quinta-feira, 4 de julho de 2013

A BRUXA ESTÁ SOLTA?



Atravessamos o meio do ano de 2013. A Copa das Confederações terminou e a Seleção Brasileira, sob o comando de Felipão, sagrou-se campeã com muita competência, mostrando para o mundo que o nosso país é ainda a terra do futebol e que esse esporte é uma paixão nacional. Em outros tempos, lá pelos idos da década de 70 de século passado, ainda estaríamos anestesiados com essa conquista, curtindo-a em comemorações infindáveis. Hoje, no entanto, a coisa está bem diferente. Curtimos, sim; torcemos e sofremos muito; e, finalmente, nos sentimos orgulhosos dos garotos de ouro da seleção brasileira. Garotos de ouro por que são todos muito bem pagos para jogar bola, diga-se de passagem. Mas isso é outra história, das leis de mercado e da valorização da arte e do esporte. Não há o que se criticar nos salários dos atletas e muito menos dizer que eles são mercenários como apregoam muitos comentaristas despeitados por esse Brasil afora.

Noutros tempos, nem tão distantes, o nosso país pararia literalmente para assistir aos jogos da Seleção Brasileira. Parou... Em parte. A outra parte continuou protestando nas ruas e os protestos transformaram-se em síndrome: A SÍNDROME DOS PROTESTOS POSITIVOS. Toda síndrome vem de uma doença pré-existente, algo ruim e que já estava latente nos corpos, no meio do povo. As síndromes têm o poder de se espalhar, contagiar e traduzem um mal grave que tem que ser curado a qualquer custo ou poderá causar uma tragédia. Desta feita, nem o futebol, com a sua magia hipnótica, serviu como paliativo para acalmar o ímpeto do povo de protestar. O futebol, como remédio, não mascarou os sintomas como fazia noutros tempos e os governos adoravam ministra-lo ao povo. DESTA FORMA, TEM UMA DOENÇA NO SEIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA QUE SE CHAMA CORRUPÇÃO E QUE O POVO NÃO AGUENTA MAIS VER SEM FAZER NADA.


Os médicos saíram às ruas em protesto contra a, ainda, intenção da Presidente Dilma de contratar milhares de médicos cubanos para atender em áreas remotas do Brasil. Quando se fala em atendimento médico em áreas remotas do Brasil, entenda-se como os grotões onde graça a miséria extrema, lugares sem saneamento básico nenhum, moradias sem as mínimas condições de habitação, crianças desnutridas, comunidades tomadas pelo crime organizado e pessoas sem cultura e sem esperança. Então, é preciso ter juízo para ser contra a decisão do Governo Federal. O profissional que protesta contra a colocação de alguém no seu lugar, deve, então, reivindicar o direito de substituir essa pessoa e, efetivamente, ocupar o cargo e se fazer presente como ser humano. No entanto, o mais importante está sendo feito. A intenção da Presidente abriu uma discussão que poderá ser benéfica tanto para os médicos quanto para os infelizes abandonados nas periferias das cidades e nas regiões miseráveis do todo o Brasil. Uma mudança de mentalidade deverá nortear, a partir de agora, tanto os conselhos de medicina, quanto os médicos e os governos. Os médicos brasileiros devem ser respeitados e valorizados. Mas, o povo, também, não pode continuar sendo tratado como escória, chegando amedrontado e sem esperança nas filas dos hospitais. Que a nossa presidente tenha juízo e competência para negociar com os médicos brasileiros a melhor solução para a saude do nosso povo.


Caminhoneiros... Eles estão parando nossas estradas numa onda dos protestos reclamando contra os preços exorbitantes dos pedágios em várias estradas dos Brasil. Com razão eles reclamam. A BR 040 cobra valores que variam de R$ 4,00 para motos a R$8,00 para carros de passeio e R$48,00 para caminhões com vários eixos. Já na Fernão Dias, administrada por outra concessionária, salvo engano uma empresa espanhola, as taxas variam em valores quatro vezes menores do que na BR 040. Qual a explicação para esse disparate? Então, os caminhoneiros têm razão, visto que são eles que carregam quase toda a riqueza deste nosso país, já que as ferrovias estão sucateadas e as que se encontram mais ou menos estão nas mãos da Vale do Rio Doce.


Os crimes hediondos (aqui o hediondo é uma classificação do Redator, visto que nem todos são classificados desta forma pela legislação brasileira) aumentaram assustadoramente. As pessoas são mortas por nada e quando se fala por nada é a referência que se faz a valores pequenos que viciados desesperados querem arrancar de trabalhadores desprotegidos. Reparem bem que os ricos e poderosos raramente são assassinados. Essas pessoas têm as suas casas protegidas por sistemas de segurança sofisticados que incluem homens armados e bem treinados; a polícia dá-lhes cobertura; e quando eles saem às ruas só o fazem com muitas garantias.

Vale observar que até agora a maioria dos protestos foi urdida pela classe média e pela juventude dela nascente e vivente. Até agora somente uma minoria da periferia saiu às ruas para protestar. Muitos estão dizendo que é porque essa gente é formada pelos dependentes do Programa Bolsa Família. Ora, isso é pura ignorância. Como se o valor pago pelo Programa Bolsa Família pudesse tirar alguém da miséria. Minimiza, é claro. Para quem tem pouco, qualquer outro pouco é muito.

Tal como já ocorreu na Primavera Parisiense em meados do século passado, nas últimas ondas de protestos espalhadas pelos Estados Unidos e, recentemente, na Turquia contra a modificação numa praça, a tendência é que as ondas de protestos da juventude brasileira se arrefeçam, adormeçam e sejam esquecidas a partir do instante em que as reivindicações forem atendidas pelos políticos.



Outro detalhe importante a se observar é que a proposta de Presidente Dilma de um plebiscito, se ele acontecer, não valerá para as eleições de 2014. Assim, será prematuro fazê-lo a toque de caixa, e os congressistas, pouco interessados na reforma política, já arrumaram meios legais de não fazê-lo. O próprio Supremo Tribunal Eleitoral já se posicionou contra, dizendo que se o plebiscito for feito, não terá valor legal, ficará inócuo, pois não haverá tempo hábil para o Congresso discutir a vontade do povo e transformá-la em lei.

Enfim, a única diferença vista até agora nos protestos foi a adesão dos caminhoneiros reivindicando melhores condições de trabalho nas estradas e valores menores para os pedágios. Está marcada, também, para 12 de julho, uma greve geral dos trabalhadores brasileiros. Vamos esperar para ver no que vai dar.

Precisamos, no entanto, tirar uma lição de todas essas ondas de protestos: Vamos votar conscientes na próxima eleição, vamos mudar a cara do Brasil e colocar no poder políticos honestos e capacitados.


Texto de Autoria de
Pedro Paulo de Oliveira

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