segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O DONO DO PODER – MINISTRO JOAQUIM BARBOSA.




No Brasil existe uma cultura enraizada de que está no poder deve ser reverenciado. Essa cultura, esse costume de subserviência vem dos nossos tempos de colonização, quando pertencíamos a Portugal e, posteriormente, fomos dominados culturalmente, pela Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Estados Unidos. Esses países nos impuseram, – a nós mestiços, mistura de índio, negro e bastardos dos colonizadores – por força militar, financeira, e de poder político, o rebaixamento moral. Parece que só vamos para frente quando tratamos de nossa própria sobrevivência e tudo fazemos em prol disso. De resto, o que é bom vem de fora e os detentores do poder procuram incentivar essa mentalidade pífia.

Na esteira dessa cultura que preconiza e idolatra países distantes, perdemos nossa identidade patriótica. Principalmente quando vemos o representante máximo das nossas cortes de justiça adquirir imóveis nos Estados Unidos por valores contestados. Claro que ele tem direito de fazer o que quiser com o dinheiro que ganha, que não deve ser pouco comparado com a mixaria que recebe a grande massa de trabalhadores brasileiros. Mas, tudo bem. Se ele está no Cargo de Presidente do Supremo Tribunal Federal, deve ter sido por competência e merecimento. Sendo assim, merece, também, receber o salário que lhe é devido. O negócio é que o Salário Mínimo é que é mínimo mesmo.

Quando Joaquim Barbosa foi indicado para presidir o STF todas as esperanças dos brasileiros recaíram sobre ele, considerando-o como o maior ícone da justiça em todos os tempos. O Senhor Joaquim Barbosa, ou o Doutor Joaquim Barbosa, ou o Ministro Joaquim Barbosa foi colocado nas redes sociais semicoberto pela toga negra, com a fisionomia altiva e o peito estufado. Apresentava-se ao país de maioria pobre, com quase 50 milhões de analfabetos, tomado pela violência nas grades cidades, sem saneamento básico e com o sistema de saude em colapso, o Paladino da Justiça. Pintaram o ministro de Batman (não tinha como dar certo. O Batman é um herói dos norte-americanos).

O Ministro se apresentou prometendo que ia revolucionar as cortes de justiça do Brasil e, com arroubos de poder, convenceu o povo carente de heróis e de políticos sérios que seria capaz de mudar os rumos da sociedade. A população aplaudiu o ministro e o indicou pra ser presidente da república. Minha nossa, como o povo brasileiro estava e está carente de heróis! O pior de tudo é que muitos dos nossos heróis cantados e contados pela história estão sendo desmascarados. Nada tinham de heróis.

Não obstante a responsabilidade que pesava sobre as costas do Ministro Joaquim Barbosa (esperança do povo brasileiro), ele começou a demonstrar intolerância e iniciou, primeiro, uma briga estranha com um repórter; atacou colegas; mandou prender uma repórter que tentou entrevista-lo nos estados unidos; perdeu as estribeiras quando lhe pediram explicações sobre um suposto favorecimento a seu filho, dado por Luciano Huck, da Rede Globo; e agora, pede a cabeça de uma servidora de um ministro, por entender que ela é esposa do repórter, seu desafeto (segundo ele, conflito de interesses).

Teria sido o Ministro atacado pela síndrome do poder? Estaria ele acometido pela doença que o povo gosta de dizer quando vê que uma pessoa que era muito humilde, ao se eleger, fica orgulhosa: “O poder subiu na cabeça dela”?


Texto de Pedro Paulo de Oliveira

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