quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

REVOLUÇÕES: O MUNDO VAI SE TRANSFORMAR

As revoluções ditas sociais são como síndromes que nascem num determinado ponto e vão se espalhando num crescendo incontrolável. Se analisarmos a história com acuidade, veremos que as grandes revoluções se assemelham em muitos pontos, principalmente nos seus fins e meios. Elas não nascem por acaso e quero teimar nesse ponto para provar que o jogo de interesses dos homens poderosos e das corporações que eles representam sempre está por trás desses movimentos sociais. Os meios que esses homens e suas corporações usam para provocar revoluções são os movimentos de massa, os agrupamentos sociais, os menos assistidos, trabalhadores mal remunerados. A mensagem é sempre a mesma: LIBERDADE, DEMOCRACIA E MAIS JUSTIÇA SOCIAL PARA O POVO! Mas, ao final de tudo, o povo estará novamente relegado ao terceiro ou quarto plano da sociedade como um todo.
Façamos aqui uma breve análise da Revolução Francesa. A França, no final do sec. XVIII, entusiasmada por movimentos ocorridos na Inglaterra durante o sec. XVII explode numa violenta revolução em que as massas vão para as ruas influenciadas pelos burgueses. Grandes oradores, entre eles Danton e Robespierre, lideram os palanques. Os camponeses, entusiasmados pela forte mensagem de que o povo deveria derrubar a monarquia, deixam suas casas e vão para Paris onde participam da famosa Queda da Bastilha. Os ideais humanos de igualdade, fraternidade, justiça e liberdade são apregoados nas praças e teatros pelos oradores, e os intelectuais passam para o papel todos esses anseios do povo. Na medida em que a revolução evoluía e os tribunais condenavam o rei Luiz XVI e Maria Antonieta à decapitação, os ventos sopravam da França para o resto do planeta e os ideários da Revolução Francesa se espalhavam como fogo pelos campos secos.
No final, na França, a monarquia caiu, Luiz XVI e Maria Antonieta tiveram suas cabeças cortadas diante do público que aplaudia e gritava urras e dois dos maiores idealistas dessa revolução também tombaram sem cabeças: Robespierre e Danton. A burguesia assumiu, então, o poder eliminando qualquer possibilidade de volta da monarquia. A maioria do povo que invadiu o palácio real, contudo, continuou à margem das benesses que essa revolução traria para a França. Pois foi a partir desse movimento que a França entrou definitivamente na era industrial. Esse foi o ponto positivo e o mais importante da Revolução Francesa.
Por que, então, aconteceu a Revolução Francesa e, conseqüentemente, outras revoluções parecidas pelo mundo afora? A resposta é simples: uma nova ordem estava se instalando no mundo e uma nova gente estava nascendo para governá-la. Os países que não aderiram àquela nova ordem permaneceram atrasados no seu desenvolvimento.
O que está acontecendo, agora, é a mesma coisa, tal como, posteriormente, na Revolução Industrial que provocou a Primeira Guerra Mundial e o mundo todo foi transformado. Logo depois veio a Segunda Guerra donde o mundo novamente foi transformado e uma nova ordem se instalou comandada pelos Estados Unidos e União Soviética. Essa ordem perdura, em parte, até os dias de hoje. A nova ordem que ora se apresenta - e alguns líderes já atentaram para ela -, é a da informação em tempo recorde promovida pela internet através das chamadas redes sociais. Nessas redes todos são iguais, com poderes semelhantes e com o apoio dos telefones móveis que estão cada vez mais sofisticados. É uma revolução sem heróis.

Pedro Paulo - 17/10/2011

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