quinta-feira, 15 de maio de 2014

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES - MEMÓRIAS DE UM DIÁRIO CONFIDENCIAL


       Poucos homens na história do Brasil tiveram uma biografia como a de Antônio Ermírio de Moraes. Pensar nesse homem nos trás à mente um dos maiores impérios industriais do mundo. Sua saga industrial se iniciou em meados do Século XX, num tempo em que o Brasil ainda se portava como colônia, impregnado de medos e incertezas. Foi com a coragem e a tenacidade de um homem que enxergava o futuro e amava o Brasil que nasceu o Grupo Votorantim.

      No entanto, pensar em Antônio Ermírio de Moraes apenas como um industrial, um empresário bem sucedido, é uma injustiça. Esse homem foi muito mais do que  o fundador de um conglomerado industrial. Através das páginas do Livro "Antônio Ermírio de Moraes - Memórias de um Diário Confidencial", o escritor e jornalista José Pastore conseguiu extrair - do homem - sua vida, uma existência inigualável, recheada da paixões pela família, pelos amigos e por um Brasil que sempre o decepcionava.


     Enquanto lia cada página desse livro, entendi que certos homens nasceram para a grandeza e Antônio Ermírio de Moraes certamente é um desses homens. Recomendo a leitura desse livro pungente, divertido, inteligente e instrutivo.

Pedro Paulo de Oliveira. 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A HUMANIDADE DOS BRASILEIROS?


            Havia vida naqueles olhinhos, quatro brilhantes refletindo a luz do dia; havia esperança que os movia, esperança inocente, entre sorrisos, brincadeiras, abraços e o amor comum à infância. Então... Veio o homem sem esperança, sem brilho, sem amor... O homem não sorriu, entrou pela casa e encontrou os dois irmãos juntinhos, brincando, como sempre. A irmã mais velha, de treze anos se levantou assustada, olhou para o jovem forte, negro e carrancudo entrando pela sua casa sem ser convidado. Correu para junto do irmão mais novo, de nove anos, abraçou-o e perguntou:

“O que você quer?”

“Esqueci uma coisa minha aqui e vim buscar” - Respondeu o homem, secamente.

                Aquele homem havia estado mais cedo na casa para receber uma dívida de R$140,00 do irmão mais velho das duas crianças. Como ele só recebeu R$100,00, resolveu voltar para receber o restante de outra forma.  

Ao vê-lo na sala, olhando em todas as direções, a criança de nove anos disse:

 “Não tem mais ninguém em casa... Vá embora, por favor.”

“fiquem quietos. – Ordenou o homem. Vim receber o resto da minha dívida e vou levar o notebook como pagamento."

                A súplica daquela criança passou como uma rajada de vento nos ouvidos do jovem e, assustadas, começaram a gritar. O homem se aproximou delas e as esbofeteou com violência. Sentiu um prazer quase que absoluto em bater-lhes. Os dois irmãos caíram no chão e o homem arrasto-os para quartos separados. Amarrou a garota com o fio de um carregador de celular e o garoto com um lençol. Depois, foi até a sala, apanhou o notebook, dois celulares e um tablete. A garota, no entanto, conseguiu escapar. Ao perceber que ela tentava fugir, acertou-a com um soco e tornou a amarra-la com o fio do carregador de celular. Só que desta vez, deu um nó no fio envolto no pescoço dela.

                Na mente daquele homem não bastava apenas levar os objetos, era preciso se vingar do irmão delas. Foi até os quartos com uma garrafa de álcool nas mãos e olhou-as. A menina mais entendeu o que se passava e suplicou:

“Não nos mate, moço, não faça mal pra gente.”

                Surdo por um desejo de vingança incontrolável, na mente daquele jovem forte, de 21 anos, perpassava a imagem do irmão mais velho daquelas duas pequenas vidas. Queria se vingar dele e deixaria sua marca naquela casa, da forma mais perversa possível. O irmão dos dois inocentes lhe devia e não pagou. Pagaria de outra forma.

                As duas crianças, que há poucos instantes sorriam em seus folguedos, vislumbraram a crueldade plena na face do carrasco que acendeu o isqueiro calmamente. O brilho nos olhos daquele homem era opaco, assustador. A menina entendeu o tamanho da crueldade que estava acontecendo contra si e seu irmão. Entendeu que chama que ardia na mão do jovem de 21 anos, terminaria com os seus sonhos e com os sonhos do seu irmão. Só não entendeu a razão pela qual estava terminando sua passagem pela terra de forma tão dramática e cruel. Queria até perguntar para o homem por que ele estava fazendo aquilo. Será que não bastava levar todos os objetos eletrônicos da casa? Mas, ela estava engasgada pelo medo. Nada havia a fazer. Fechou os olhos e gritou o quanto pode quando as chamas começaram a consumir seu corpo. Ouviu os gritos do irmão no outro quarto, pedindo por socorro e foi tudo mais o que ainda pode ouvir. Quis poder estar ao lado dele e abraça-lo.

                O homem mal se virou calmamente e seguiu na direção da sua casa, onde guardou o  que havia roubado. Depois, foi para a casa da namorada do outro lado cidade. Ela, ao vê-lo, abraçou e lhe disse:

“Você tá fedendo queimado. Que cheiro danado de fumaça!”

                Ele olhou para a namorada, sorriu e respondeu:

“Tou mesmo... Queimei uns bichinhos lá em Ceilândia pra servir de exemplo pra outro bicho.”

                Tomei por base para esta narrativa, o assassinato de duas crianças no último dia 12 de maio em Ceilândia, cidade Satélite de Brasília, no Distrito Federal. Não citei o nome do assassino por entender que ele não merece ter seu nome citado. Com mais essas mortes eu pergunto o que está acontecendo pelas periferias do Brasil? Uma mulher é assassinada por ter sido confundida com uma sequestradora; outra mulher foi torturada e morta por ter furtado um pacotinho de bolacha; um garoto é morto por que era um empecilho na vida de uma madrasta; um homem foi quase linchado por ser irmão de um suposto pedófilo; e duas crianças são queimadas vivas por que eram irmãos de um homem que devia R$140,00 para um psicopata. Isso tudo sem contar a quantidade de moleques armados, assassinos impiedosos praticando assaltos pelas ruas das cidades do Brasil.

                A população não confia na polícia, não confia na justiça, não confia nos políticos, não confia na saúde e está aterrorizada quando sai de casa, com medo das greves nas empresas de ônibus e metrôs. Isso é uma merda. Sim, isso mesmo, como disse o bêbado subindo a avenida da minha cidade: “merda pura esse negócio todo.”

                Por que a população não confia na polícia? Por que a população não confia na justiça? Por que a população não confia nos políticos? Por que a população não confia no transporte público? Por que a população não confia no sistema de saúde? Todo mundo sabe por quê. Boa parte das polícias está corrompida, com bandidos nas suas fileiras; a nossa justiça é a mais lenta do mundo, além de privilegiar quem tem dinheiro; a maior parte dos políticos é corrupta e ou defende interesses pessoais; O nosso transporte público é um dos mais caro do mundo e com a pior qualidade; e o nosso sistema de saúde está falido.

                Talvez a resposta para o caos que está se instalando no meio das classes menos favorecidas do Brasil esteja na falência das suas instituições, como explicitado acima. Uma nação onde a justiça falha em demasia, tende a rumar para a desordem.



Texto integral de Pedro Paulo de Oliveira.
               



AS DESGRAÇAS DAS COPAS DO MUNDO.


Para a maioria que pensa que a Copa do Mundo este ano no Brasil será uma desgraça, ainda não mensurou a tragédia que está acontecendo no Catar, um país governado por uma monarquia absoluta, onde a mesma família está no poder desde meados do século XIX. Para se ter uma ideia do está ocorrendo, basta saber que somente nos últimos meses morreram mais de 1200 operários nas obras dos estádios bilionários que estão sendo construídos por lá. A maioria dos trabalhadores é proveniente do Nepal e da Índia. Essa maioria é formada por miseráveis, arregimentados em povoados afastados da civilização, esfomeados, e que deixam suas casas e suas famílias com a promessa de ganhar muito dinheiro no país bilionário dos Emirados Árabes. Segundo previsões de órgãos dos direitos humanos internacionais, devem morrer mais de 4.000 operários até 2022, ano que o Catar sediará a Copa do Mundo.

Algumas instituições internacionais de defesa dos direitos humanos já estão pedindo à FIFA que cancele a Copa do Mundo no Catar. No entanto,  o órgão maior de controle do futebol no mundo parece que não está nem aí para os miseráveis que estão sendo aniquilados nas obras do país árabe.

Só para se ter uma ideia dos desamando nesse país onde as liberdades são privilégios dos detentores do poder, esses trabalhadores miseráveis são submetidos a turnos de mais de 12 horas, sem condições de segurança ou higiene, não têm direitos a tratamentos de saúde ou assistência social. Uma grande parte deles sequer recebe seus salários em dia, trabalhando em troca de um alojamento sub-humano e de duas refeições diárias de qualidade duvidosa.

Do outro lado, o Catar tenta passar a imagem de um país moderno, copiando - e mal copiado – a arquitetura e a arte ocidentais. Pagam valores astronômicos para artistas norte-americanos e europeus exporem e venderem suas artes na capital e outras cidades que consideram importantes. O governo do Catar compra esses artistas e manda prender os artistas locais. O que não dá para entender são esses artistas se venderem para uma ditadura que não respeita, no mínimo, os direitos humanos.

Até 2022, muita água vai rolar e muitos miseráveis ainda vão morrer nas obras bilionárias do Catar, e a FIFA, de olho nas cifras que entrarão nos seus cofres, pouco vai se importar com um punhado de miseráveis que morrerão por conta do evento que ela administra.

Quanto à Word Cup 2014 in Brazil, a FIFA, também, pouco se importa se milhões de reais estão sendo desviados dos cofres públicos na corrupção passiva e ativa entre governantes e empresários responsáveis pelas obras dos estádios que sediarão os jogos. Uma coisa é certa: O Brasil não está preparado para sediar a Copa do Mundo. Basta ver o caos  do transporte público, da segurança e da saúde. A maioria dos países europeus, além dos Estados Unidos, está emitindo cartilhas, através das agências de viagens, prevenindo os turistas para os perigos do Brasil, alertando-os, em especial, para o Rio de Janeiro e São Paulo onde os assaltos e assassinatos de turistas estrangeiros são frequentes.  

O mais cruel de tudo, seja no Brasil ou no Catar, é que prevalece o lucro, a soberba, a corrupção e o desprezo sobre a questão social. Como entender que se possam gastar bilhões de reais ou de dólares em obras faraônicas, enquanto milhões passam fome, morrem trabalhando dignamente, não têm direitos sociais e, muito menos, direito de reclamar? 

Texto de Pedro Paulo de Oliveira. - 
Especialista em política, palestrante e Consultor Técnico da Cabral e Oliveira. 

Imagem: Folha.

                   

quinta-feira, 8 de maio de 2014

BRASIL: 108 ANOS PARA ALCANÇAR OS EUA


Publicado por Luiz Flávio Gomes na página de JUSBRASIL

O Banco Mundial, adotando nova metodologia, divulgou em 30/4/14 que o Brasil é a 7ª economia do planeta. As dez maiores potências econômicas são (na ordem): Estados Unidos, China, Índia, Japão, Alemanha, Rússia, Brasil, França, Reino Unido e Indonésia (Fonte: Banco Mundial:http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2014/04/30/ranking-do-banco-mundial-traz-brasil-comoa7-maior-economia-do-mundo.htm). Mantidos os ritmos e números atuais (continua a notícia), o Brasil vai demorar 124 anos para alcançar o PIB da Austrália. Nosso PIB per capita foi de US$ 11.875 em 2012. Tem crescido a uma taxa média de 4,5% ao ano. O da Austrália é de US$ 42.640 e aumenta a uma taxa de 3,4% ao ano. Para chegar no mesmo patamar dos EUA vamos necessitar de 108 anos, porque eles têm PIB per capita de US$ 49.922, com crescimento de 3,1%. Alcançaremos o Reino Unido em 47 anos, a Itália em 30 anos etc. Na China o PIB per capita tem crescido acima de 10% ao ano.

Em distribuição de renda, Brasil fica em 80º lugar. Em um ranking baseado no PIB per capita, que também usa o critério de Paridade do Poder de Compra, a situação é bastante diferente. O PIB per capita é um critério mais confiável para medir a distribuição de renda. Por este parâmetro, o Brasil ocuparia apenas a 80ª posição em um ranking mundial. Os Estados Unidos aparecem em 12º lugar e a China, em 99º. O gravíssimo problema dos EUA e do Brasil, dentre outros, não é sua riqueza, sim, sua distribuição, extremamente desigual (nesse item quem bem está cumprindo a lição de casa são os países “escandinavizados” (Noruega, Suécia, Islândia, Dinamarca, Holanda, Coreia do Sul etc.), que contam com apenas 1 assassinato para cada 100 mil pessoas.
Os EUA, com a globalização das últimas quatro décadas, criaram o primeiro império capitalista mundial, sem colonizar o mundo inteiro (sem invadir fisicamente o mundo todo). Isso jamais tinha ocorrido na história (veja Ellen Wood). Mas sua desigualdade é brutal. O trabalhador norte-americano ganhava há 20 anos US$ 48 mil; em 2010, US$ 34 mil. A dívida familiar explodiu. O capitalismo, bravamente, derrotou (e fez muito bem) todos os “ismos” adversários: comunismo, socialismo, stalinismo etc. Mas não cumpriu o dever de casa, de promover o bem-estar de todos os trabalhadores, que são os consumidores que dão vida para o sistema capitalista. Sem consumo não existe mercado, sem mercado não existe produção e sem produção não existe crescimento nem trabalho. Sem crescimento a economia fica esclerosada, estagnada. A China, ainda em 2014, deve se transformar na primeira economia do mundo, passando os EUA, porque ostenta forte crescimento (em que condições humanas ela está crescendo é outra coisa, que aqui não temos espaço para analisar).
A China e a Coreia do Sul são os dois países emergentes que mais rapidamente alcançariam a renda per capita dos EUA, se mantivessem o atual ritmo de crescimento. Veja quanto tempo cada nação em desenvolvimento levaria para chegar ao mesmo nível dos americanos.
Descrição: Luiz Flávio Gomes
Publicado por Luiz Flávio Gomes
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983)...

Imagem: Fundação Ford


terça-feira, 6 de maio de 2014

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA BARBÁRIE


A palavra barbárie deriva lá dos tempos do Império Romano. Os povos que lutaram contra os romanos e foram por eles conquistados eram denominados de bárbaros. Então, para os romanos, as outras civilizações de culturas diversas, eram consideradas atrasadas. No entanto, nem sempre esses povos foram os vilões. Os romanos, sim, pois conquistavam pelo simples prazer de expandir seu império.

Assim, barbárie é tudo que foge à normalidade e ao conceito de civilizado. A civilização, quando está num estágio selvagem, sem lei e sem costumes rígidos, é considerada bárbara, tal como os índios canibais. Ao contrário da barbárie, a civilização chegou ao estágio atual graças às leis que, ao longo dos séculos, foram sendo aperfeiçoadas. Não fosse assim, a Europa ainda estaria sob o terror da  Inquisição e das Cruzadas. Nessa linha de pensamento, imaginemos um grupo de pessoas passando numa rua, olhando uma mulher e, do nada, um dos seus membros grita que ela é uma bruxa. Essa mulher é agarrada, amordaçada e levada a um tribunal onde prevalece o poder do terror. Ela é condenada sem provas e queimada numa fogueira em praça pública (qualquer semelhança com o Brasil atual é mera coincidência). Essa era comum durante o período da Inquisição nua e crua. A lei era ditada por grupos de pessoas que se achavam os donos da verdade, ligados ao Catolicismo e ao poder dos monarcas. As pessoas eram trucidadas nas suas casas e nas ruas; meninas eram estupradas na frente dos seus pais; e os filhos eram assassinados por nada.

A Barbárie, como se conceitua, ocorreu ao longo da história das civilizações e ocorre, ainda, em várias partes do mundo. Fala-se que que o período negro da humanidade aconteceu na Idade Média, onde com as Cruzadas e a Inquisição. Certamente esse foi um período tenebroso da raça humana. A Igreja Católica, em nome de Jesus Cristo, praticou, com o apoio de muitos monarcas europeus, atos inomináveis, mandando para a fogueira inocentes. O caso mais emblemático dessas condenações é o de Joana D' Arc, uma camponesa francesa usada para conclamar, em nome de Deus, o povo a lutar contra os ingleses. Foi capturada pelos ingleses e condenada como bruxa, à fogueira, pela mesma igreja que ela defendeu na França. Acabou, anos mais tarde, sendo transformada em Santa.

A barbárie, como a conhecemos  historicamente, continua a acontecer pelo mundo. Basta dar uma passada na Síria, no México, na Venezuela, em vários países do Oriente Médio, na África e, principalmente, no Brasil. O que aconteceu, recentemente, em São Paulo, não justifica nada relativo à civilização. Tal como nos tempos da Inquisição, uma mulher ia para casa de Bicicleta, foi confundida com uma sequestradora de crianças e atacada pela turba. Foi amordaçada e espancada até a morte. O pior de tudo é que a maioria dos seus algoses, homens e mulheres, pelo que a Polícia já apurou, é formada por pessoas de personalidades duvidosas. Uma dessas pessoas, presa hoje, nem documentos portava. A execução da mulher, que era mãe de dois filhos, foi assistida por uma multidão enfurecida, que aplaudia e a tudo filmava.

Enquanto o nosso governo se preocupa em terminar as atrasadas obras para a Copa do Mundo e com uma eleição que promete muitos jogos perigosos, a população, desnorteada, está a mercê de bandidos perigosos. Uma parte da juventude, transviada e enlouquecida, aterroriza os cidadãos de bem. Esta semana, um garoto de 11 anos assassinou um empresário num assalto. Seu comparsa tinha apenas 14 anos. O brinquedo desses garotos é matar de verdade.

Ou o governo para, se reúne e repensa o modelo de educação e segurança que está aí, ou o Brasil vai cair no abismo.    

Texto de Pedro Paulo de Oliveira.

Imagem: Quadro de Cândido Portinari - Retirantes  

   

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...