sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

PARA AS MÃES DA SÍRIA E DO BRASIL - LAMENTO DA ALMA



É assim
a chorar a própria dor
O cão late...
a mulher chora
a lágrima escondida,
a alma perdida,
sem embate...

A boca implora (grito mudo - mundo surdo)
miserável absurdo
não há pelo que lutar
não basta a flor
atrás do portão inerte
não há amor
no templo fechado.

O templo não faz a vida voltar
não basta o amor
para tanta dor (guardada no peito)
do que foi desfeito.

O cão late,
olha para a mulher...
ele sente
pressente
a solidão
de quem chora o filho
de quem chora
sua própria dor.

Texto de Pedro Paulo Oliveira.

Imagem: flick

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