segunda-feira, 2 de maio de 2011

A MORTE DE OSAMA BIN LADEN NÃO MUDA NADA

E por fala em heróis, os Estados Unidos estão comemorando a morte de Osama Bin Laden. Durante 10 anos o exército norte-americano caçou esse homem de forma implacável matando muitos inocentes nessa perseguição. Era questão de honra para os norte-americanos eliminarem o mentor do cruel e covarde atentado às Torres Gêmeas em Nova Iorque que ceifou a vida de quase 4.000 pessoas em 11 de setembro de 2001. Nessa caçada implacável certamente muito mistério existe, tal como existiu e ainda existe na prisão Guantánamo.

Não há o que se discutir quanto ao direito de se eliminar O Bin Laden. Nenhuma lei pode justificar o que ele e os seus seguidores fizeram. Contudo, o terrorismo está infestado de outros homens como ele, capazes de perpetrar atentados iguais ou piores que o de 11 de setembro. Com a morte de Osama não termina o terrorismo ou amaina a sanha dos terroristas.
Acredito, inclusive, que se abre, nesse momento, uma ferida e os grupos islâmicos radicais – que não representam a maioria do islamismo – certamente irão contra-atacar de forma sinistra e covarde novamente.
A Lei de Talião em disputas apaixonadas como a que move essa gente do Oriente Médio não deveria ser aplicada, pois só leva a uma infinita carnificina, onde a maioria das vítimas é inocente. Na guerra contra o terrorismo e do terrorismo contra os impérios, para cada soldado ou terrorista morto, três civis são sacrificados.

A mágoa que move os radicais islâmicos está no orgulho ferido de um povo que vive onde nasceu a civilização e que agora se sente humilhado pelos impérios do ocidente. Cada ser vivente naquelas terras do oriente sabe que o interesse das potências nas suas terras e no domínio da sua gente está, ainda, no “ouro negro”. Outra coisa que eles jamais aceitarão é a presença de Israel avançando cada vez mais sobre as suas fronteiras, plantando acampamentos de colonos e impondo sua força bélica.

A morte de Osama Bin Laden é apenas mais um capítulo de uma longa guerra que não começou no dia 11 de setembro de 2001 e não termina agora. Esta guerra do terrorismo contra as potências ocidentais e vice-versa ainda nos mostrará muitos enredos sangrentos e cruéis. Osama, como ator principal, deixou sua marca para sempre na história dos grandes líderes cruéis que chacinaram milhares de pessoas sem piedade. Contudo, antes de comemorar, os Estados Unidos deveriam repensar sua maneira de lidar com os demais países do mundo, respeitando o direito dos povos à sua soberania.

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