quinta-feira, 16 de junho de 2011

INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA E O SENADOR CRISTÓVAM BUARQUE NOS ESTADOS UNIDOS

O ex-ministro Cristóvan Buarque, dentro da mais poderosa nação do mundo,os Estados Unidos, lembrou-me uma passagem histórica que ocorreu com o então embaixador brasileiro, Rui Barbosa, durante a histórica 2ª Conferência de Paz de Haia, em 1907, na Holanda. A primeira conferência de paz de Haia havia ocorrido em 1.899 e visava debelar ou evitar conflitos bélicos entre as potências. Como havia um clima de animosidade na Europa no início de 1900, em 1.907 a Rainha da Holanda e o Tzar da Rússia convocaram uma nova conferência de paz que ocorreu em julho daquele ano. Foram feitos muitos debates e o Brasil, ao final, enviou Rui Barbosa para representá-lo. Ao chegar a Haia, pequeno e meio desajeitado, Rui Barbosa não causou nenhum impacto. Pelo contrário, ao que consta, causou críticas e chacotas. Contudo, durante a conferência, ele deu um verdadeiro show de diplomacia, cultura e firmeza, fazendo das suas idéias baluartes para todos os debates. Foi, ao final da conferência, alcunhado a Águia de Haia. Foi nessa conferência que nasceu a idéia de um Tribunal Internacional para julgar os crimes de guerra. A conferência, infelizmente, não conseguiu evitar a eclosão da I Grande Guerra Mundial, mas plantou a idéia das Nações Unidas e do Tribunal Internacional de Justiça.

Agora, outro brasileiro da um show nos Estados Unidos. Seu nome? Cristovam Buarque. Ex-governador do Distrito federal, senador da nossa república e ex-ministro da educação apresentou-se, a convite, numa universidade dos Estados Unidos e transcrevo, abaixo, o texto retirado do Facebook:

SHOW DO MINISTRO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS

Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!

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