
No Brasil existe uma cultura enraizada de que está no poder deve ser reverenciado. Essa cultura, esse costume de subserviência vem dos nossos tempos de colonização, quando pertencíamos a Portugal e, posteriormente, fomos dominados culturalmente, pela Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Estados Unidos. Esses países nos impuseram, – a nós mestiços, mistura de índio, negro e bastardos dos colonizadores – por força militar, financeira, e de poder político, o rebaixamento moral. Parece que só vamos para frente quando tratamos de nossa própria sobrevivência e tudo fazemos em prol disso. De resto, o que é bom vem de fora e os detentores do poder procuram incentivar essa mentalidade pífia.
Na esteira dessa cultura que preconiza e idolatra países distantes, perdemos nossa identidade patriótica. Principalmente quando vemos o representante máximo das nossas cortes de justiça adquirir imóveis nos Estados Unidos por valores contestados. Claro que ele tem direito de fazer o que quiser com o dinheiro que ganha, que não deve ser pouco comparado com a mixaria que recebe a grande massa de trabalhadores brasileiros. Mas, tudo bem. Se ele está no Cargo de Presidente do Supremo Tribunal Federal, deve ter sido por competência e merecimento. Sendo assim, merece, também, receber o salário que lhe é devido. O negócio é que o Salário Mínimo é que é mínimo mesmo.
Quando Joaquim Barbosa foi indicado para presidir o STF todas as esperanças dos brasileiros recaíram sobre ele, considerando-o como o maior ícone da justiça em todos os tempos. O Senhor Joaquim Barbosa, ou o Doutor Joaquim Barbosa, ou o Ministro Joaquim Barbosa foi colocado nas redes sociais semicoberto pela toga negra, com a fisionomia altiva e o peito estufado. Apresentava-se ao país de maioria pobre, com quase 50 milhões de analfabetos, tomado pela violência nas grades cidades, sem saneamento básico e com o sistema de saude em colapso, o Paladino da Justiça. Pintaram o ministro de Batman (não tinha como dar certo. O Batman é um herói dos norte-americanos).
O Ministro se apresentou prometendo que ia revolucionar as cortes de justiça do Brasil e, com arroubos de poder, convenceu o povo carente de heróis e de políticos sérios que seria capaz de mudar os rumos da sociedade. A população aplaudiu o ministro e o indicou pra ser presidente da república. Minha nossa, como o povo brasileiro estava e está carente de heróis! O pior de tudo é que muitos dos nossos heróis cantados e contados pela história estão sendo desmascarados. Nada tinham de heróis.
Não obstante a responsabilidade que pesava sobre as costas do Ministro Joaquim Barbosa (esperança do povo brasileiro), ele começou a demonstrar intolerância e iniciou, primeiro, uma briga estranha com um repórter; atacou colegas; mandou prender uma repórter que tentou entrevista-lo nos estados unidos; perdeu as estribeiras quando lhe pediram explicações sobre um suposto favorecimento a seu filho, dado por Luciano Huck, da Rede Globo; e agora, pede a cabeça de uma servidora de um ministro, por entender que ela é esposa do repórter, seu desafeto (segundo ele, conflito de interesses).
Teria sido o Ministro atacado pela síndrome do poder? Estaria ele acometido pela doença que o povo gosta de dizer quando vê que uma pessoa que era muito humilde, ao se eleger, fica orgulhosa: “O poder subiu na cabeça dela”?
Texto de Pedro Paulo de Oliveira
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