quarta-feira, 30 de março de 2011

O HOMEM QUE AJUDOU A MANTER A ESTABILIDADE E A SALVAR A DEMOCRACIA NO BRASIL

Quando a história julgar verdadeiramente o Vice-Presidente José de Alencar deixará explícito nos seus anais o papel que ele teve na primeira eleição de Lula. Sem ele Lula jamais haveria de ter conseguido estabilizar a economia brasileira naqueles primeiros e conturbados momentos do seu governo. O Capital saia de nosso país em vôos à velocidade incalculáveis e foi ele, dono do maior império textil do mundo, que garantiu aos seus colegas empresários que tudo estava bem, que nenhum banqueiro ou industriário seria perseguido; garantiu que nenhuma empresa seria nacionalizada; e deu certeza que o Brasil honraria seus compromissos internos e internacionais.

Homem de persoanlidade forte, forjada na lida diária para vencer num mundo globaolizado e cruel, não hesitou em destoar da política econômica comandada por Palocci, onde os juros exorbitantes cobrados no Brasil inviabilizava o nosso desenvolvimento. Mas, solidário a Lula, entendeu o momento pelo qual passava a nossa economia e se calou, não sem antes, mais uma vez, expressar seu descontentamento.

Nunca escondeu sua a origem humilde e a sua história sofrida até se tornar o magnata da indústria têxtil. Nos seus dicursos, desde o início da sua carreira política, sempre demonstrou orgulho de ser mineiro e que estava político para contribuir com o povo sofrido do Brasil. Ele conhecia bem o sofrimento para ganhar o pão de cada dia, principalmente tendo escolhido Montes Claros para sediar seu império industrial.

Durante o escâdalo do mensalão no governo Lula, quando se falava em impeachment do presidente, José de Alencar foi essencial para manter a estabilidade política. Acredito que quem sem ele como vice de lula o impeachment teria ocorrido novamente no Brasil, tal como no tempo do governo Collor. Dois fatores foram preponderantes para que não houvesse o impeachment: os políticos, tanto do Senado quanto da Câmara dos Deputados, sabiam que tirando Lula fariam-no um herói; esses mesmos políticos também tinham consciência de que o vice-presidente poderia ser mais pragmático do que o presidente a ser deposto. Preferiram manter o metalúrgico de origem miserável do que arriscar a colocar o industrial de origem humilde.

Vou sempre me lembrar dele discursando na inauguração da Cidade Administrativa TAncredo Neves em Belo Horizonte. Eu estava lá representando a minha cidade e pude presenciar José de Alencar discursando por mais de 40 minutos. Foi um memorável discurso onde ele exaltou, principalmente, a ética na política. Naquele mometo eu percebi que José de Alencar já estava imortalizado.

Quanto à sua luta em desfavor do câncer que o consumiu por mais de 13 anos, há pouco que se falar aqui, pois todos nós a acompanhamos pelas emissoras de televisão. Foi uma luta inglória, mas heróica, digna de ser cantada por todos os tempos em homenagem à vida e ao desejo de servir a um ideal.

Acredito que ele, agora, descansa no panteão dos grandes heróis desse nosso Brasil. Ainda bem que lhe prestaram merecidas homenagens, homenagens de heróis da patria, pelo que fez, pelo que foi.

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