de Mairinque também se baseou em estudos sobre a vida dessa família que foi, certamente, executada.


quinta-feira, 8 de agosto de 2013

VINGANÇA OU PARRICÍDIO? NOVAMENTE A TEORIA DE UM CRIME



           Quanto mais os dias passam e vão aparecendo novos depoimentos e novas evidências, mais se cria a certeza de que a família do Sargento Pesseghine foi morta por vingança de alguém, ou de alguns. Sabe-se com certeza que a Cabo Andrea denunciou um grupo de policiais “militares e civis” envolvido em roubo de caixas eletrônicos, roubos de cargas, extorsão, tráfico de drogas e mortes. Segundo o Comandante da Policia Militar de São Paulo esses dados eram sigilosos e restritos a um pequeno grupo de oficiais. Ora, coincidência ou não, a Cabo Andrea foi morta exatamente no período em que as suspeitas começavam a ganhar contornos de verdade. Quanto ao resto da família, certamente as mortes, se houve “queima de arquivo”, execução sumária, foi para que se montasse uma cena de CRIME POR PSICOPATIA ADOLESCENTE.



          Todos nós que fomos pré-adolescentes, tal como o era o garoto Marcelo, suspeito de ser o assassino e suicida, sabemos que, por mais que estejamos determinados a tomar uma atitude drástica, no momento de perpetra-la, nossas pernas ficam bambas, nossas mãos tremem, nossas bocas secam e nossas vistas ficam turvas. Parece que nada disso se passou com o jovem Marcelo. Essas emoções são comuns e acontecem conosco em momentos de tensão. É humanamente impossível que Marcelo não tenha ficado tenso empunhando uma arma ponto 40 na direção da fronte do seu pai, da sua mãe, da sua avó e da sua tia. Ao que tudo indica a perícia até agora, ele nem sequer tremeu, mesmo no momento de atirar contra si mesmo. Depois, ainda saiu na madrugada dirigindo o carro da sua mãe, ficou dentro do carro por cinco horas até o dia amanhecer, assistiu aula, voltou para casa e se suicidou. ORA, POR MAIS PSICOPATA QUE ELE FOSSE NÃO CONSEGUIRIA FAZER TUDO ISSO COM TAMANHA PRECISÃO. Se os seus pais e avós já estavam mortos quanto ele foi para a escola, onde estarão suas roupas usadas durante o crime? Não havia razão para ele ir à escola tendo já perpetrado tamanhas atrocidades. SÓ UMA RAZÃO LEVARIA O GAROTO MARCELO À ESCOLA PORTANDO-SE DE FORMA NORMAL: PARA SALVAR A VIDA DE QUEM ELE AMAVA. Nada indica que Marcelo estava tendo um surto mental.



          O que se precisa tem em mente com relação a essas mortes, que abre um alerta sobre a atuação das polícias no Brasil, é que tudo foi praticado de forma muito sutil e calculada. Outro dado que precisa ser considerado é que Marcelo tinha fibrose cística, uma doença congênita que atinge os pulmões e se ele não tivesse tido muitos cuidados e amor, não teria sobrevivido aos 4 anos de idade, segundo a literatura médica.


          Acusar o garoto Marcelo como se está fazendo até o momento, sem a conclusão das perícias, sem vestígios de pólvora na sua mão, sem as suas roupas com resquícios de sangue e sem que ele tenha um mínimo histórico de psicopatia, se não é tática das policias de São Paulo, é a coisa mais leviana que já aconteceu na apuração de um crime na história policial deste país.


Texto de Autoria de Pedro Paulo de Oliveira.

IMAGENS: BUSCA GOOGLE.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TEORIA DE UM CRIME, O EXTERMÍNIO DA FAMÍLIA PESSEGHINE.




UMA FAMÍLIA


Um Policial da ROTA, com 15 anos de serviços prestados ao Estado de São Paulo e, até então, sem nenhuma mancha aparente na sua carreira; seu nome: Luiz Marcelo Pesseghine; sua patente: Sargento; seu estado civil: casado; sua esposa: Andréa Regina Bovo Pesseghine, também policial com a patente de Cabo e 19 anos servindo a Polícia Militar; um único filho, com 13 anos: Marcelo Eduardo Bovo Pesseghine, estudante e portador de fibrose cística; a sogra do policial: Benedita Oliveira Bovo, 65 anos; a tia da Cabo Andréa: Bernadete Oliveira da Silva, 55, anos, irmã de Dona Benedita. Uma família composta por cinco pessoas, moradoras da capital paulista, no Bairro Brasilândia.

Brasilândia é um bairro extenso da cidade de São Paulo, que nasceu de um povoamento que se iniciou a partir de 1930, feito através de chácaras rurais, cresceu sem muito ordenamento com uma população de gente simples. Por isso, suas ruas estreitas, com casas parecendo amontoadas, calçadas apertadas e muitas vezes esburacadas. Hoje, Brasilândia deve ter mais 300.000 habitantes. Nesse bairro nasceu, também, a Escola de Samba “Rosas de Ouro”, e a classe social dominante por lá é a C, ou seja, famílias com renda média de R$1.500,00.

Numa das ruas estreitas do Bairro Brasilândia, “residia” a família do Sargento Pesseghine. Todos os vizinhos do Sargento, até o dia 04 de agosto de 2013, domingo ensolarado de inverno, viam-no como um policial exemplar; todos o viam sair com o filho, expressando orgulho e demonstrando os cuidados de um pai zeloso, em especial pela doença congênita que o garoto possuía; todos viam no filho as mesmas demonstrações de amor filial, tanto para com os pais, quanto para com a avó e a tia. Na escola, na Freguesia do Ó, onde Marcelo estudava, seus amigos e professores o adoravam. Marcelo era um aluno exemplar, colega fiel e amigo dedicado.

Marcelo contagiava a todos pela sua alegria e inteligência. Alguns amigos disseram que ele, como muitas crianças na sua idade, gostava de jogos eletrônicos de guerras. No seu quarto, ele colecionava armas brinquedos, cinturões e escudos como os que seu pai usava. Afinal, seu pai era o seu herói. Marcelo tinha consciência que tanto seu pai, quanto sua mãe lutaram muito por ele na sua tenra idade, na fase mais aguda e perigosa da sua doença. Os médicos chegaram a dizer que ele não passaria dos quatro anos.

Marcelinho chegou aos 13 anos, a cara do pai, o orgulho do pai. Nos momentos de lazer, Andréa o deixava manobrar o caro quando precisava tirá-lo da garagem.


A TEORIA


Domingo à tarde, dia 04 de agosto de 2013. A família do sargento Pesseghine está reunida na sua casa na Rua Dom Sebastião, no Bairro Brasilândia, na capital do Estado de São Paulo. O clima é ameno, o céu azul realça com a calma do domingo, sem a correria de caminhões, caros, motos e bicicletas pelas ruas do bairro. Os amigos chegam para uma reunião dominical, passar o dia, conversar. Dona Benedita cuida de servir salgados aos amigos da sua afilha e do seu genro. O dia se vai, as conversas e as risadas se alongam, a noite desce e o último dos convidados deixa a casa do Sargento Pesseghine por volta das nove horas da noite.

Pesseghine e Andréa estão na sala ainda bagunçada pela reunião de amigos. Conversam sobre o futuro e ele faz planos para a sua aposentadoria. Andréa sorri e diz que ele vai aposentar primeiro e espera-la chegar do trabalho todos os dias. Ele ri. Sabe que ela tem mais tempo de corporação do que ele. Marcelo está no seu quarto entretido com o seu computador. Usa o fone de ouvido e os demais sons da casa lhe são alheios. Dona Benedita e a sua irmã Bernadete terminam de arrumar a cozinha, deixam o lanche da noite sobre a mesa e vão para a sua casa anexa à da filha. Andréa pede à mãe e à tia para ficarem um pouco mais e ambas dizem que vão tomar banho e descansar. Passa das 10 horas. O Sargento Pesseghine diz que vai tirar um cochilo. Sente-se cansado, amolecido pela madorra do domingo. Vai até o quarto, volta com dois colchões, joga-os no chão da sala e se deita. Andréa pula sobre o outro colchão e, sonolentos, ambos riem sem razão. Dão risadas de nada. Estão felizes. Só isso.

Dez e meia da noite. O interfone toca e Andréa pergunta quem é. Ao saber que eram velhos conhecidos, ela abre a porta. Eles são três. Sorriem e perguntam pelo Pesseghine. Andréa responde:

---- Ele está dormindo. Vou chama-lo.

---- Espere... – Pede um deles, parecendo um pouco impaciente. – Queremos conversar com você antes.

---- Ah, tudo bem. – Diz Andréa solícita. – Vamos entrar, então. Espero que sejam boas novas.

Neste instante, um dos homens saca uma pistola, aponta para Andrea e ordena:

---- Não dê um pio ou estouro seus miolos. Fica bem quietinha.

Andréa, sem compreender o que está se passando, tomada pelo terror, obedece prontamente. Seus pensamentos de voltam para o filho no quarto. O homem vira-se para ela novamente, encosta o cano da arma na sua fronte e pergunta, quase cochichando:

---- Onde está sua ponto 40?

Andréa sente um calafrio, um sentimento horripilante. Está apavorada e tenta concatenar as ideias. Precisa entender o que está acontecendo e suplica ao Algoz:

---- Por favor, parem com isso!

Os três sujeitos se entreolham. Um deles sacode a cabeça e sorri. Andrea, ainda mais estupefata, pergunta:

---- O que vocês estão querendo? Por que estão fazendo isso?

O sujeito lhe dá uma tapa, pergunta novamente pela arma e ameaça:

---- Você tem cinco segundos para mostrar onde está sua ponto 40.

Andréa se levanta e leva o sujeito até onde está a arma. Ele a recebe, confere se está carregada e a entrega para o seu comparsa que se vira e vai para a sala. Andrea observa que ele, com a ponto 40 empunhada e engatilhada, segue na direção de onde está o Sargento Pesseghine. O outro comparsa, com um revolver na mão segue na direção da casa onde estão dona Benedita e Bernadete. O Algoz percebe que Andrea vai gritar e a puxa pelos cabelos, ameaçando mata-la. Ela suplica, pede pelo amor de Deus para eles irem embora. Um estampido ecoa pela casa. Andrea cai de joelhos desesperada. Marcelo, mesmo com o fone de ouvido, escuta o estrondo, sai correndo do seu quarto e encontra a mãe ajoelhada na entrada da sala sob a mira de um revólver.

---- Venha cá garoto. – Ordena o Algoz. – Fica quietinho que nada vai acontecer com a sua mãe em nem com você. Sua avó a sua titia também estão sendo vigiadas.

O outro sujeito, armado com a ponto 40, grita:

---- Feito!

O Algoz de Andrea sorri, olha para Marcelo e ordena:

---- Ligue a TV. Vamos assistir a programação.

Andrea sabe o que aconteceu. Sente o cheiro de pólvora soltando-se da sua arma e, com a voz embargada, pergunta:

---- O que vocês fizeram com o meu marido? Eu escutei um tiro. Por favor, parem com isso!

O algoz sorri, impede que ela tenha uma visão da sala, manda seu comparsa ir até a cozinha buscar uma bebida e responde calmamente:

---- Não aconteceu nada com o Sargento. Você não disse que ele estava dormindo? Pois então, ele continua seu sono “dos justos”.

---- Mentira! – Exalta-se Andrea. – Eu escutei um tiro.

Marcelo começa a chorar. O algoz o encara friamente e se torna ameaçador:

---- Fiquem os dois em silêncio. Já entenderam tudo. Serão poupados se cooperarem.

Andrea não acredita naqueles homens. Sabe que mataram seu marido. Olha na direção da sala novamente, pensa na sua arma ponto 40 na mão do assassino e não pode fazer nada. Não acredita que será poupada. Olha desesperada para o filho e torna argumentar:

---- Olha... Não precisam fazer isso. Meu Deus... Já mataram o Luiz. Deixem a gente viver. Essa criança tem apenas 13 anos. Direi que quem matou o meu marido foi o pessoal do crime organizado. Por favor!

O comparsa volta da cozinha trazendo cervejas e queijo. O algoz, com a voz alongada, tenta acalmar Andrea:

---- Tranquilize-se, Cabo. Logo entraremos num acordo se vocês cooperarem.

---- O que temos que fazer? Indaga Andrea já sentindo falta de ar e com as pernas trêmulas. – Diga, por favor. Mas, deixa a gente viver.

---- Ninguém aqui está com pressa, Cabo. – Responde o Algoz. Logo mais vocês saberão o que devem fazer. Agora, fiquem em silêncio, vamos beber, comer e assistir TV
.
Andrea, sem alternativa, aceita, acompanha-os até a sala e depara-se com o Sargento Pesseghine sem vida, com um tiro na cabeça. Ela vê o sangue brotando através de um furo na cabeça dele atrás da orelha. Ela encosta-se ao sofá, quase desfalecida. Marcelo apenas soluça e olha suplicante para a mãe. Na sua mente de pré-adolescente fervilha o desejo de empunhar uma arma e matar todos aqueles homens. Não consegue entender como eles conseguiram entrar na sua casa, matar seu pai e tornar sua mãe refém. Seus pais são seus heróis, guerreiros defensores dos justos.

As horas passam. Andrea está preocupada com a sua mãe e a sua tia. O sujeito que foi para a casa delas ainda não voltou. No entanto, nenhum som de tiros foi ouvido. Ela se sente um pouco esperançosa. Precisa se agarrar à esperança de aqueles homens já haviam matado quem eles queriam. Mas, é uma esperança tênue, em forma de agonia.

Meia noite. O algoz manda Marcelo se levantar e, em seguida, lhe ordena:

---- Sei que sabe dirigir. Vá até a garagem tire o carro da sua mãe, vá para perto da sua escola e fique dentro do carro até o momento do início das aulas. Mas, não pare muito perto do prédio da escola. Só então saia e vá normalmente para a escola e assista às aulas. Depois, volte de carona para casa. Deixe o carro por lá. Se der um pio para alguém sobre o que está acontecendo aqui, matamos o resto da sua família. Já sabe que seu pai está morto, não é?

Marcelo, chorando, assente com a cabeça. Andrea não consegue entender o que aqueles homens querem. Por que estão mandando seu filho de 13 anos, madrugada a dentro, dirigindo seu carro pelas ruas de São Paulo e, depois, ficar na porta da escola, entrar, assistir aula e voltar para casa? Desesperada, volta a suplicar:

---- Parem com isso. A gente se conhece. Por que estão fazendo isso com a minha família. Acho que vocês querem é me ferir. Então, façam isso. Não precisam mandar uma criança a esta hora para as ruas. Já lhes disse que não vamos dizer nada do que se passou aqui. Pelo amor de Deus, vão embora.

O algoz dá uma gargalhada, levanta-se, aperta a ama na fronte de Andrea e diz:

---- Olha aqui mulher... Já percebeu que estamos no comando e que poderemos poupar suas vidas. Obedeça, sem perguntas e tudo ficará bem no final.

Poucos minutos depois da meia noite, Marcelo arruma seus apetrechos de escola, coloca-os na mochila, veste o uniforme e recebe a chave do carro da sua mãe das mãos do algoz. O homem o olha com a carranca bem definida e diz:

---- Faça tudo direitinho. Dirija com calma. As ruas estão vazias a esta hora. Depois da aula, volte para casa e, então, tudo ficará em paz. Aja como se estivesse tudo bem e ninguém mais vai se machucar. Certo, Marcelo?

Marcelo contempla o Algoz e a sua fisionomia se faz ainda mais infantil. Assente levemente com a cabeça e responde:

---- Sim senhor. Mas, não faça mal para mais ninguém, por favor.

Marcelo não queria ter falado. Está com medo, muito medo. Um terror lancinante acomete sua alma. Parece que ele está vivendo seus jogos mortais no computador. Só que os heróis estão sendo derrotados. Ele não consegue crer que o seu pai está morto e ainda tem esperanças de que ele vai se levantar e aniquilar todos os malditos bandidos. Sua mãe, a policial valente e mulher forte, está chorando e lhe pede:

---- Faça tudo direitinho, meu filho. Vai com Deus!

Marcelo desce até a garagem, entra no carro, liga-o, abre o portão e sai pela rua. No caminho, cruza com os seres notívagos, homens e mulheres perdidos. Uma aura envolve as lâmpadas dos postes. Ele vai guiando devagar, com medo de que algum policial, fazendo ronda noturna, o mande parar. As ruas, porém, estão quase desertas e ele segue sem empecilhos, com os seus pensamentos fixos na sua casa e com uma dor profunda no estômago, proporcionada pela imagem do pai morto.

Na Freguesia do Ó Marcelo entra na rua da sua escola. Está tudo muito calmo e passa de 1 hora da hora da madrugada de segunda-feira. Ele estaciona a menos de 200 metros do portão de entrada da escola e deita o banco do carro. Sente-se cansado e quer, enlouquecidamente, dormir. Não consegue com a atenção fixa no portão da escola que está fechado, silencioso. Sua alma, esfacelada pelo pavor, flutua, sai do carro e visita sua casa. Lá está sua mãe chorando sentada ao lado do algoz que lhe aponta uma arma. Seu pai, jaz sem vida; sua tia e sua avó, ele não consegue vislumbrar.

O dia amanhece. O portão da escola se abre. Marcelo desce do carro, pega a mochila e a ajeita nas costas. Atravessa a rua rapidamente e caminha até o portão onde seus colegas o assediam gritando seu nome. Ele tenta disfarçar e consegue. Precisa ser forte, sabe disso. Penetra na sala assim que o sinal apita e vê a professora entrar também. Sente uma vontade imensa de desabafar com ela, pedir-lhe ajuda. Não, não pode. Se fizer isso, os bandidos matam o resto da sua família. No intervalo, para aliviar sua tensão, vira para a professora e indaga:

---- Tia, a senhora já dirigiu, algum dia, quando era criança, pelas ruas da cidade?
A professora sorri, vai à sua direção, abraça-o e lhe responde:

---- Não, meu filho. Nunca fiz isso, por que não pode. A lei proíbe que pessoas com menos de 18 anos dirijam. Mesmo assim, as pessoas acima de 18 anos só podem dirigir se tiverem carteira de habilitação.

Marcelo aceita o afago da professora, aconchega-se no seu peito e pergunta, ainda:

---- A senhora já fez alguma coisa para prejudicar ou ajudar sua família?

---- Claro. – Responde prontamente a professora. – Nunca para prejudicar. Somente para ajudar.

Marcelo sente-se um pouco aliviado com as respostas e os carinhos da professora, continua assistindo às aulas e contando os minutos. Enfim, o sino anuncia o fim dos períodos e ele sai correndo para fora. Quase vai na direção do carro da sua mãe. Mas, lembra-se da ordem do bandido e pede carona para o pai de um amigo que passa em frente à sua casa todos os dias. O homem manda-o sentar-se no banco de trás e segue pelas ruas movimentadas de caminhões, motos, ônibus, pedestres e bicicletas. O percurso de volta é mais demorado. O trânsito na hora do almoço é engarrafado e as pessoas ficam impacientes numa cidade que já não comporta mais sua frota de veículos. Enfim, surge a casa de Marcelo e ele desce apressado. Agradece a carona e corre na direção da porta. Seu coração está saindo pela boca. Mas ele precisa ser forte. Está quase tudo terminando. Ele fez tudo como os bandidos exigiram e, agora, eles vão embora. Marcelo aperta a campainha e a porta ainda demora um tempo para ser aberta. Enfim, após alguns minutos, ela se abre e ele adentra à sala. Sua mãe está lá. Está tudo em silêncio, silêncio aterrador. O homem com a ponto 40 na mão, que havia partido para a casa da sua avó no dia anterior, também está na sala. Marcelo joga a mochila no chão e sai correndo na direção dos seus pais. Depara-se com uma cena aterradora: seu pai, deitado de bruços, com os olhos arregalados, a cara enfiada no travesseiro olhando o nada, com um tiro na cabeça; e sua mãe, de cócoras, próxima dele, com mãos juntas apoiadas no chão, também, com um tiro na cabeça. Neste instante, o Algoz se aproxima dele, manda-o ficar quieto e o arrasta para perto da sua mãe. Coloca-o de joelhos. Marcelo olha mais uma vez para a sua mãe. Percebe que ela queria abraçar seu pai antes de morrer. O algoz sinaliza para o outro homem com a ponto 40. Marcelo, então, não sente mais nada. Sabe que na outra casa, sua avó e sua tia também estão mortas. O outro homem se aproxima sorrindo, encosta o cano da arma na fronte de Marcelo e o algoz o manda parar:

---- Não deste lado, imbecil! Quer estragar tudo? Esqueceu que o fedelho é canhoto?
O homem muda de lado, encosta a arma na fronte esquerda de Marcelo e dispara sem titubear. Marcelo sente o impacto na cabeça e o seu corpo fica leve. As imagens se apagam lentamente, até a escuridão total e o sono profundo.

Rapidamente, os três homens ajeitam tudo na casa. O algoz pega a ponto 40 e a coloca sob o corpo inerte de Marcelo. Depois, abre a gaveta da cômoda, pega um revólver calibre 32 e o coloca dentro da mochila da sua mochila escolar. Para ter certeza de que o cenário está armado para que todos pensem que Marcelo é o assassino e suicida, vai até a casa de Dona Benedita e ajeita as duas mulheres abatidas na cama, cobre-lhes os corpos com um lençol, faz um leve movimento com a cabeça e volta para a sala onde os comparsas o esperam. Olha-os e comenta, com ironia:

---- Enfim, a família foi dizimada. Vamos embora.



Texto de autoria de Pedro Paulo de Oliveira.


Os fatos narrados no texto são teóricos, visto que, da mesma forma, tanto a Polícia Civil quanto a Polícia Militar de São Paulo, ainda não têm provas concretas sobre a autoria dos assassinatos. No entanto, apressam-se em imputar a autoria da chacina ao garoto Marcelo. Baseiam-se em imagens que podem muito bem terem sido montadas.


Imagem: FACEBOOK

sábado, 3 de agosto de 2013

A DERROTA DO SANTOS - DESFORRA DA ESPANHA



Futebol não é o meu forte e os meus leitores já devem saber disso. Mas, depois da derrota do Santos por 8 x 0 para Barcelona ontem, fica difícil não se expressar. Pelo que andei pesquisando, lendo e concluindo, foi uma atitude errada da diretoria do Santos a decisão de jogar realizar esse jogo amistoso com o Barcelona, para não dizer irresponsável mesmo. O Santos tem uma história de glória e não merecia passar por tamanho vexame em capôs estrangeiros. Sua história se mistura com a história do futebol brasileiro com as conquistas de campeonatos, incluindo 2 mundiais. Pelo Santos passou o Rei Pelé, ainda seu fanático torcedor. O Neymar, cria, também, do Santos, jogou contra ele, ontem, já como titular do Barcelona. No final do jogo, sentindo-se desconfortável pela vexatória atuação do seu ex-time, pediu desculpa.



Ora, o que está pensando essa diretoria com atitudes como essa? Até agora pesam suspeitas sobre a venda da sua maior estrela na atualidade; a torcida foi completamente desrespeitada e está sendo achincalhada pelos adversários de plantão; e enfiados nas tocas eles evitam dar declaração, pois sabem que o que disserem não vai remediar a bandalheira que armaram.

O povo espanhol estava ressentido, para não dizer humilhado com a derrota que a sua seleção sofreu no Maracanã. A Seleção Brasileira arrasou a seleção espanhola. O Técnico catalão não sabia para onde olhar depois do passeio que os jogadores brasileiros acabaram com o moral dos jogadores espanhóis. Depois do jogo ficou tergiversando e falando que a sua seleção estava cansada. Agora, após essa humilhante derrota do Santos, a imprensa espanhola está descendo a ripa n o futebol brasileiro e classificando o Santos de time medíocre. Pura imbecilidade dessa imprensa, visto que o time do Barcelona tinha em campo ontem nada menos que Messi e Neymar, além de outros vários estrangeiros. Então, o futebol espanhol não convenceu ninguém ontem. Pegou um Santos debilitado, mal administrado por uma diretoria em cheque e com os jogadores desmotivados por várias razões que só eles podem dizer.



O que tem sobrado na diretoria do Barcelona, tem faltado – e muito – na diretoria atual do Santos. Porém, o Futebol do Barcelona não representa o futebol da Espanha na sua origem e essência. Se assim fosse eles não teriam passado a aperto que passou para chegar às finais da Copa das Confederações e levado a surra que levou dos brasileiros.



O Santos, com a sua história de glórias está acima dessa derrota. Claro que ela vai continuar doendo em todos os santistas, pois poderia ter sido evitada. Não foi. Resta, agora, à nação santista cobrar da diretoria do Santos uma atitude digna para que esse momento seja superado. Quanto aos espanhóis, com o seu orgulho ferido pela derrota da sua seleção para a nossa poderosa seleção canarinho, ainda vão ter que engolir nossas glórias por muito tempo. Esculhambados estão, que continuem assim e não encham o nosso saco.

O FIM DAS GRANDES REVISTAS E DOS GRANDES JORNAIS ESCRITOS?



A DEMOCRACIA, A REVISTA VEJA, O ESTADÃO, O GLOBO, O ESTADO DE MINAS, O FACEBOOK, O YAHOO, O MSN, OS BLOGS... O que tudo isso tem em comum? A resposta é óbvia: A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E A IMPRENSA. No entanto, o que está acontecendo no mundo contemporâneo é algo inusitado para os ditadores da imprensa escrita com os seus patrocinadores cruéis e poderosos. As grandes revistas, entre elas todas do poderoso Grupo Abril, que publica a Revista Veja, estão sendo massacradas pelas redes sociais por onde proliferam páginas administradas por jovens e adultos que estão se lixando para os grandes patrocinadores que, agora, têm que se curvar para o Google, Facebook e outros. A maioria dos Blogs é administrada por pessoas que não conseguiram espaço nessas revistas. Assim, não existe compromisso delas com ninguém, a não ser com as suas próprias ideias e opiniões.



O Grupo Abril deve mandar embora, nos próximos dias, mais de 150 Executivos e outra gama de funcionários, incluídos repórteres de redação e de campo. Roberto Civitas, de onde está, deve estar agradecendo o fato de ter partido do mundo dos vivos antes que dessas mudanças no conglomerado que ele criou, acostumado que estava com ditar as regras. Seus novos diretores anunciaram que as demissões fazem parte de uma mudança estrutural que não alterará em nada a qualidade das suas publicações. Essa é mais uma mentira do grupo que publica a Veja. Não há como se produzir qualidade quanto se desmonta a máquina responsável por essa condição. O que está acontecendo é que o Grupo Abril constatou que as suas revistas não vendem mais como em tempos anteriores e a Revista Veja não é mais formadora de opinião como outrora.



Os grandes jornais escritos, entre eles o Globo, O Estado de São Paulo, O Estadão e O Estado de Minas, estão na mesma situação. São periódicos com custo altíssimo e que precisam, além dos leitores que os compram diariamente nas bancas, de patrocinadores dispostos a pagar valores astronômicos para terem suas marcas destacadas.

Por longos anos, eu diria que por quase um século, esses homens da comunicação foram heróis e vilões das do mundo. Revistas como a TIME, a People, Cosmopolitan, a play boy e jornais como o The New York Time, Le Monde e El Paris ditaram os rumos das sociedades, impondo, inclusive, a obrigação às demais revistas e jornais do planeta de seguir suas formas de publicação. No Brasil, por exemplo, nas questões políticas, quem a grande imprensa apoiava, entrava no poder. Basta lembrar os momentos da campanha de Fernando Collor de Melo contra Luiz Inácio Lula da Silva. A imprensa massacrou Lula e enalteceu Collor como o salvador da pátria. Depois, da mesma forma, colocou a juventude nas ruas, com a cara pintada, e forçou a impeachment de Collor. Durante a primeira vitória de Lula a grande imprensa ficou dividida e venceu o lado mais forte que se apoiou em Duda Mendonça, um marqueteiro extremamente hábil e que sabia como lidar com os meios de comunicação.



O que a grande imprensa do Brasil e do mundo não contava era com o surgimento e proliferação de uma imprensa alternativa, eficiente e rápida, através da internet. Muitos jornais e revistas se adaptaram e criaram páginas virtuais muito bem elaboradas, trabalhadas por profissionais altamente capacitados. Deu certo? Sim, em parte. O Google, na esteira, da nova ordem mundial, abriu seu espaço para a criação de Blogs e os hospedou gratuitamente. Nesse caminho o Google se tornou um meio poderoso de marketing para as empresas e, de certa forma, monopolizou uma grande fatia do mercado da comunicação. O Facebook é o outro caminho aberto para os jornalistas e escritores alijados dos grandes grupos se expressarem. No Facebook eles podem criar páginas profissionais a custo zero ou pagas em valores pequenos, mas com retorno garantido, pois, através delas, poderão divulgar produtos e serviços. Google age da mesma forma: permite que os blogueiros usem o espaço do blog como bem desejarem, façam propaganda de produtos e serviços, além de funcionarem como meios de divulgação literária e de notícias. O Facebook e o Google ganham das grandes empresas valores astronômicos através das propagandas inseridas nas páginas que administram.

O que os donos dos jornais e revistas terão que entender é que hoje não existem poucos donos da comunicação. Existem milhões de comunicadores. Dos tempos das primeiras tipografias e dos primeiros telefones, muito já se fez ou se falou. Então, não adianta espernear. É se adaptar ou perecer.



Com essa nova ordem mundial e a revolução das comunicações através das redes sociais, a imprensa escrita e os livros escritos deixarão de existir? Claro que não. Esses meios de comunicação, de lazer e cultura subsistirão e disputarão espaço com os facebukeiros e blogueiros. Por que os livros escritos continuarão a existir? Pelo prazer que temos em nos sentarmos nos jardins e ou nos deitarmos nas camas, abrir um bom livro e nos embrenharmos pelo mundo criado por um escritor. Da mesa forma, as revistas e os jornais subsistirão. A única diferença em tudo isso é que os donos da comunicação não são mais os donos dos jornais e das revistas. A comunicação, agora, está nas mãos de todo mundo. A comunicação está nos telefones celulares, nos tabletes, nos notebooks e em todos os computadores de mesa espalhados pelo mundo. Não existe mais limite para a comunicação. Hoje, todos somos repórteres, todos somos divulgadores de produtos e serviços e todos somos escritores. Claro que nesse meio, nessa via láctea de gente se comunicando, se sobressairão aqueles com mais capacidade e vivacidade, por que essa é a lei que sempre pautou os rumos da humanidade.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira
Imagens captadas no Google

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

EMPRESAS QUE FAZEM A DIFERENÇA EM ANDRELÂNDIA - DESTAQUES DE 2013.



Um grande encontro de empresários! Essa foi a tônica da abertura do jantar de confraternização dos EMPRESÁRIOS DESTAQUES DE 2013 ocorrido no Restaurante Pasto Grande no dia 26 de julho a partir das 19 horas. Os destacados foram escolhidos através de pesquisa feita pela ATIVA PESQUISA E PUBLICIDADE durante os meses de junho e julho deste ano. Em cada ramo de atividade foi escolhido aquele que recebeu mais menções públicas, sendo que os pesquisadores captaram votos em áreas distintas da cidade, dando ênfase para as periferias, que são mais habitadas. Segundo a ATIVA, os empresários destacados só foram comunicados depois do resultado da pesquisa, para que não houvesse interferências no processo de escolha.



A confraternização no RESTAURANTE PASTO GRANDE, que também foi um dos destacados, contou, ainda, com a presença artística e musical de JUVANIL OLIVEIRA, músico andrelandense renomado e reconhecido no seu meio como um dos maiores instrumentistas da atualidade, tocando com grandes nomes da MPB e componente do Grupo Causos e Violas e Violeiros de Madre de Deus.

Destaque especial para OLIVEIRA MOREIRA DE FREITAS, O DESPACHANTE mais antigo da região em atividade, tendo sido, desde o seu tempo como delegado municipal, um dos pioneiros na regularização de veículos automotores em Andrelândia e cidades vizinhas.


Os demais destaques, eternizados nas imagens captadas pela lente da câmera de Juvanil, foram: POSTO ANDRELÂNDIA, CÁSSIA NOIVAS, AÇOUGUE NOSSA SENHORA APARECIDA, OFICINA DO MARCOS MENDES, SECRETÁRIO MUNICIPAL LUIZ CLAUDIO SILVA, AUTO ELÉTRICA CHAGAS, CERVEJARIA ANDRELÂNDIA, MARMORARIA DECOMAR, CONTABILIDADE SOUZA, BARÃO DO GÁS, BUFFET CLECRY, AUTO MECÂNICA ALMEIDA, CENTRO DE ESTÉTICA BELLE MAISON, ABBAC, KARMON PRODUÇÕES, MARCIANA CABELEIREIRA, AUTO ESCOLA PIT STOP E CHUMBINHO ANTENAS PARABÓLICAS.



Cada destacado recebeu das mãos de Luiz, um dos diretores da ATIVA, um certificado com a menção da sua empresa como a escolhida pela população. Vários cartazes, tal como postado nesta reportagem, foram espalhados por Andrelândia e região. Outro dado importante a se frisar é que todas as empresas terão propaganda durante 30 dias na RÁDIO ANDRELÂNDIA FM, empresa de comunicação que também foi destaque na pesquisa da ATIVA.





NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...