sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CARNIFICINA A LA KADHAFI

Quem conseguir acessar os vários vídeos postados na internet de ontem para hoje mostrando a captura, os atos de violência e o assassinato de Muamar Kadhafi vai compreender o valor da vida humana, a pequinês do ser humano e que todos somos, na grande maioria, animais sádicos. Foi algo estarrecedor a forma como Kadhafi foi capturado, inicialmente com dois tiros nas pernas; depois, foi arrastado, com sangue jorrando para todos os lados, por uma multidão insana que gritava "Deus Existe"; logo a seguir, entre gritos desconexos, ele foi torturado e executado. Mais tarde, ele e seu filho, ambos mortos, foram apresentados ao mundo como troféus. As Câmeras fcalizaram, enfim, o ditador morto.

Disso tudo é preciso tirar uma reflexão muito séria. Esses atos mundo afora estão a lembrar a carnificina promovida pela Revolução Francesa, inclusive, guilhotinando seus principais líderes, além de toda a corte, incluindo os filhos, ainda crianças, do monarca. Lembram, ainda, vagando pela história, as atrocidades promovidas por Lenin e Stalin no início do regime comunista na Rússia em nome de uma sociedade mais justa e igualitária e tudo não passou de uma balela, pois a maioria do povo continuou na miserabilidade. Mesmo assim, depois, em nome disso tudo, formaram a poderosa a União Soviética ao custo de invasões e guerras com os países vizinhos. Esses atos atuais lembram a queda do Regime fascista na Itália, com a execução de Mussolini e de todos quanto o apoiavam. A reflexão deve pousar sobre quem está promovendo todas essas ditas "REVOLUÇÕES" e as razões por trás de tudo isso. A multidão insana, a exemplo de outros tempos, promoveu atos atrozes. Mas, no final das contas, ela será relevada mais uma vez, colocada no seu devido lugar e alguém e alguns se beneficiarão da queda e morte de Muamar Kadhafi. os líderes do Ocidente já se adiantaram em elogiar a morte do ditador da Líbia, dizendo que chegou ao fim um regime cruel de mais de 40 anos. Contudo, eles não citam que por mais de 30 anos a maioria deles apoiou o ditador cruel. Ainda durante o ano de 2010, Muamar Kadhafi desfilou livremente por Roma.

Ora, os grandes chefes que apoiavam Kadhafi de repente viraram-lhe a costas. Sarkozy, o Presidente pop da França, casado com a bela modelo, logo que sentiu os ventos desfavoráveis ao ditador da Líbia, se adiantou e exigiu que a OTAN assumisse os ataques aéreos na guerra contra Kadhafi. Chegou a ameaçar um ataque da França, mesmo sem o apoio da OTAN, caso ela não assumisse o comando internacional dos bombardeios. Ao mesmo tempo, José Maria Aznar, ex-premier da Espanha, num discurso feito para estudantes da Universidade de Nova Yorque, criticou os ataques aéreos à Líbia por parte da OTAN e afirmou: “Kadhafi apoiou a luta do Ocidente contra o terrorismo. Kadhafi é um amigo extravagante, mas ele é um amigo”. Aznar, que governou a Espanha de 1996 a 2004, com essas palavra, sintetizou bem a situação na Líbia. O ditador cruel, chamado Muamar Kadhafi, serviu bem aos interesses das poderosas (hoje nem tanto) nações a Europa por, aproximadamente, 40 anos.

Ora, os grandes países da Europa e os Estados Unidos, mais uma vez criaram um monstro (como na estória do Médico e o Monstro) e, não mais conseguindo controlá-lo, trataram de eliminá-lo. Indubitável conclusão!

Muamar Kadhafi acabou de ser vítima do seu próprio veneno. Foi cruel e implacável durante mais de 40 anos, exibindo força, poder e esperteza nas suas negociações. Mandou executar, sem piedade, seus opositores e ensinou seus filhos a serem como ele. Sua prole pagou da mesma forma e foi cruelmente exterminada pela multidão desvairada, violenta e incentivada pelas grandes e poderosas nações.

O primeiro Ministro da França disse, hoje, que o povo líbio está de parabéns, merece respeito e saberá se reerguer, pois tem potencial para isso. Que assim seja e que o exemplo do Iraque e do Afeganistão não se repita na Líbia. Acima de tudo que as imagens de carnificina espalhadas pelo mundo e promovidas pelos rebeldes líbios não sirvam de exemplo a outros povos e nem incentive, ainda mais, as nações do Ocidente a promoverem guerras insanas pelo mundo para defender apenas seus interesses.

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