sábado, 8 de junho de 2013

PARQUE HALFELD - TODO MUNDO VAI NO PARQUE...


Quem nunca foi no Parque?

Não importa o tempo, tempo longo, tempo curto, tempo passado, tempo presente...

o Parque vai crescendo, renascendo.

Todos são anônimos, todos sonham no Parque, até os velhos, silenciosos e estáticos, estão sonhando no Parque.

O Parque é um imenso jardim, um oásis onde todos se misturam: os mendigos, os jovens, os casais, as crianças e os pássaros. A brisa e a sombra diferenciam-se das sombras dos arranha-céus, que suspiram sufocados. No Parque todos são desocupados e o trânsito passa despercebido.

O Parque se abre e finda na rua e a Igreja, ao longe, o olha, impávida, com a certeza de que só ela é eterna.

Em torno de um pequeno caixote os jogadores de dama fazem algazarra, o perdedor argumenta que a derrota foi indevida, descuidou-se; o velho aposentado namora um cartão de loteria, enquanto os pombos sem vergonhas circulam em volta de seus pés; a prostituta desdentada, trajando um vestido vermelho com um longo corte no meio, mostra as pernas grossas e senta-se no banco segurando uma rosa; uma cigarra solitária canta voluptuosa; e a folhagem se dobra com a brisa.

Na calçada, os homens se misturam e se espremem em frente à banca de jornais que expõe as manchetes do dia anterior.

A fonte esguicha e borbulha a moça olha a água, misturando o brilho dos seus olhos ao colorido do Parque. Os seus cabelos castanhos caem sobre as bochechas rosadas, tocando os lábios vermelhos. Seu corpo se movimenta em cadência e sua boca se abre quando se aproxima dela um corpo viril, de olhos grandes e negros, e ela sente um toque mágico na cintura. Tudo, então, se transforma no Parque Halfeld.

Pedro Paulo de Oliveira
Direitos Autorais



Nenhum comentário:

Postar um comentário

NAYRA E O CHAVELHO DE ESPINHOS NA FAIXA DE GAZA

" Esses pequeninos, cheios de sonhos, sonhos que embalam o mundo, distantes das       ambições e da crueldade dos homens e mulheres que...