terça-feira, 1 de março de 2011

O GRITO DOS EXCLUIDOS – DÊ AO POVO O QUE É DO POVO.

O que existe de comum entre os movimentos de protestos do norte da África e Oriente Médio com as outras revoluções que já ocorreram pelo mundo ao longo da história da humanidade?

A “coisa” como diria a maioria dos brasileiros, começou na Tunísia, em dezembro de 2010, e se espalhou para os países vizinhos, incluindo o Egito, Barein, Líbia, Iêmen, Irã, Kuwait e Marrocos. Na Tunísia e no Egito os protestos provocaram a queda de seus presidentes. O que existe de comum nesses movimentos de massa é a forma como eles se propagam e já delineei esse assunto em artigos anteriores no “MUNDO SOCIALIZADO” em substituição ao já antigo MUNDO GLOBALIZADO. A imprensa não é mais responsável pela comunicação de massa. Como eu disse, é a vez das REDES SOCIAIS. Enganam-se aqueles que pensam que podem controlar esse fenômeno do Sec. XXI.
O traço comum nesses protestos com as demais revoluções que já ocorreram pelo mundo é o momento, o estopim que foi aceso de uma bomba a muito armada, é a ânsia de mudança que o povo tem no seu âmago, principalmente a juventude. Outro traço importante a se destacar nesses movimentos de massa é a mensagem que, num determinado ponto, numa determinada hora, é lançada e assimilada pelo povo que, já cansado dos governos déspotas e eternos no poder, sai às ruas em protestos que se transformam em maneiras de derrubar os governantes.

O que ocorria nos séculos anteriores durante esses levantes populares, é que existia um ou vários líderes que articulavam as ações e conclamava o povo a sair às ruas através de panfletos, chamamentos de casa em casa ou através dos povoados montados em cavalos, gritando vivas á revolução. O povo, cansado de subsistir precariamente, assimilava a mensagem e dava legitimidade aos protestos transformando-o em uma revolução. O que acontece, agora, é, praticamente, o mesmo com a diferença de que não existe um líder, um herói específico. Parece que ninguém sabe quando e onde tudo começa. Mas a “coisa” se espalha e se transforma.

O governo dos Estados Unidos que não é bobo e pretende manter-se na vanguarda das revoluções democráticas, já se arvorou como defensor dos direitos humanos (o que é uma mentira. Basta verificar o que ele fez na prisão de Guantánamo durante as presidências anteriores a Barack Obama) e recentemente posicionou suas frotas navais com armamentos pesados e soldados experientes próximos da Líbia onde Muamar Kadafi teima em ficar no poder e pratica atrocidades contra o seu povo, massacrando os protestos populares através de mercenários fortemente armados.

O mundo precisa se unir para ajudar o povo da Líbia neste instante difícil da sua história. Aquela gente sofrida está conseguindo derrubar uma dinastia corrupta e cruel que perdura há mais de 40 anos no poder e os rebeldes já controlam grande parte do país. A Líbia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e é, praticamente, só o que ela produz. O resto, para o consumo do seu povo, principalmente os alimentos, é importado com o dinheiro da produção petrolífera. Mas, nem por isso, aquela gente conseguiu ser livre e existe muita miséria espalhada por todos os cantos do país. A maior parte da produção de petróleo da Líbia vai para a Europa e esta é a razão pela qual os governos da França e da Inglaterra estão tão preocupados com o desfecho da crise que se desenrola entre Kadafi e seu povo.

Chegou o momento de Kadafi cair? Sim. Não resta dúvida. Ele queria passar o seu governo déspota para os seus filhos e esta é uma das razões da sua renitência no poder. Mas o povo cansou dele e da sua família e a revolução não tem volta. A revolução vai cumprir o seu papel. Mas o que precisa ficar explícito é que as riquezas do subsolo da Líbia pertencem ao seu povo e devem ajudá-lo a sair da miséria e quem quer que seja que vá ajudá-los deve ter isso em mente. Que seja dado ao povo o que é do povo e a césar o que é de césar.

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