sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

CUIDADO! A LIBERDADE DE EXPRESSÃO PODE NÃO VALER PARA VOCÊ.

Julian Assange, fundador do Wikileaks, teve a sua extradição para a Suécia confirmada por um juiz britânico no dia 24 de fevereiro, mesmo após os intensos recursos impetrados pelos seus advogados. Assange é acusado pela justiça Sueca de haver estuprado duas mulheres naquele país, obrigando-as a manter relações sexuais com ele sem o uso de preservativos. Segundo os defensores legais de Assange essa acusação não procede e foi motivada, na verdade, pelo vazamento de informações secretas do governo norte-americano relativas às guerras do Afeganistão e Iraque feitas através do site Wikileaks no ano de 2010. Tanto Assange quanto seus advogados entendem que ele não terá um julgamento isento na Suécia e ainda poderá ser extraditado para os Estados Unidos onde certamente será preso por terrorismo. Os advogados de Assange acreditam até que ele possa ser condenado à morte pelos norte-americanos. Um dos advogados de defesa, Mark Stephen, falou aos repórteres na saída do tribunal, dizendo "estar otimista sobre as possibilidades de apelação", recordando que Assange, até aquele momento, ainda não havia sido acusado formalmente de nada.

O que se discute nesse caso específico de Assange e das informações vazadas pelo site que ele criou - o Wikileaks -, é a legitimidade de se expor documentos tidos como extremamente secretos ou de segurança nacional por uma nação. O mundo globalizado, ou melhor, o mundo ligado através das redes sociais espalhadas na internet, tem uma ânsia alucinada por informações. É a proliferação e a categorização da fofoca virtual através do mundo, onde um assunto polêmico em poucos minutos se espalha por todos os computadores domésticos do planeta. Assim, nessa busca angustiante por informação, não há como impedir que informações, dantes tidas como secretas, sejam vazadas. O que essas nações – potências bélicas e econômicas – precisam entender é que eles não controlam mais plenamente todo o sistema mundial. O controle fragmentou, está solto nas mãos dos internautas e novos sites como o wikileaks surgirão para assombrar os governantes dessas nações.

Os internautas, em rápidos “clicks”, se interagem e uma notícia ou denúncia se espalha como uma tempestade entre eles. O mundo globalizado – termo que nasceu no momento em que as economias dos países se interligaram e ficaram dependentes umas das outras – deixou de existir plenamente, pois as economias nem tão dependentes estão mais uma das outras e a prova está na crise mundial provocada pelos Estados Unidos em 2009 e que foi suportada muito bem pelos países emergentes, em especial o Brasil. Agora, está nascendo o MUNDO SOCIALIZADO, onde a informação corre em tempo real, a comunicação é feita através dos telefones móveis e de todos os meios que a internet pode disponibilizar e a pessoas – jovens e adultos que nunca se viram em carne e osso – num piscar de olhos se encontram e desequilibram toda uma estrutura tida como inabalável.

Resta-nos a consciência de que devemos repensar o nosso próprio momento, observar o que se passa ao nosso redor, dentro das nossas casas e nos computadores usados pelos nossos familiares. A nova geração que está mudando o mundo, a começar pelos países islâmicos, está mostrando que veio para ficar, veio para derrubar costumes enraizados e retrógrados e para dizer que não aceita mais mentiras. Por isso, de nada adiantará a Suécia e os Estados Unidos prenderem e condenarem Julian Assange. Outros meios de denúncias pelas redes sociais da internet surgirão e se espalharão como um furacão pelo planeta.

Certamente, as grandes potências, acostumadas ao controle das situações pelo mundo, não aceitarão facilmente essa nova ordem social, a do MUNDO SOCIALIZADO, e farão de tudo para cercear a liberdade de expressão de cada um na internet e impor as suas verdades. Essas nações investirão milhões de dólares para tentar um controle da situação no seio das redes sociais. Contudo, eles acordaram tarde demais!

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