segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O VOTO - POR CECÍLIA MEIRELES.




O texto, a seguir, é creditado à extraordinária poeta Cecília Meireles e foi publicado na revista "O Cruzeiro" em 1947 e me foi enviado por Geraldo Mendes, amigo de Belo Horizonte, engajado nas lutas sociais e conscientização das pessoas.


“Pelo voto, não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia”.

“Pelo voto, a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo”.
...

E agora um conselho final, que pode parecer um mau conselho, mas no fundo é muito honesto:

Meu amigo e leitor, se você estiver comprometido a votar com alguém, se sofrer pressão de algum poderoso para sufragar este ou aquele candidato, não se preocupe.

Não se prenda infantilmente a uma promessa arrancada à sua pobreza, à sua dependência ou à sua timidez. Lembre-se de que o voto é secreto.

Se o obrigam a prometer, prometa. Se tiver medo de dizer não, diga sim. O crime não é seu, mas de quem tenta violar a sua livre escolha.

Se, do lado de fora da seção eleitoral, você depende e tem medo, não se esqueça de que DENTRO DA CABINE INDEVASSÁVEL VOCÊ É UM HOMEM LIVRE.



Falte com a palavra dada à forca, e escute apenas a sua consciência. “Palavras, o vento leva, mas a consciência não muda nunca, acompanha a gente até o inferno”.

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