sábado, 7 de setembro de 2013

O QUE NÃO TEM CONSERTO NEM NUNCA TERÁ




O que não tem conserto nem nunca terá
...
O que não tem governo
Nem nunca terá!
O que não tem vergonha
Nem nunca terá!
O que não tem juízo...


Chico Buarque de Holanda e a sua arte continuam contemporâneos. Em especial a música “O Que Será”, uma obra belíssima feita durante a Ditadura Militar, proibida por um tempo e, depois, liberada. Qual era a mensagem que Chico mandava para o governo militar e para os brasileiros nos versos da sua criação? Ora, simplesmente que existem governos que não têm conserto; que existem povos que não têm governo e nem nunca terão; que existem políticos que não têm vergonha e nem nunca terão; e que existem os inconsequentes, que não têm juízo e nem nunca terão.

O Regime Militar caiu, apodreceu como uma fruta sem sementes que desanda ainda dependurada no pé e, cheirando mal, cai por terra, servindo, apenas, para os vermes e abutres. Muitos anos se passaram desde então, exatamente três décadas desde que os militares saíram do poder, deixando algumas heranças malditas. Uma delas foi a de submissão econômica ao Velho Mundo e aos Estados Unidos; outra, foi um exército de políticos corruptos, sem vergonha, sem juízo e sem conserto, como na apologia de Chico Buarque.

O Regime Militar e o advento de um consumismo exacerbado, importado de Hollywood, além da destruição da cultura genuinamente nacional que despontava no início dos anos 60, conseguiu alienar nossa juventude. Os que ousaram se contrapor e protestar, tentando salvar nossas raízes, ou foram mortos, ou foram torturados, ou foram exilados. Tudo isso foi feito em nome da salvação do mundo contra o Comunismo que a extinta União das Repúblicas Socialistas (União Soviética – comandada pela Rússia) espalhava pelo mundo, com a promessa de uma sociedade igualitária e regida pela classe trabalhadora. O que não passou, na verdade, de outra mentira cruel, pois só visava o aumento do poder dos Russos.

Nessa mesma esteira, da defesa do mundo, os Estados Unidos, com o seu governo negro, que apesar da cor escura do seu Presidente, em nada se diferencia dos seus antecessores, espiona a Presidente do Brasil, as grandes empresas nacionais e pessoas que eles consideram necessário vigiar. Nessa mesma esteira, eles querem invadir a Síria, para provar sua hegemonia militar para o mundo. A Síria, como está, precisa de uma intervenção imediata de uma força internacional. Mas, que seja comandada pela ONU, com todas as resoluções aprovadas e assinadas. Só a ONU pode pressionar a Rússia a desistir de continuar protegendo o governo sírio. O que não pode voltar é a queda de braços entre Rússia e Estados Unidos. Queda de braços que pode acabar redundando numa disputa para ver quem é mais forte militarmente.

Alguma coisa precisa mudar na mentalidade daqueles que governam o mundo. A maioria engana seus povos com promessas vãs. No poder, simplesmente atendem aos interesses de pequenos grupos, empobrecendo, ainda mais, a maioria da população em detrimento de dos ricos.

Que a humanidade, através dos seus líderes, nunca foi justa, todos nós sabemos. Basta estudar um pouco sobre as atrocidades praticadas por Lenin e Stalin durante a criação do império soviético e compreenderemos essa verdade. Ambos foram ditadores cruéis e implacáveis contra seus adversários. Juntos mataram milhões de inocentes em nome do comunismo pregado por Karl Max no seu livro “O Capital”. O regime que eles criaram e espalharam para muitos países, nada tinha a ver com a filosofia de Max.


No Brasil, por conta da Guerra Fria, uma disputa pela hegemonia do mundo entre Estados Unidos e Rússia, foi implantado o regime militar que atrasou o seu desenvolvimento em mais de 50 anos. O Brasil é uma nação extremamente dependente de outros países por conta desse atraso. Existem regiões do Brasil que ainda vivem sob a imposição de coronéis do poder, onde a população paga um alto preço governada por políticos mesquinhos que visam somente os privilégios do palácio, desviando os recursos para as suas famílias e amigos. O pior de tudo nesse “negócio político doentio” é a inoperância e, muitas vezes a conivência dos “fiscais da lei”, sejam eles do Legislativo, ou do Judiciário.

Assim, os escritos de Chico Buarque de Holanda continuam atualizadíssimos quando ele afirma: ... “o que não tem governo, nem nunca terá...”. O que fazer, então, para mudar o mundo? Sou céptico quando a mudar o mundo para melhor. Nós, seres humanos, sempre fomos uma raça dotada de egoísmo; de uma vontade de ter e poder; e somos viciados em acumular bens, desde que descobrimos, ainda na idade da pedra, que o acúmulo de bens materiais nos diferenciava dos demais, nossos semelhantes. Esse sentimento é inerente a qualquer um de nós, mesmo aqueles que defendem ideais de justiça, estão, na verdade, defendendo a sua supremacia perante outros que estão no poder, seja por inveja, seja por não concordar com a sua forma de governar. Na verdade, somos filhos do orgulho e da ganância.

A exceção à regra, essa regra de poder que avança sem limites sobre a juventude que se aliena e se alimenta cada vez mais em ritmos e imagens, representa, contudo, a salvação do planeta e dos seres humanos. Muito embora os que lideram a defesa da justiça e do planeta, busquem, também, o poder, são eles que fazem o contraponto, salvando o meio ambiente e criando leis que mantém o equilíbrio da sociedade, para que haja ordem e a raça humana e tudo o mais que lhe é importante não pereça.



Texto de Pedro Paulo de Oliveira

Imagens: Google.



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