segunda-feira, 24 de outubro de 2011

OS HERÓIS ESTÃO MORTOS




Cresci acreditando em muitos heróis. Ensinaram-me nas escolas que Tiradentes era o símbolo da independência do Brasil – Liberdade ainda que tardia – O tempo passou e hoje sei que ele foi um personagem que, ao lado de homens que enriqueciam roubando da Coroa Portuguesa e nada faziam pelo povo oprimido e miserável, Tiradentes também fez fortuna e deixou seus herdeiros muito bem aquinhoados de bens. Quantos aos demais inconfidentes, foram homens que defendiam seus interesses econômicos e que queriam se livrar de Portugal para ficarem ainda mais ricos.

Sinto-me frustrado, pois descubro, na minha idade adulta, que os bandeirantes não passavam de homens cruéis, assassinos de índios, estupradores de índias, ladrões das riquezas das tribos indígenas e mercenários sem escrúpulos. Concluo que os jesuítas não passavam de agentes a serviço da coroa portuguesa e do enriquecimento da Igreja Católica; não respeitavam a cultura indígena; e muito menos tentavam salvar os índios da extinção. Descubro, infeliz, que D. Pedro I não passava de um fanfarrão, obediente aos interesses da aristocracia do Brasil Império, viciado em prostitutas e que morreu de sífilis por conta disso. D. Pedro I, aliás, nunca gritou “Independência ou Morte”. Deveriam parar de ensinar isso nas escolas.

Depois, vem um Duque de Caxias cantado em prosa, versos e telas de pintores, empunhando sua espada em batalhas memoráveis. Liderou o exército brasileiro na Guerra do Paraguai. Contudo ai de nós se não fosse a ajuda da Argentina e do Uruguai. Foi uma covardia o cerco a Solano Lopes, pois o que se estava em jogo era a destruição da mais poderosa e independente nação da América Latina a mando da Inglaterra. Paraguai era, na época, um exemplo que não poderia ser seguido. Assim, a Inglaterra armou a Tríplice Aliança para destruí-lo.

E os heróis da República? Vejo um Marechal Deodoro da Fonseca proclamando uma república para defender os interesses da Inglaterra e dos Estados Unidos, o exército sufocando impiedosamente qualquer resistência ao novo regime, D. Pedro II sendo julgado sumariamente e expulso do país de forma humilhante.

E Tiradentes? Não passou de um lacaio nas mãos dos inconfidentes. Foi escolhido para servir de exemplo do poder e da crueldade da Coroa Portuguesa que sugava o Brasil e destruía nossas riquezas naturais vendendo-as por ninharias aos ingleses. Seu enforcamento não foi visto por quase ninguém e o seu esquartejamento foi algo tétrico: espalharam seus pedaços pelas estradas que saiam de Vila Rica. Muitos anos mais tarde, o novo regime imposto aos brasileiros, a república de mentira, cópia mal feita dos Estados Unidos, precisava de um herói e foi escolhido o quase esquecido Tiradentes.


É... Parece que os meus heróis estão todos mortos. Quanto mais eu pesquiso, quanto mais eu estudo, mais eu descubro que tentaram incutir-me falsos heróis, grandes homens, defensores da liberdade e da justiça que nunca existiram.


PEDRO PAULO DE OLIVEIRA

sábado, 22 de outubro de 2011

ENFIM, KADHAFI MORTO, UM ALÍVIO PARA QUEM?

Tenho tentado compreender e sintetizar na minha mente como ocorreram as mortes de Muamar kadhafi e do seu filho Muatasim. Li as explicações do líder dos rebeldes líbios, Omran el Oweib, um engenheiro elétrico que se tornou militar e afirmou ser ele o responsável. Ele assegurou, na sua declaração, que kadhafi estava escondido em uma galeria de esgoto e foi arrastado de lá pelos rebeldes enfurecidos. Disse que pediu aos soldados que não o matassem. Contudo – declarou - Kadhafi já estava ferido, caminhou dez passos e caiu. Daí em diante, continuou a falar o líder rebelde, nada pôde fazer pela vida do ex-ditador, mas ainda tentou salvá-lo levando-o para um hospital.

Os próprios soldados rebeldes filmaram a carnificina e espalharam as imagens pelo mundo através do twitter. O que se viu foi um show de horror ao bom estilo dos filmes da saga de sexta feira 13, como se mostrar ao mundo cenas dessa ordem fosse contribuir realmente para a democracia. Repito o que já disse anteriormente: a forma como estão sendo conduzidas as revoluções no norte da África e nos demais países do Oriente Médio lembra a Revolução Francesa no seu pior período; lembram, ainda, a instalação do comunismo na Rússia e nos demais países do mundo. Foi uma crueldade e uma carnificina geral.

Que foram os rebeldes líbios que mataram o ex-ditador líbio e seu filho na última quinta-feira não resta nenhuma dúvida. O que me pergunto é como ocorreram essas mortes e até onde eles, os rebeldes, esconderão a verdade.

Os corpos de Muamar Kadhafi e do seu filho Muatasim ainda estão aguardando as decisões sobre como serão enterrados e apodrecem em um contêiner. As pessoas fazem filas para vê-los, tapam os narizes e gritam; ”Deus é grande!”
Diante das últimas declarações do ex-premiê espanhol, até que a morte de Kadhafi foi um alívio para muita gente, gente grande, líderes poderosos. O ex-premiê andou falando que o ex-ditador era extravagante, mas era um “bom amigo”. Essa frase, vinda de um ex-líder europeu, soou dolorida aos ouvidos de toda a Europa e aos Estados Unidos. Assim, melhor que ele tenha morrido que a dar explicações em um tribunal onde, certamente, relembraria os bons tempos, nem tão distantes, dos acordos com a França, com a Espanha, com a Inglaterra e, principalmente, com os Estados Unidos.

Obama, ruim nas pesquisas pela derrocada da economia norte americana, adiantou-se, hoje, em reafirmar o papel libertador dos Estados Unidos, além de ser a nação defensora da democracia e o país mais poderoso do mundo. Disse, ainda, que, sob seu governo, foi eliminado Osama Bin Laden e Muamar kadhafi, o povo líbio foi libertado e os soldados do seu país deixarão o Iraque em breve. Duvido que essas declarações melhorem a imagem do primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
Agora, que esses líderes europeus e a Casa Branca estão se lixando para os povos desses países em estado de convulsão social e guerra civil, é a pura verdade. Só tomam atitudes, como mandar suas forças armadas para essas regiões, quando estão em jogo seus interesses naquelas regiões. Por que não bombardeiam, também, o palácio do governo da Síria, quando estão ocorrendo fatos semelhantes naquele país aos que ocorreram no início da revolução na Líbia? Outros países da África passam pelo mesmo processo e estão esquecidos por esses líderes, além de ostentarem um multidão de miseráveis passando fome.

O que estamos assistindo, além, é claro, das imagens horrendas de Muamar Kadhafi morto, é o início de uma nova ordem mundial e é bom que prestemos atenção. Nessa ordem os meios usados para se estabelecer e derrubar governos serão sutilmente espalhados através das redes sociais. Depois, se necessário for, homens e mulheres, repetindo ações perpetradas pela humanidade em todas as revoluções, farão o resto empunhando armas.

Essas revoluções costumam funcionar com síndromes. Elas vão se espalhando num crescendo, criando novos pensamentos, novas ordens. De um país passam para outro e para outro e vão derrubando governos que até então se achavam intocáveis e infalíveis. Vamos esperar para ver no que vai dar tudo isso. Por aqui, no Brasil, a única revolução que estamos precisando fazer é para exterminar a corrupção enraizada como praga, como erva daninha em todos os meios de governo. Para isso temos as REDES SOCIAIS.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CARNIFICINA A LA KADHAFI

Quem conseguir acessar os vários vídeos postados na internet de ontem para hoje mostrando a captura, os atos de violência e o assassinato de Muamar Kadhafi vai compreender o valor da vida humana, a pequinês do ser humano e que todos somos, na grande maioria, animais sádicos. Foi algo estarrecedor a forma como Kadhafi foi capturado, inicialmente com dois tiros nas pernas; depois, foi arrastado, com sangue jorrando para todos os lados, por uma multidão insana que gritava "Deus Existe"; logo a seguir, entre gritos desconexos, ele foi torturado e executado. Mais tarde, ele e seu filho, ambos mortos, foram apresentados ao mundo como troféus. As Câmeras fcalizaram, enfim, o ditador morto.

Disso tudo é preciso tirar uma reflexão muito séria. Esses atos mundo afora estão a lembrar a carnificina promovida pela Revolução Francesa, inclusive, guilhotinando seus principais líderes, além de toda a corte, incluindo os filhos, ainda crianças, do monarca. Lembram, ainda, vagando pela história, as atrocidades promovidas por Lenin e Stalin no início do regime comunista na Rússia em nome de uma sociedade mais justa e igualitária e tudo não passou de uma balela, pois a maioria do povo continuou na miserabilidade. Mesmo assim, depois, em nome disso tudo, formaram a poderosa a União Soviética ao custo de invasões e guerras com os países vizinhos. Esses atos atuais lembram a queda do Regime fascista na Itália, com a execução de Mussolini e de todos quanto o apoiavam. A reflexão deve pousar sobre quem está promovendo todas essas ditas "REVOLUÇÕES" e as razões por trás de tudo isso. A multidão insana, a exemplo de outros tempos, promoveu atos atrozes. Mas, no final das contas, ela será relevada mais uma vez, colocada no seu devido lugar e alguém e alguns se beneficiarão da queda e morte de Muamar Kadhafi. os líderes do Ocidente já se adiantaram em elogiar a morte do ditador da Líbia, dizendo que chegou ao fim um regime cruel de mais de 40 anos. Contudo, eles não citam que por mais de 30 anos a maioria deles apoiou o ditador cruel. Ainda durante o ano de 2010, Muamar Kadhafi desfilou livremente por Roma.

Ora, os grandes chefes que apoiavam Kadhafi de repente viraram-lhe a costas. Sarkozy, o Presidente pop da França, casado com a bela modelo, logo que sentiu os ventos desfavoráveis ao ditador da Líbia, se adiantou e exigiu que a OTAN assumisse os ataques aéreos na guerra contra Kadhafi. Chegou a ameaçar um ataque da França, mesmo sem o apoio da OTAN, caso ela não assumisse o comando internacional dos bombardeios. Ao mesmo tempo, José Maria Aznar, ex-premier da Espanha, num discurso feito para estudantes da Universidade de Nova Yorque, criticou os ataques aéreos à Líbia por parte da OTAN e afirmou: “Kadhafi apoiou a luta do Ocidente contra o terrorismo. Kadhafi é um amigo extravagante, mas ele é um amigo”. Aznar, que governou a Espanha de 1996 a 2004, com essas palavra, sintetizou bem a situação na Líbia. O ditador cruel, chamado Muamar Kadhafi, serviu bem aos interesses das poderosas (hoje nem tanto) nações a Europa por, aproximadamente, 40 anos.

Ora, os grandes países da Europa e os Estados Unidos, mais uma vez criaram um monstro (como na estória do Médico e o Monstro) e, não mais conseguindo controlá-lo, trataram de eliminá-lo. Indubitável conclusão!

Muamar Kadhafi acabou de ser vítima do seu próprio veneno. Foi cruel e implacável durante mais de 40 anos, exibindo força, poder e esperteza nas suas negociações. Mandou executar, sem piedade, seus opositores e ensinou seus filhos a serem como ele. Sua prole pagou da mesma forma e foi cruelmente exterminada pela multidão desvairada, violenta e incentivada pelas grandes e poderosas nações.

O primeiro Ministro da França disse, hoje, que o povo líbio está de parabéns, merece respeito e saberá se reerguer, pois tem potencial para isso. Que assim seja e que o exemplo do Iraque e do Afeganistão não se repita na Líbia. Acima de tudo que as imagens de carnificina espalhadas pelo mundo e promovidas pelos rebeldes líbios não sirvam de exemplo a outros povos e nem incentive, ainda mais, as nações do Ocidente a promoverem guerras insanas pelo mundo para defender apenas seus interesses.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A MORTE E AS MORTES DE MUAMAR KHADAFI E O NOVO TEMPO QUE SE INICIA.

Muamar Khadafi assumiu o poder na Líbia em 1969 com apena 27 anos de idade através de um golpe militar (de golpes militares o Brasil entende bem e sofreu com um por mais de 20 anos no mesmo periodo). Era uma época atípica no mundo, onde imperava a Guerra Fria e Muamar Khadafi soube se aproveitar dessa situação e se impor diante dos países, especialmente com o dinheiro produzido pelo petróleo. Aceitou o apoio de várias nações do Ocidente. Ao mesmo tempo, financiou o terrorismo e impôs ao seu povo uma ditadura que gerou riquezas e misérias.

Muamar Khadafi não foi diferente de nenhum grande ditador. Nem foi diferente dos Generais Médici e Geisel do Brasil(os dois mais crueis comandantes da Ditadura Militar Brasileira). Por 40 anos, Muamar Khadafi se manteve no poder impondo um regime cruel e de exceção ao seu povo. Apoiou ataques terroristas em massa contra Israel e Arábia Saudita. Era tido como um pária pelos Estados Unidos tendo em vista seus métodos pouco convencionais de praticar política e se impor no poder. Contudo, os Estados Unidos, no mesmo período vivia em cheque por uma guerra malfadada contra o Vietname e o apoio a ditaduras crueis em países da África e da América Latina, em especial, no Brasil, no Chile e na Argentina. Na verdade os Estados Unidos estava - como está até hoje - acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo. Da mesma forma, agiam outros países do Ocidente, entre eles a Inglaterra, a França, a Espanha e a Itália.

Ora, o petróleo ainda é o combustível do mundo e a Líbia está entre os maiores produtores mundiais, ao lado da Arábia Saudita, Iraque, Síria e outros pequenos países do Oriente. Falar que o ouro negro é uma das razões de todo esse imbróglio é explorar um assunto por demais discutido e provado. Assim, o petróleo está na linha de frente das razões que estão levando às quedas do ditadores árabes.

A forma como se iniciam essas revoluções que culminam na derrocada de impérios e ditaduras, é que mudou. Graças aos gênios criadores do Facebook, messenger e, principalmente, a Steve Jobs, essas revoluções se iniciam através das chamadas "REDES SOCIAIS". Mas, onde será que elas começam? Esta é uma boa pergunta. Tenho a minha opinião formada e afirmo que elas começam nos Estados Unidos, em algum lugar do Pentágono ou da Casa Branca. Assim, tem sido muito mais barato derrubar um governo que não mais atende aos interesses da América do Norte.

Afinal, também, esses países (E.U., Inglaterra, França, Espanha, Itália, etc.)estão pagando um alto preço por explorar e financiar os países do terceiro mundo, como eles passaram a designá-los. Suas economias, dependentes de capitais voláteis, nas mãos de banqueiros e especuladores, foram implodidas, o que, por incrível que pareça, beneficiou países como o Brasil, a China, a Índia, o Chile e, ate mesmo, a Venezuela do amaldiçoado Hugo Chaves ( que já não é mais um problema para os Estados Unidos, pois está com pouco meses de vida pela frente).

A "Revolução através das Redes Sociais se impôs e, através dela, caiu uma ditadura no Egito (mas parece que o tiro saiu pela culatra, pois os militares de lá, que tomaram o poder, estão meio esquisitos e já andam rompendo com os vizinhos apoiadores das potências mundiais). Através das redes sociais caíram, também, outros governos ditadores árabes e está por cair o governo da Síria. Se os resultados que o Ocidente espera dessas quedas será o esperado, só o tempo dirá. Eu, pessoalmente, não acredito em um resultado favorável a eles e o exemplo está muito claro no Iraque e no Afeganistão onde a pobreza aumentou e a guerra civil continua.

Muamar Khadafi está morto. Foi, depois de caçado como um cão raivoso, abatido de forma humilhante, enfiado em um buraco, tal como Saddam Russem. Segundo seu algoz, um jovem das forças rebeldes da Líbia, ele pediu para não se morto. Ma o trofeu não era levá-lo vivo. Foi morto com dois tiros nas pernas e outros na cabeça. Não há que se discutir a sua morte ou a forma como ela foi executada e se foi ordenada. Nas revoluções morrem gente dos dois lados e Muamar Khadafi, no momento, para o seu povo era o pária, o carrasco e o demônio a ser exterminado. O que o mundo precisa saber, a partir de agora, é se o povo da Líbia continuará a ter o apoio dos Estados Unidos e dos seus "países amigos", todos quebrados financeiramente.

Enfim, os Muamar Khadafi árabes, que nasceram sob os auspícios dos países que hoje os derrubam, estão se extinguindo e, em sua maioria, sendo mortos. É o sintoma de um novo tempo? Claro que sim. Mas, que tempo será esse, não pensem os Estados Unidos e os seus amigos que serão os mesmo daqueles em eles davam todas as ordens e todo o mundo obedecia. Esse novo tempo ainda é uma incógnita. Contudo, países como o Brasil, a China e Índia terão um papel preponderante nesse "NOVO TEMPO".

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...