quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A MORTE E AS MORTES DE MUAMAR KHADAFI E O NOVO TEMPO QUE SE INICIA.

Muamar Khadafi assumiu o poder na Líbia em 1969 com apena 27 anos de idade através de um golpe militar (de golpes militares o Brasil entende bem e sofreu com um por mais de 20 anos no mesmo periodo). Era uma época atípica no mundo, onde imperava a Guerra Fria e Muamar Khadafi soube se aproveitar dessa situação e se impor diante dos países, especialmente com o dinheiro produzido pelo petróleo. Aceitou o apoio de várias nações do Ocidente. Ao mesmo tempo, financiou o terrorismo e impôs ao seu povo uma ditadura que gerou riquezas e misérias.

Muamar Khadafi não foi diferente de nenhum grande ditador. Nem foi diferente dos Generais Médici e Geisel do Brasil(os dois mais crueis comandantes da Ditadura Militar Brasileira). Por 40 anos, Muamar Khadafi se manteve no poder impondo um regime cruel e de exceção ao seu povo. Apoiou ataques terroristas em massa contra Israel e Arábia Saudita. Era tido como um pária pelos Estados Unidos tendo em vista seus métodos pouco convencionais de praticar política e se impor no poder. Contudo, os Estados Unidos, no mesmo período vivia em cheque por uma guerra malfadada contra o Vietname e o apoio a ditaduras crueis em países da África e da América Latina, em especial, no Brasil, no Chile e na Argentina. Na verdade os Estados Unidos estava - como está até hoje - acendendo uma vela para Deus e outra para o diabo. Da mesma forma, agiam outros países do Ocidente, entre eles a Inglaterra, a França, a Espanha e a Itália.

Ora, o petróleo ainda é o combustível do mundo e a Líbia está entre os maiores produtores mundiais, ao lado da Arábia Saudita, Iraque, Síria e outros pequenos países do Oriente. Falar que o ouro negro é uma das razões de todo esse imbróglio é explorar um assunto por demais discutido e provado. Assim, o petróleo está na linha de frente das razões que estão levando às quedas do ditadores árabes.

A forma como se iniciam essas revoluções que culminam na derrocada de impérios e ditaduras, é que mudou. Graças aos gênios criadores do Facebook, messenger e, principalmente, a Steve Jobs, essas revoluções se iniciam através das chamadas "REDES SOCIAIS". Mas, onde será que elas começam? Esta é uma boa pergunta. Tenho a minha opinião formada e afirmo que elas começam nos Estados Unidos, em algum lugar do Pentágono ou da Casa Branca. Assim, tem sido muito mais barato derrubar um governo que não mais atende aos interesses da América do Norte.

Afinal, também, esses países (E.U., Inglaterra, França, Espanha, Itália, etc.)estão pagando um alto preço por explorar e financiar os países do terceiro mundo, como eles passaram a designá-los. Suas economias, dependentes de capitais voláteis, nas mãos de banqueiros e especuladores, foram implodidas, o que, por incrível que pareça, beneficiou países como o Brasil, a China, a Índia, o Chile e, ate mesmo, a Venezuela do amaldiçoado Hugo Chaves ( que já não é mais um problema para os Estados Unidos, pois está com pouco meses de vida pela frente).

A "Revolução através das Redes Sociais se impôs e, através dela, caiu uma ditadura no Egito (mas parece que o tiro saiu pela culatra, pois os militares de lá, que tomaram o poder, estão meio esquisitos e já andam rompendo com os vizinhos apoiadores das potências mundiais). Através das redes sociais caíram, também, outros governos ditadores árabes e está por cair o governo da Síria. Se os resultados que o Ocidente espera dessas quedas será o esperado, só o tempo dirá. Eu, pessoalmente, não acredito em um resultado favorável a eles e o exemplo está muito claro no Iraque e no Afeganistão onde a pobreza aumentou e a guerra civil continua.

Muamar Khadafi está morto. Foi, depois de caçado como um cão raivoso, abatido de forma humilhante, enfiado em um buraco, tal como Saddam Russem. Segundo seu algoz, um jovem das forças rebeldes da Líbia, ele pediu para não se morto. Ma o trofeu não era levá-lo vivo. Foi morto com dois tiros nas pernas e outros na cabeça. Não há que se discutir a sua morte ou a forma como ela foi executada e se foi ordenada. Nas revoluções morrem gente dos dois lados e Muamar Khadafi, no momento, para o seu povo era o pária, o carrasco e o demônio a ser exterminado. O que o mundo precisa saber, a partir de agora, é se o povo da Líbia continuará a ter o apoio dos Estados Unidos e dos seus "países amigos", todos quebrados financeiramente.

Enfim, os Muamar Khadafi árabes, que nasceram sob os auspícios dos países que hoje os derrubam, estão se extinguindo e, em sua maioria, sendo mortos. É o sintoma de um novo tempo? Claro que sim. Mas, que tempo será esse, não pensem os Estados Unidos e os seus amigos que serão os mesmo daqueles em eles davam todas as ordens e todo o mundo obedecia. Esse novo tempo ainda é uma incógnita. Contudo, países como o Brasil, a China e Índia terão um papel preponderante nesse "NOVO TEMPO".

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