quinta-feira, 10 de julho de 2014

ONDE ESTÁ AMARILDO E, AGORA, SUA VIUVA ELIZABETE?



Elizabete Gomes da Silva é a viúva do pedreiro Amarildo suspeito de ter sido assassinado por policiais lotados na UPP da Rocinha no Rio de Janeiro. Ela está desaparecida desde o dia 30 de junho. O seu desaparecimento aconteceu poucos dias depois da Justiça Militar retirar a acusação contra o Major comandante da UPP da Rocinha para onde o Pedreiro Amarildo foi levado depois de ter sido detido por policiais da mesma unidade.

Segundo os familiares de Elizabete, ela voltou a usar craque e a ingerir bebida alcoólica nos últimos dias. Falava muito no Amarildo e parecia decepcionada com o andamento das investigações do crime contra ele.

Os familiares já a procuraram em todos os lugares, incluindo hospitais, IMLs e, até mesmo, na casa da mãe dela em Natal, Rio Grande do Norte.
  
O Caso Amarido causou muita discussão no Rio de Janeiro e, até mesmo, no Brasil todo. Ganhou até manchetes internacionais pelo fato de envolver uma Unidade de Polícia Pacificadora – UPP, que pretendia ser exemplo de trabalho contra a criminalidade. Falavam até em exportar o modelo para todo o Brasil e outros países tomados pelo narcotráfico, como é o caso de muitas regiões do nosso país, incluindo as favelas do Rio de Janeiro.

Para justificar a prisão de Amarido, acusaram-no de pertencer ao tráfico e ser o guardião  do arsenal de armas dos traficantes. Nada disso ficou provado. Desclassificaram Lizabete pelo fato dela ser viciada em drogas ( o viciado é um doente). Quase todos os policiais da UPP da Rocinha que estavam de plantão no dia do desaparecimento de amarido foram afastados e estão sob investigação. No entanto, até agora, nenhum deles foi condenado ou sofreu, efetivamente, punição por participar do desaparecimento de Amarildo.

A conclusão que nos resta é a de que o estado nada pode contra o narcotráfico e a corrupção nas suas esferas. A corrupção, quando confrontada, usa suas armas sem piedade e aniquila aqueles que tentam acabar com ela. A população do Rio de Janeiro, assim como a de Vitória, São Paulo e outros tantos estados, continuará a ter medo da polícia, quando deveria respeitá-la. É uma pena.

Elizabete Gomes da Silva continua desaparecida. Talvez esteja numa dessas cracolândias da Cidade Maravilhosa que sediará a final da Copa do Mundo de futebol, entre a Argentina e Alemanha, no domingo dia 13 de julho de 2014; talvez ela esteja morta nalguma vala comum dos morros do Rio, depois de ser calada por falar demais, infeliz e drogada; ou, quem sabe, esteja passeando pela Praia de Copacabana, tomando sorvete ao custo de R$20,00 o copinho.


Por Pedro Paulo de Oliveira.






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