sexta-feira, 17 de maio de 2013

MORREU TARDE - VÁ PROS QUINTO...


Em 1976, o Brasil vivia seu 12º ano de ditadura militar. A Argentina iniciava a sua em um Golpe parecido que depôs María Estela Martínez de Perón que havia pedido apoio para Jorge Rafael Videla, comandante-em-chefe do Exército, nomeado por ela. O safado a traiu e liderou o golpe militar que enfiou a Argentina no seu período mais negro e cruel. Jorge Rafael Videla tornou-se então, o presidente da junta militar que passou a governar a Argentina e, segundo as organizações de direitos humanos, iniciou uma das mais cruéis ditaduras da América Latina, totalizando algo em torno de 30.000 desaparecidos.

REPORTAGEM DA EFE:

Símbolo da última ditadura militar argentina, Jorge Rafael Videla morreu sem dar um só sinal de arrependimento e até encorajando um novo golpe de Estado para derrubar a democracia mesmo após ter sido condenado à prisão perpétua por crimes de lesa-humanidade.

D acordo com o boletim médico oficial, Videla, de 87 anos, faleceu de causas naturais às 8h25 de hoje, em sua cela na cidade de Marcos Paz, localizada na região metropolitana de Buenos Aires, onde estava preso desde junho de 2012.

"Não está morto nem vivo, está desaparecido", respondeu em plena ditadura o então presidente a um jornalista que o questionou sobre as vítimas do terrorismo de Estado.
Sob seu mandato, de 1976 a 1981, foi assassinada uma freira francesa que cuidara de um de seus filhos, deficiente físico, lembrou hoje a jornalista Miriam Lewin, que esteve sequestrada na Escola de Mecânica da Marinha (Esma), o maior centro de detenção clandestino da Argentina.

Essas lembranças definem a personalidade de um ditador que ouviu sem pestanejar as sucessivas condenações impostas pelos tribunais por conta dos chamados "anos de chumbo": sequestros, torturas, assassinatos e roubos de bebês.
Durante seus cinco anos de gestão, organizou a Copa do Mundo de 1978, com que tentou limpar a imagem internacional da Junta Militar enquanto se multiplicavam as denúncias de violações dos direitos humanos.

Também esteve a ponto de declarar guerra ao Chile por um conflito limítrofe que foi superado graças à mediação do papa João Paulo II.

Com José Alfredo Martínez de Hoz como ministro da Economia, Videla promoveu uma política baseada na abertura do mercado, na liberalização da legislação trabalhista e em uma abertura que destruiu a indústria nacional.

Com a economia em recessão, inflação em alta e a moeda desvalorizada, Videla foi sucedido por Roberto Viola em 29 de março de 1981.

Sentado pela primeira vez no banco dos réus durante o histórico "Julgamento das Juntas Militares", liderado pelo promotor Julio César Strassera, foi condenado pela primeira vez à prisão perpétua em 1985.

Anistiado em 1990 pelo Governo de Carlos Menem, anos depois o juiz espanhol Baltasar Garzón o incluiu em uma relação de militares e civis argentinos com ordem de captura internacional por crimes cometidos durante a ditadura.
Em 1998, voltou a ser julgado por crimes de lesa-humanidade e foi condenado à prisão perpétua em 2010.

Como acusado, já octogenário, Videla defendeu o golpe militar até o último momento e também o papel do Exército no que considerava uma guerra contra a insurreição.
Videla lançou sua última provocação em março, quando chamou os militares ao "combate" para derrubar o Governo de Cristina Kirchner.

Há poucos anos, Videla lembrou em entrevista como foi a véspera do golpe de Estado de 24 de março de 1976, quando a então presidente María Estela Martínez de Perón pediu apoio dos militares.

Segundo Videla, em reunião com a presidente, os comandantes das Forças Armadas se convenceram da "falta de poder" da governante e decidiram agir em um clima de instabilidade política e econômica.

Nomeado por ela comandante-em-chefe do Exército, liderou, junto a Emilio Massera e Orlando Agosti, o golpe de Estado que iniciou o período mais obscuro da história recente argentina e que, segundo organizações de Direitos Humanos, deixou mais de 30 mil desaparecidos.

O primeiro dos quatro presidentes do regime militar compareceu pela última vez aos tribunais no último dia 14 e se negou a dar declarações em um julgamento relacionado ao Plano Condor.

Como em algumas ocasiões anteriores, o ditador se declarou "preso político" e disse ter sofrido uma "crise de memória".
Com seu silêncio perante a Justiça, Videla levou para o túmulo muitas informações que teriam auxiliado a identificação de desaparecidos. EFE


OPINIÃO:

PIOR QUE NO BRASIL TAMBÉM TEM GENTE COM PERSONALIDADE PARECIDA COM A DO GENERAL ARGENTINO MORTO, ENTRE ELES TEM SE DESTACADO O CORONEL USTRA E O TELHADA. AMBOS SONHAM COM A VOLTA DA DITADURA MILITAR. A ÚNICA DIFERENÇA É QUE O USTRA, FREQUENTEMENTE ACUSADO DE LIDERAR TORTURAS E MORTES NOS ANOS DE CHUMBO DO BRASIL, ENQUANTO LIDEROU O DOI-CODI EM SÃO PAULO, NÃO FOI JULGADO E NEM CONDENADO.


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