segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS - UMA DISCUSSÃO OBRIGATÓRIA




A QUEM NÃO INTERESSA A LEGALIZAÇÃO DE ALGUMAS DROGAS? 


                    Essa é a pergunta que se tem que fazer. A discussão tem que partir da premissa de que a legalização das drogas não interessa a muita gente poderosa da América Latina e, principalmente, dos Estados Unidos. Tal como existem os cartéis das drogas, chefiados por homens e mulheres carniceiros, cruéis e implacáveis na disputa pelo comando de impérios do crime, existem os cartéis de combate ao tráfico e aos traficantes. Bilhões de dólares saem dos bolsos dos contribuintes norte-americanos e vão parar nas mãos de governos quase sempre corruptos e volúveis com a desculpa de que serão usados para combater o crime organizado. Conversa fiada. O crime relacionado ao tráfico de drogas está cada vez mais organizado e cruel. No Brasil foi apreendido um helicóptero da família Perrela (com membros no congresso Nacional, na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais e na Diretoria do Cruzeiro Esporte Clube) abarrotado de cocaína. Somente o piloto foi incriminado. No Rio de Janeiro, o tráfico continua a comandar as favelas, desafiando quaisquer ações do governo do Estado e desmoralizando as Unidades de Polícia Pacificadora – UPPs. No México os traficantes praticam execuções em massa dos seus desafetos; e na Bolívia e na Colômbia, os governos fazem de conta que combatem o tráfico, embolsando o rico dinheirinho dos cidadãos dos Estados Unidos. Enquanto isso as fábricas de armas ficam cada vez mais ricas, distribuindo armamento pesado para os dois lados de uma guerra, onde morre mais inocentes do que bandidos.

Pedro Paulo de Oliveira
O REDATOR NACIONAL



10 RAZÕES PARA LEGALIZAR AS DROGAS 

Publicado por Liberdade Juridica - Por Juan Carlos Hidalgo

A Legalização colocaria fim a parte exageradamente lucrativa do negócio do narcotráfico, ao trazer para a superfície o mercado negro existente.




2. A legalização reduziria dramaticamente o preço das drogas, ao acabar com os altíssimos custos de produção e intermediação que a proibição implica. Isto significa que muita gente que é viciada nestas substâncias não teria que roubar ou prostituir-se com o fim de custear o atual preço inflacionado destas substâncias.

3. Legalizar as drogas faria com que a fabricação dessas substâncias se encontre dentro do alcance das regulações próprias do mercado legal. Abaixo da proibição, não existem controles de qualidade ou vendas de doses padronizadas.

4. O narcotráfico tem estendido seus tentáculos ao cenário político dos países. A legalização acabaria com esta nefasta aliança do narcotráfico e o poder político.
5. Legalizar as drogas acabaria com um fonte importante de corrupção, a qual aumenta em todos os níveis do governo devido ao fato de uma substancial parte de toda a classe de autoridades tem sido compradas, subornadas e extorquidas por narcotraficantes, criando um grande ambiente de desconfiança por parte da população quanto ao setor público de forma geral.

6. Os governos deixariam de desperdiçar bilhões de dólares no combate as drogas, recursos que seriam destinados a combater os verdadeiros criminosos: os que violam os direitos dos demais (homicidas, fraudadores, estupradores, ladrões etc).

7. Com a legalização se acaba com o pretexto do Estado de violar nossas liberdades civis com o fim de levar a cabo esta guerra contra as drogas. Grampos telefônicos, buscas, registros legais, censura e controle de armas são atos que atentam contra nossa liberdade e autonomia como indivíduos.

8. Legalizar as drogas desativará a bomba-relógio em que se converteu a América Latina, especialmente os países andinos, América Central e México. Isto tem levado a uma intervenção crescente por parte dos EUA, país que desde quase mais de uma década vem fortalecendo sua presença militar na região de uma maneira nunca vista desde o fim da Guerra Fria.

9. Em uma sociedade onde as drogas são legais, o número de vítimas inocentes produzidas pelo consumo e venda de entorpecentes seria reduzido substancialmente. Grande quantidade de pessoas que nunca consumiram essas substâncias ou que não estão relacionadas com essa atividade se veem prejudicadas ou perdem a vida devido as “externalidades” da guerra contra as drogas: violência urbana, abusos policiais, confiscos de propriedades, revistas e buscas equivocadas, entre muitos outros casos.

10. A legalização conduzirá a sociedade a aprender a conviver com as drogas, tal e como tem feito com outras substâncias como o álcool e o cigarro. O processo de aprendizagem social é extremamente valioso para poder diminuir e internalizar os efeitos negativos que derivam do consumo e abuso de certas substâncias.

[1] Juan Carlos Hidalgo é o analista político para a América Latina do Center for Global Liberty and Prosperity. Escreve frequentemente para os jornais americanos International New York Times, Miami Herald, Forbes, Huffington Post, New York Post, El País (Espanha), La Nación (Argentina), El Tiempo (Colômbia), El Universal (México), El Comercio (Perú), e El Mercurio (Chile). Atua como comentarista recorrente nos canais BBC News, CNN 

Imagens: sempretops


MORRE ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES - E O BRASIL PERDE UM DOS MAIORES EMPRENDEDORES DA SUA HISTÓRIA.


 ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES E O SEU LEGADO DEPOIS DA SUA MORTE.

Antônio Ermírio de Moraes estava em casa na noite de domingo, dia 24 de agosto de 2014, quando faleceu por insuficiência cardíaca, aos 86 anos. Havia um bom tempo que ele já vinha debilitado, sem poder mais sair nas suas longas maratonas de visitas às suas empresas. No entanto, muito embora estivesse fora do comando direito do Grupo Votorantim, soube preparar seus filhos para o comando não só de um conglomerado empresarial, mas de um grupo de empresas que contam um pouco da história industrial do Brasil.
 
Antônio Ermírio de Moraes sempre acreditou no Brasil e apostou que valia a pena ser empresário construindo a sua história com ética, respeito ao social - com educação e saude de qualidade - e visão no futuro. Percebia-se nele, na sua maneira de trabalhar, que a sua obra seria para a posteridade. Ele não construia algo para terminar com a sua partida: perene era a sua meta; o Brasil era o seu sonho de uma nação grandiosa e respeitada no mundo todo. Por conta desse sonho de um Brasil poderoso, chegou até a se enveredar na política como candidato ao governo paulista em 1986 pelo PTB. No entanto, perdeu para Quércia do PMDB. Nunca mais se arriscou a disputar uma eleição, decepcionado, talvez, com os rumos que a campanha tomou, levando-o a ser derrotado. Com a sua ausência da política, perdeu São Paulo e o Brasil. 


Antônio Ermírio de Moraes era engenheiro formado nos Estados Unidos e iniciou sua vida empresarial no Brasil em meados do Século XX, logo no final de era Vargas, momento em que o Brasil passava por grandes transformações, tanto na política quanto na área industrial, tentando deixar de ser um país extremamente agrícola e implantando seu parque industrial. Foi aí que Antônio Ermírio fundou a Companhia Brasileira de Alumínios - CBA, expandindo-se, logo depois, para a siderurgia com o ferro gusa (Siderúrgica Barra Mansa entre outras). Foi pioneiro no plantio de eucalipto para servir de combustível para suas siderúrgicas, com fazendas em Passa Quatro e Andrelândia, no Estado de Minas Gerais, entre outras. 

Uma das maiores paixões de Antônio Ermírio de Moraes  talvez tenha sido o Hospital  Beneficência Portuguesa, para o qual deu parte da sua vida, tendo sido seu Presidente por décadas. Esse Hospital é referência em cirurgias cardiológicas no Brasil e no mundo, além de servir de exemplo de que uma gestão séria na área de saude é possível.

Antônio Ermírio de Moraes teve, ainda, uma atividade de escritor de artigos que foram e ainda são publicados em jornais e revistas de âmbito nacional. Mas, seu hobby era o teatro. Escreveu e produziu três peças teatrais, focalizando problemas brasileiros, que foram representadas em várias cidades do Brasil: Brasil S.A., SOS Brasil e Acorda Brasil. É membro da Academia Paulista de Letras. No site: http://www.antonioermirio.com.br/  essas peças podem se acessadas de forma completa.
 

José Pastore conta com maestria a epopeia desse grande brasileiro no Livro "ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES - Memórias de Um Diário Confidencial". O livro é prefaciado pelo ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso.

O GRUPO VOTORANTIM EMITIU, HOJE, A SEGUINTE NOTA:


“Com o falecimento do Dr. Antônio Ermírio de Moraes, o Grupo Votorantim perde um grande líder, que serviu de exemplo e inspiração para seus valores, como ética, respeito e empreendedorismo, e que defendia o papel social da iniciativa privada para a construção de um país melhor e mais justo, com saúde e educação de qualidade para todos. Dr. Antônio deixa a esposa, Dona Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos”. 


O corpo de Antônio Ermírio de Moraes está sendo velado no Salão Nobre do Hospital Beneficência Portuguesa e seguirá par ao Cemitério do Morumbi, na cidade de São Paulo, onde será enterrado às 16 horas.

Texto de autoria de Pedro Paulo de Oliveira.  
       


  

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

INTERNET, BAIXARIAS E VULGARIDADE




Publicado por Luiz Flávio Gomes

Cacá Diegues bem sintetizou a problemática: “A internet é um espaço de progresso humano, através dela podemos dizer o que pensamos a um número superior de pessoas, além de nossas relações. Até acho mesmo que, de algum modo, ela nos levará a uma nova forma de gestão política em que poderemos dispensar a representação dos que não nos representam. Mas não aguento mais receber ‘informes políticos’ insanos de ativistas de todos os partidos, nessas vésperas de eleições. São textos do mais baixo nível, contendo óbvias infâmias e mentiras ostensivas, conclamando os destinatários a ações antidemocráticas contra o governo ou contra a oposição, numa linguagem primária, desprovida de sentido e grosseira. A internet pode ser também um espaço de irresponsabilidade e de apologia da violência política. Como não podemos mais abrir mão dela, cabe a nós tentar evitar que isso acabe acontecendo” (Globo 9/8/14: 20).

Nossa primeira alma é composta do Eu nas relações comunitárias menores: família, local do trabalho, escola, bairro etc. Nesse ambiente reduzido sabemos do nosso valor, da importância que temos para os outros, do respeito ao outro etc. A segunda alma (dilacerada) surgiu quando o Eu passou a viver em grandes cidades (onde a despersonalização é a regra). É aí que sentimos nosso pouco valor, um ser composto de quase nada e cuja existência muitas vezes fica sem sentido algum.

Essa segunda alma depauperada (nos grandes centros urbanos) foi substituída pela alma digital, que apareceu com a internet. Esta proporcionou a recuperação do Eu, a exteriorização da espontaneidade não refinada, a ilusão de que temos enorme valor, a sensação de que somos relevantes perante o mundo, a liberdade (que a democracia nos confere) de opinar sobre tudo e sobre todos; tudo isso, no entanto, sem as mediações da civilização, da ética e dos bons costumes (Gomá Lanzón).

Do “Penso, logo existo” passamos para o “Existo ou apareço (com minhas postagens), depois eu penso”. É a negação completa do pensamento do filósofo Descartes. O Eu não civilizado, não domesticado moralmente, mas independente e livre por força da democracia, tem todo direito de existir e de expressar publicamente suas ideias, tanto quanto o civilizado, quanto o mais seleto grupo cultural (afinal, todos são dotados da mesma dignidade ao nascer). Nisso consiste a igualação da democracia, que é marcada, no entanto, pela desigualação moral de cada um dos seus membros.

A prazerosa vulgaridade se instalou na nossa cultura (Gomá Lanzón 2009: 12). Tornou-se um direito de todos. É fruto da sonhada igualdade e liberdade (inerentes ao sistema político democrático). Normalmente o exercício dessa prazerosa vulgaridade não traz maiores consequências para o indivíduo ou para a coletividade. Em outras ocasiões sim, ela se torna nefasta.

A privacidade (mundo recatado do qual as pessoas se orgulhavam) foi vencida pela extimidade (colocação da intimidade para fora), que é comandada pelo “Apareço, logo existo”. Primeiro postar, depois pensar. Há coisas fantásticas na democracia e na internet. Ao lado delas, também vemos igualitarismo, massificação e profunda mediocridade: três frutos da democracia (dizia Tocqueville), especialmente da digital (acrescentaríamos).

Com a massificação (que apareceu em 1793, na França) teve início o desaparecimento do bom gosto e dos bons costumes. Tudo foi ficando líquido (Bauman), excêntrico (Stuart Mill), poroso, transitório.
A moral aristocrática (defendida por Nietzsche) foi substituída (ou é compartilhada, em muitos lugares) pela moral da prazerosa vulgaridade democrática, que se caracteriza (a) pela espontaneidade do Eu, (b) pela liberação dos instintos elementares e (c) pela ausência de mediações culturais e simbólicas civilizatórias (Gomá Lanzón).

Qual a saída para isso? Temos que reformar nossa prazerosa vulgaridade e isso pode ou deve ser feito, sobretudo, por meio da exemplaridade (Gomá Lanzón). Seja exemplar (para seus filhos, para sua família, para seu bairro, para sua cidade, para seu país). Uma nova paideia (educação cívica) tem que ser dirigida à exemplaridade.

É impossível edificar uma cultura sobre as areias movediças da vulgaridade (diz Gomá Lanzón 2009:12), visto que “nenhum projeto ético coletivo é sustentável se está baseado na barbárie de cidadãos liberados, porém, não emancipados, personalidades incompletas, não evoluídas, instintivamente autoafirmadas e desinibidas – dispensadas – do dever”.


Professor
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...