Elizabete Gomes da Silva é a viúva do pedreiro
Amarildo suspeito de ter sido assassinado por policiais lotados na UPP da
Rocinha no Rio de Janeiro. Ela está desaparecida desde o dia 30 de junho. O seu
desaparecimento aconteceu poucos dias depois da Justiça Militar retirar a
acusação contra o Major comandante da UPP da Rocinha para onde o Pedreiro
Amarildo foi levado depois de ter sido detido por policiais da mesma unidade.
Segundo os familiares de Elizabete, ela voltou a
usar craque e a ingerir bebida alcoólica nos últimos dias. Falava muito no
Amarildo e parecia decepcionada com o andamento das investigações do crime contra
ele.
Os familiares já a procuraram em todos os
lugares, incluindo hospitais, IMLs e, até mesmo, na casa da mãe dela em Natal,
Rio Grande do Norte.
O Caso Amarido causou muita discussão no Rio de
Janeiro e, até mesmo, no Brasil todo. Ganhou até manchetes internacionais pelo
fato de envolver uma Unidade de Polícia Pacificadora – UPP, que pretendia ser
exemplo de trabalho contra a criminalidade. Falavam até em exportar o modelo
para todo o Brasil e outros países tomados pelo narcotráfico, como é o caso de
muitas regiões do nosso país, incluindo as favelas do Rio de Janeiro.
Para justificar a prisão de Amarido, acusaram-no
de pertencer ao tráfico e ser o guardião do arsenal de armas dos traficantes. Nada
disso ficou provado. Desclassificaram Lizabete pelo fato dela ser viciada em
drogas ( o viciado é um doente). Quase todos os policiais da UPP da Rocinha que
estavam de plantão no dia do desaparecimento de amarido foram afastados e estão
sob investigação. No entanto, até agora, nenhum deles foi condenado ou sofreu,
efetivamente, punição por participar do desaparecimento de Amarildo.
A conclusão que nos resta é a de que o estado
nada pode contra o narcotráfico e a corrupção nas suas esferas. A corrupção,
quando confrontada, usa suas armas sem piedade e aniquila aqueles que tentam
acabar com ela. A população do Rio de Janeiro, assim como a de Vitória, São
Paulo e outros tantos estados, continuará a ter medo da polícia, quando deveria
respeitá-la. É uma pena.
Elizabete Gomes da Silva continua desaparecida. Talvez
esteja numa dessas cracolândias da Cidade Maravilhosa que sediará a final da
Copa do Mundo de futebol, entre a Argentina e Alemanha, no domingo dia 13 de
julho de 2014; talvez ela esteja morta nalguma vala comum dos morros do Rio,
depois de ser calada por falar demais, infeliz e drogada; ou, quem sabe, esteja
passeando pela Praia de Copacabana, tomando sorvete ao custo de R$20,00 o
copinho.
Por Pedro Paulo de Oliveira.
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