quinta-feira, 14 de julho de 2011

HOJE É O DIA MUNDIAL DO ROCK

O ano, creio, era 1978. Se não foi esse ano, contudo, pouco importa. O que vale foi o que presenciei naquela época, e tem tudo a ver com o dia de hoje. Eu e muitos dos meus amigos moravámos em Volta Redonda. Estávamos na primavera, disso eu me lembro por que as árvores da vila Santa Cecília estavam todas floridas e o clima ainda era ameno. Uma fila imensa havia se formado em volta do Teatro Gacemss para o grande show daquela noite. Raul Seixas era a principal atração, precedido por ninguém menos que Juca Chaves.

Quando vimos, na fila, Raul Seixas chegando num veículo imenso – creio que era um Dodge Dart – todo paramentado e dele foi retirado com a ajuda de dois seguranças que o carregaram para dentro do teatro, senti uma imensa frustração. Acreditei que ele não agüentaria fazer seu show. Todos, na fila, se revoltaram com a cena que assistiram e alguns até vaiaram. Mesmo assim teimamos, compramos o ingresso e entramos no teatro para ver no que ia dar aquela noite.

Havia uma tensão reinante no interior do teatro, um clima de revolta das pessoas na expectativa dos shows de Juca e Raul. Mas a estrela principal era o Raul. Era incontestável o culto que a nossa geração nutria por Raul Seixas. Sabíamos que a bebida e a droga o estavam consumindo. Mas as suas músicas eram hinos para toda a juventude daquela época.

Juca Chaves entrou, descalço, cabelos desalinhados, escrachado e falando palavrões. Cantou, com maestria, a Cúmplice e desceu o pau na Ditadura Militar. No meio do seu show, a polícia do Exército invadiu o palco e o levou preso. Muitos outros jovens também foram presos ao se revoltarem com a prisão do Juca. O Teatro se transformou num barril de pólvora até que, inesperadamente, alguém, no palco, anunciou a entrada de Raul Seixas.

Lembro-me que as luzes do palco foram apagadas e assim ficaram por mais de três minutos, até que, em meio à fumaça e luzes coloridas surgiu, pequenino, magro e vestido com roupas da Tropicália, Raul Seixas triunfante e calando todos nós que duvidávamos que ele pudesse fazer aquele show como esperávamos. Fez uma grande apresentação, cantando, tocando sua guitarra e dançando como se estivesse em transe. No fundo, todos desconfiávamos que algum incomum havia sido feito para que ele conseguisse toda aquela energia. Mas o que nos importava era a apresentação do nosso Rei do Rock.

Nunca mais esquecerei aquela noite de primavera em Volta Redonda. Tenho plena certeza que, da mesma forma, todos que estavam lá no Teatro Gacemss, também não esquecerão a apresentação grandiosa de Raul.

O Rock, assim como a MPB, era as formas de expressão musical que nós tínhamos para catalisar nossas emoções e frustrações com a falta de liberdade imposta pela Ditadura Militar ou mesmo pela enxurrada de porcarias que nos era imposta nas escolas e nas ruas por ordem dos governantes. Assim, o Rock transformou o mundo na voz e no gingado de Elvis Presley, na irreverência dos Beatles e dos Rowling Stones e na guitarra de Jimi Hendrix; depois, veio Queen, com o inesquecível Fred Mercury e tantas outras bandas que marcaram as gerações dos anos setenta e oitenta; no Brasil, Legião Urbana, Engenheiros do Havaí, Titãs e tantas outras bandas fizeram a cabeça da nossa juventude.

Como não reverenciar o ROCK neste e em todos os dias das nossas vidas? Parabéns ao ROCK que explodiu pelo mundo afora graças aos meninos de Liverpool que, a partir de 1960, se tornaram o maior fenômeno musical da história da música universal e a Elvis Presley que, sem nunca ter saído dos Estados Unidos, foi aclamado como o Rei do Rock.
No Brasil, podemos e devemos aclamar nomes como o de Renato Russo e tantos outros. Mas, sem sombra de dúvida, o maior nome do Rock brasileiro será, sempre, RAUL SEIXAS.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

VIAGENS DA CÂMARA EM VEÍCULOS DOS VEREADORES E OUTRAS NOTÍCIAS...

O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais publicou, recentemente, nota onde responde à consulta sobre se os Vereadores podem se deslocar do Município em viagens oficiais em seus próprios veículos. Na nota os relatores da resposta à consulta se posicionam contra. Assim, o Vereador que se deslocar do Município em seu veículo e receber dos cofres do Município o adiantamento ou o reembolso para tal ofício estará praticando ato ilegal, onde o Presidente da Câmara, que autorizar tal despesa, estará incorrendo em ato de improbridade adminstrativa,passível de ação por parte do Ministério Público. Portando, cuidado senhores Edis no momento de viajarem a serviço do Legislativo! Exitem formas legais e devem ser observadas.

O OFÍCIO DE TAXISTA, AO QUE TUDO INDICA, AGORA VIROU UMA PROFISSÃO RECONHECIDA PELA LEGISLAÇÃO. O CONGRESSO ACABA DE APROVAR UMA LEI QUE LEGALIZA A PROFISSÃO DESSES TRABALHADORES. MAS NÃO CONFUNDAM A LEGALIZAÇÃO DA PROFISSÃO COM A CONCESSÃO DAS LICENÇAS PARA SE ATUAR COMO TAXISTA.

A REFORMA ELEITORAL E AS MAZELAS DOS POLÍTICOS

A forma como são eleitos deputados federais, deputados estaduais e distritais e vereadores é um dos temas centrais e mais polêmicos da reforma política e será o primeiro item da pauta da reunião de terça-feira (22/3) da comissão do Senado que estuda o assunto.

A discussão sobre propostas que alteram o sistema eleitoral brasileiro é considerada uma das mais importantes da reforma política e será feita em conjunto com o segundo tema do dia, as coligações partidárias.

O sistema proporcional de lista aberta, atualmente utilizado nas eleições para esses cargos, tem recebido inúmeras críticas, mas não há consenso sobre o modelo que poderia substituí-lo. O PSDB defende o voto distrital misto, enquanto o PT se mantém a favor do voto proporcional com lista fechada. Já o PMDB e o presidente da Comissão de Reforma Política, Francisco Dornelles (PP-RJ), defendem o chamado "distritão", ou seja, o voto majoritário para estados e municípios.

Se não chegarem a um entendimento, os senadores da comissão poderão decidir no voto qual modelo irão incluir no anteprojeto que será apresentado para votação dos demais senadores.


Uma das críticas ao sistema atual é que o eleitor quando vota em um candidato pode contribuir para eleger outros que pertençam ao mesmo partido (ou coligação). Isso ocorre porque, no sistema proporcional de lista aberta, o voto não é contabilizado apenas para o candidato, mas também para seu partido ou coligação. E é o número total dos votos válidos de cada agremiação que define a quantidade de vagas a que a legenda terá direito.


Por causa dessa lógica, um candidato "puxador de votos" (capaz de conquistar, sozinho, uma grande fatia do eleitorado) ajuda a eleger colegas de partido ou coligação, até quando a votação deles é menor que a de candidatos de outras legendas.


Lista fechada


O PT defende a manutenção do sistema proporcional, desde que a lista aberta seja substituída pela lista fechada. No sistema de lista fechada mais difundido, o eleitor vota no partido, que define uma relação de candidatos em ordem de prioridade. Os petistas querem lista fechada em conjunto com o financiamento público, argumentando que isso evitaria, por exemplo, o encarecimento das campanhas.


"Defendemos um sistema no qual haja a preponderância de partidos ideológicos e programáticos", reiterou Humberto Costa (PE), líder do PT no Senado.


Os críticos da lista fechada afirmam que esse modelo enfraquece o vínculo entre os candidatos e os eleitores e reforça o poder das cúpulas das legendas. Francisco Dornelles, por exemplo, diz que "tal sistema levaria, hoje, à ditadura das cúpulas partidárias".

Distrital misto e ′distritão`


Para substituir o sistema vigente, senadores do PSDB defendem o voto distrital misto, modelo que mescla características dos sistemas proporcional e majoritário. Representante dos tucanos na comissão, senadora Lúcia Vânia (GO), é favorável a esse sistema, mas reconhece que há parlamentares da legenda que preferem o distrital puro - no qual os estados são divididos em distritos e cada distrito escolhe, de forma majoritária, apenas um representante. No entanto, ela acredita que o partido conseguirá formar um consenso em torno do sistema misto.


Também Francisco Dornelles considera o voto distrital puro "a solução ideal", mas avalia que a divisão de estados em diversos distritos eleitorais seria uma coisa "muito complexa e difícil de operacionalizar neste momento". Por isso, ele sugere, "como primeiro passo", a conversão de estados, no caso de eleição para deputado, e de municípios, no caso dos vereadores, em grandes distritos (daí o apelido "distritão"), onde seriam eleitos apenas os mais votados.


Tanto o presidente do Senado, José Sarney, como o vice-presidente da República, Michel Temer , ambos do PMDB, defendem o "distritão". O representante do partido na comissão, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), considera que a proposta terá o apoio de todo o partido.


"Esse é um tema que caminha com alguma tranquilidade dentro do PMDB - avalia Eduardo Braga. Ele informa que sua primeira opção era o voto distrital misto, mas, como também considera difícil a implantação desse sistema neste momento, vai seguir a bancada do seu partido."


A proposta, porém, é criticada pelo petista Humberto Costa:

"O distritão significa a abolição definitiva dos partidos políticos, pois leva a uma personalização ainda maior das campanhas [já que o voto se destina unicamente ao candidato] e torna as eleições ainda mais caras, privilegiando os candidatos mais ricos", argumenta.


Coligações

A discussão sobre coligações partidárias (segundo tema da reunião de terça-feira) está diretamente relacionada ao modelo em vigor - proporcional de lista aberta. Ao fazer uma coligação, dois ou mais partidos políticos se unem para concorrerem à determinada eleição. Essa estratégia ajuda as legendas que, sozinhas, não conseguem votos suficientes para atingir o quociente eleitoral.



Se o Congresso decidir pelo fim do voto proporcional em lista aberta, "perdem sentido as coligações para eleger deputados e vereadores", conforme explica Francisco Dornelles. Na votação em lista fechada, os eleitos seguem a ordem definida pelo partido e, no sistema distrital, o que prevalece é a eleição do candidato mais votado.

Humberto Costa diz que seu partido defende o fim das coligações por entender que ela é "a própria negação do voto proporcional e a própria negação da existência dos partidos".

"A representação especialmente na Câmara dos Deputados e nas câmaras de vereadores e nas assembléias legislativas, é uma representação do voto popular, é uma representação do povo. E, para tal, nós temos os diversos partidos que representam os segmentos. Se nós fazemos a coligação proporcional, nós diluímos os componentes políticos e ideológicos que caracterizam cada proposta. Temos, inclusive, uma distorção no resultado final das eleições", diz o líder petista.



Reforma política: comissão aprova sistema eleitoral com lista fechada




Por exemplo, um estado que tenha a representação de dez deputados na Câmara Federal e teve 20% dos votos terá os dois primeiros candidatos de sua lista eleitos. Com as coligações partidárias proibidas pela mesma proposta de reforma, o eleitor passa então a votar diretamente em uma legenda, sem correr o risco de eleger algum candidato de outro partido. Por outro lado, o cidadão não sabe previamente quais candidatos exatamente estará elegendo, apesar de ter conhecimento da lista completa do partido. O modelo só vale para as eleições de deputados - federais, estaduais e distritais - e vereadores. A proposta ainda passará pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário.

Da Agência Senado


COMENTÁRIO:

O que se dpreende desse imblóglio todo, nessa discussão da qual poucos brasileiros estão cientes e conscientes, é que, mais uma vez, as águias do Congresso Nacional estão se debatendo em pleno voo para se manterem vivas. ao que parece, pelas propostas apresentadas ao projeto de reforma política, alguns avanços estão sendo propostos. contudo, contra eles já se arvoram muitos políticos tradicionais.

Em resumo, nessas propostas todas apena uma coisa deveria estar em evidência: A VONTADE DO ELEITOR. O REsto - Partidos políticos, coligações, voto proporcional, voto distrital e listas de votações deveriam vir em segundo plano. Esse negócio do eleitor encher um candidato de voto e, com esses votos, acabar elegendo candididatos que ele seguer conhecia, é um absurdo. A sua vontade nunca é expressa nesse sistema ultrapassado e malandro.

Vamos esperar e ver no que vai dar toda essa briga de propostas. No próximo ano teremos eleições municipais e seria de bom alvitre que votassem logo a nova legislação eleitoral que vigorará para essa disputa para que os eleitores possam tentar entender como estarão escolhendo seus novos vereadores e prefeitos.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

ITAMAR FRANCO E O MENINO JUAN MORAES

 A HISTÓRIA PRECISA SER REESCRITA PARA QUE AS INJUSTIÇAS SEJAM PUNIDAS E ENFRENTADAS COM CORAGEM




Estive, durante os últimos dias, pensando em como falar de Itamar Franco e do Menino Juan Moraes ao mesmo tempo. Fiquei meio sem rumo, confesso. Queria unir os dois fatos num só, de maneira que as poucas pessoas que acessam meu blog pudessem assimilar algo de importante nessas duas mortes; de forma que todos pudessem tirar algum proveito, alguma lição dessas duas perdas. Custei a decidir escrever sobre os dois ao mesmo tempo. Hoje, sentei-me defronte ao computador e resolvi escrever aleatoriamente sobre ambos, sem o compromisso de falar de uma convenção, mas apenas pela vontade e pelo dever, como brasileiro, ser humano e cidadão, de expressar-me e falar sobre o que sinto de ambas as mortes.

Sobre Itamar Franco estou mais apto a falar intimamente. Lembro-me dele num primeiro encontro que tivemos, no ano de 1981,em São João Del Rey, no solar dos Neves, ao lado de Tancredo Neves, Aécio Neves - ainda como secretário do avô -, Dona Risoleta - nos servindo café em xícaras de porcelana -, e outros vários políticos da minha cidade. Itamar Franco era, então,candidato a Senador pela chapa Tancredo Neves governador de Minas. Ele sorria sempre, muito espontâneo. Riu ainda mais quando Tancredo contou sobre o medo que passou em Andrelândia ao fazer a barba com o barbeiro que ajudara a condenar quando atuou como promotor naquela comarca. Mas o barbeiro não se vingou. Afinal, não queria ser preso novamente.

Eu estava, naquela época do encontro com Itamar, com apenas 22 anos e senti o que ele mostraria para todo o Brasil a partir de então: um caráter forte e honesto. Venceu a eleição, bem como Tancredo também.

Naquela eleição para o governo de Minas, contudo, eu queria destacar que se não fosse por Itamar Franco, Tancredo Neves jamais teria sido governador de Minas Gerais. Itamar foi o político responsável por aglutinar as s forças da Zona da Mata mineira em torno do nome de Tancredo e, no palanque, com um discurso corajoso, conclamou o povo de Minas Gerais para a mudança. Assim, derrotaram o poderoso ministro da Ditadura Militar, Eliseu Resende.

Muitas outras vezes encontrei com Itamar Franco na sua trajetória política. Só não tive o prazer de encontrá-lo quando ele foi presidente da República. Mas exultei-me quando ele teve coragem de enfrentar o todo poderoso Senador Antônio Carlos Magalhães, mandando-o às favas.

Não conheci o menino Ruan Moraes e não tomei café na sua humilde casa, assim como não conheci a garota negra que foi assassinada em minha cidade e jogada no meio de entulhos há alguns meses atrás. - Até agora não tive notícia sobre o seu provável assassino. - Li que a ossada de Juan foi encontrada às margens de um rio próximo do local em que ele desapareceu e onde ocorreu o possível confronto entre policiais e traficantes. Ele foi enterrado, às pressas, ontem, e sob forte escolta policial (O enterro de Itamar também teve a escolta dos Dragões da Independência diante do Palácio da Liberdade em Belo Horizonte, o seu caixão foi coberto pelas bandeiras de Minas e do Brasil e foi carregado por homens das três forças armadas). Quanto aos familiares de Juan, estão sob a proteção do estado, proteção essa dada a testemunhas sob risco. (a família de Itamar também teve a proteção do estado, suas filhas tiveram avião a disposição e continuarão recebendo os dividendos de Itamar). Mas o pai de Juan está tomado pelo medo de que invadam a sua casa e quer dispensar a proteção do estado.

Bem... O que se tira de tudo isso é que as mortes são diferentes.Infelizmente são. Um, morto por policiais ou bandidos, teve seu corpo totalmente desrespeitado e enterrado em cova rasa; o outro, foi cremado com todo respeito - e merecido respeito - e as suas cinzas foram levadas para Juiz de Fora onde serão guardadas ao lado dos restos mortais da sua mãe.

Que Itamar, após a sua morte, possa ser sempre lembrado como um homem de dignidade e que sobreviveu à corrupção, e que a morte do menino Juan não seja em vão. Que ela sirva para nos mostrar que precisamos reformar nossas instituições e colocar nelas homens melhores para nos proteger, homens como Itamar Franco, que enfrentou Antônio Carlos Magalhães, não deixou que privatizassem a CEMIG, enfrentou Fernando Henrique Cardoso quando ele quis transpor o Rio São Francisco e apoiou, para surpresa de todos, Lula na sua primeira vitória como Presidente.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira

 

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...