sábado, 12 de março de 2011

TRAGÉDIA NO JAPÃO: TODA AÇÃO PROVOCA UMA REAÇÃO DE IGUAL INTENSIDADE, MESMA DIREÇÃO E EM SENTIDO CONTRÁRIO.

Terremoto, tsunami, explosões, desabamentos, mortes... Não há muito que se falar sobre a catástrofe que se abateu sobre o Japão. A imprensa do mundo inteiro está dando prioridade para a cobertura de tudo que passou e está se passando naquele arquipélago do Pacifico, sobre a destruição que se operou por lá nos últimos dias. Vemos as imagens na televisão e ficamos estarrecidos, mas não podemos sentir, mensurar verdadeiramente o tamanho da dor, do desespero e do desamparo daquele povo oriental.

Os japoneses, ao longo da história da humanidade, sempre foram um povo guerreiro, conquistador, orgulhoso, vencedor. A história do Japão está ligada ao romantismo dos samurais e das lendas que os cercam. O orgulho de uma nação poderosa sempre rondou o Japão e isso os fez entrar em várias guerras que lhes causaram sérios prejuízos a culminar com a Segunda Guerra Mundial em que apoiaram a Alemanha de Hitler nas suas pretensões de conquistar todo o mundo civilizado e tiveram Hiroshima e Nagasaki destruídas pelas bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos. Abandonaram a guerra e reconstruíram a sua nação, marcados, para sempre, pelas consequências das explosões atômicas que continuaram a ceifar vidas ao longo dos anos, através do poder da radiação nuclear.

Até há pouco tempo, o Japão dominava a economia mundial atrás apenas dos Estados Unidos. Recentemente perdeu esse posto para China que, através de incentivos à livre iniciativa, à abertura ao capital externo e um mercado de trabalho com mão de obra barata, transformou a sua economia num poderoso mercado consumidor, importador e exportador. Não obstante a perda do posto para a China, sua economia não ia muito bem, atingida pela crise do mercado imobiliário propalada pelos Estados Unidos e do qual o Japão é extremamente dependente. Destarte, a economia do Japão estava bastante combalida.

Agora, para culminar toda uma situação extremamente grave pela qual o Japão vem passando, um abalo sísmico, os deslocamentos de placas tectônicas provocaram um terremoto sobre quase todo o seu território. Mas, se a tragédia fosse somente com relação ao terremoto, os estragos seriam bem menores. Por todo o território japonês as construções foram feitas para suportar terremotos. Claro que esse foi imenso, além da normalidade, superior ao que ocorreu no Haiti. Mesmo assim se fosse só o terremoto, as perdas materiais e de vidas humanas seriam bem menores. As ondas de mais de dez metros de altura que invadiram cidades inteiras da costa japonesa é que foram imprevisíveis em médio prazo e fizeram o estrago que todos estamos presenciando pela televisão.

Como o Japão irá superar mais esse drama ainda não sabemos. Mas superarão com certeza, pois é do feitio do seu povo a superação. Esta será mais uma tragédia a contar nos números de tantas que eles já sofreram, seja por decisões de seus governantes, seja pela força da natureza.
A nós, cá do outro lado do mundo, olhando as imagens pela telinha das nossas televisões, resta uma reflexão: mais uma vez a força da natureza mostra ao homem que nenhuma tecnologia que ele possa criar vai domar a terra. O que o homem precisa fazer é respeitar os limites da natureza da qual ele faz parte intrínseca. Nos últimos meses vimos as tragédias naturais do Haiti, do Chile, do Peru, da Austrália e do Brasil na região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Essas catástrofes nos mostram que a ocupação desordenada do meio ambiente pelo homem só tende a piorar – ou aumentar - a reação das forças naturais contra os invasores. Terceira lei de Newton: "Toda ação provoca uma reação de igual intensidade, mesma direção e em sentido contrário".

Como o ccahorro que apanha, apanha, sofre e logo depois volta para o seu dono, que o açoitou e o afaga, esquecemo-nos das tragédias, não as assimilando como ensinamentos. Esquecemo-nos, como a cigarra, despresando as formigas, de nos prepararmos para o inverno. Mas o inverno é frio e aumenta a nossa fome. Vejo as pessoas olhando as telas da televisão muito mais com um sentimento de curiosidade do que como uma forma de aprendizado, como a dizer: “ Já aocnteceu mesmo, está muito longe, graças a Deus não chegará até aqui e a vida continua...” para muitos partícipes daquela castástrofe a vida não continua ou jamais será a mesma.

Não tenho mais o que falar sobre essa tragédia. Apenas imagino a dor e o desespero de cada um dos sobreviventes dela ou daqueles que perderam entes próximos e amados em todas as recentes catástrofes. Fico pensando nos meus momentos de dor em que perdi alguém que amava muito. Olho para o céu, vejo nuvens carregadas, lembro-me das chuvas, do carnaval que passou e agradeço a Deus por se apiedar de nós, pobres viventes, pequenos e incapazes diante das forças da natureza.

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