sábado, 24 de agosto de 2013

SÍRIA, O HORROR E O SENHOR DA GUERRA.




Ainda ontem o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dando uma entrevista coletiva, sentado confortavelmente na sua poltrona presidencial, disse que não pretende intervir na carnificina humana que está acontecendo na Síria por conta de um ditador enlouquecido. Barack Obama justificou a sua omissão por conta de que é necessário que se analise qualquer intervenção sob a ótica dos interesses dos Estados Unidos. Pelos menos nesse ponto ele foi sincero. Os norte-americanos não têm interesse nenhum em acabar com a guerra da Síria, pois eles não estão nem aí para q questão humanitária. O que lhes importa é a questão econômica e isso já ficou provado através das várias intervenções que eles fizeram em outros países do Oriente Médio, a exemplo do Kuwait, Iraque e, mais recentemente, Líbia.

O contexto de intervenções norte-americanas em outros países é histórico quando se trata de defender interesses das suas multinacionais. Eles herdaram essa sanha dos seus colonizadores, ou seja, dos ingleses. Falando em Inglaterra, esse país é, hoje, parceiro dos Estados Unidos em todas as ações globais, inclusive na hodierna invasão de privacidade dos cidadãos, incluindo, em especial, os brasileiros.

Os últimos ataques das forças do ditador sírio sobre seu povo culminou com a morte de mais de 4.500 civis, incluindo uma quantidade imensa de crianças. As fontes oficiais anunciaram menos de 1.000 mortos. Uma mentira deslavada! A ONU pressiona como pode e, se dependesse de muitos dos seus membros, a Síria já teria sido invadida por forças estrangeiras e o seu ditador deposto ou morto tal como o foi Kadafi. No entanto, a ONU depende da decisão dos Estados Unidos, da Inglaterra, da China e da Rússia. Esses países, simplesmente cruzaram os braços, enquanto dezenas de milhares de sírios fogem do seu país, rumo, mormente, para o Curdistão iraquiano, onde passam toda espécie de necessidades que vão desde a falta de higiene pessoal, falta de medicamentos, moradias, alimentação e segurança. Contam, apenas, com a solidariedade dos Médicos Sem Fronteiras, da ajuda humanitária da Cruz Vermelha e outras entidades anônimas que não são suficientes para devolver-lhes a dignidade.

Quando os Estados Unidos invadiu o Iraque, contradizendo, inclusive, deliberações da ONU, foi feita uma extensa propaganda contra o regime lá vigente. Com certeza os iraquianos mereciam se livrar de anos sob um regime sanguinário. Mas, o que estava por trás de tanto interesse dos Estados Unidos para invadir aquele país? Três coisas: o orgulho ferido de um filho (George W. Bush) presidente da república, por conta de que Saddam Hussein humilhou seu pai (George Bush), ex-presidente da república; e a hegemonia sobre o petróleo na região; e o perigo que representava o regime iraquiano para o poderio e liderança de Israel no Oriente Médio e Norte da África. O mesmo serve para a Líbia, com a diferença de que os Franceses também entraram fundo naquela guerra, por vários interesses econômicos.


Até quando o mundo vai assistir impassível a matança na Síria? Até quando ficaremos omissos vendo crianças morrerem assassinadas por ordem de Bashar al-Assad, um ditador louco que não consegue deixar o poder pela mesma doença que acomete todos os governantes ensandecidos. Ora, a última matança perpetrada pelas forças governamentais sírias foi feita através de armas químicas. As imagens que correram o mundo a partir de quarta-feira passada são chocantes e mostram centenas de crianças mortas nos subúrbios de Damasco. São cenas de um horror só visto na Segunda Guerra Mundial e na Guerra do Vietnam.

Contra um regime como o que está perdurando na Síria não há diálogo nem remédio. Só existe uma solução plausível para acabar com a matança indiscriminada naquele país: O aniquilamento das forças de Bashar al-Assad e a sua deposição, seja ele feita por quaisquer meios. O que não pode continuar é a covardia sobre uma população civil aterrorizada, esfomeada, doente, sem moradia e sem rumo.


Texto de Pedro Paulo de Oliveira
Imagens: busca no Google.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...