quinta-feira, 2 de maio de 2013

O BRASIL NÃO É UM PAÍS VERDADEIRAMENTE CAPITALISTA E EIKE BATISTA NÃO É MAIS AQUELE


Quando falamos em capitalismo no Brasil descobrimos uma desigualdade assombrosa e um povo sem memória. A desigualdade se verifica na forma como o governo trata os micros, os pequenos, os médios, os grandes e os megaempresários. Para os grandes e megaempresários as tetas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES dão leite sem parar e em grande quantidade. Dos médios para baixo, as dificuldades são enormes, os juros mais altos e os recursos restritos. Quanto à falta de memória do povo, está no esquecimento de que as nossas grandes estatais foram entregues quase de graça para um monte de empresários espertalhões.

No entanto, as boas tetas do BNDES vão ter que selecionar melhor para quem vai o leite a partir de agora. O Jornal o Estado de São Paulo denunciou que as empresas de Eike Batista que valiam 101 bilhões até há pouco tempo, hoje estão valendo pouco mais de 14 bilhões e com tendência a cair ainda mais. Só para relembrar, Eike Batista se tornou milionário à custa do nosso dinheiro ao comprar estatais, que valiam 70 bilhões, por 3 bilhões - e com dinheiro do BNDES. Isso tudo ocorreu durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A Vale do Rio doce foi adquirida pelo pai de Eike, Eliezer Batista, que comandava o Projeto Grande Carajás e era amigo de todos os pássaros de bicos longos, cloridos e curvos do Planalto Brasileiro.

Eike Batista chegou a figurar entre os 10 maiores bilionários do mundo e arrotou que logo chegaria ao 1º do ranking. Hoje, mal figura entre os 200 mais ricos. Nessa mesma mão, o governo injetou dinheiro em outras empresas do ramo frigorífico, de papéis, de bebidas, empresas aéreas e bancos. Lembrando, novamente, que todo o dinheiro do BNDES saiu do nosso bolso, mesmo aquele capitalizado no exterior, pois no momento de quitá-lo, será pago com o dinheiro dos impostos.

Hoje, todas essas empresas que receberam capital do BNDES estão em queda no mercado e nenhuma delas vai sobreviver sem o leite da grande vaca do governo federal. Como esclarecimento para aqueles que não sabem, dos 14 bilhões que valem as empresas de EIke Batista, mais de bilhões são do BNDES. Como fica, agora, a situação de um dos homens que era considerado poderoso, inatingível e o magnata do empresariado brasileiro?
O Jornal O Estado de São Paulo denunciou que várias empresas estão em situação delicada, empresas essas nascidas sob o auspício das privatizações sem controle da política neoliberal do de FHC.

O mais dolorido dessa história é saber que quase 200 bilhões de reais desapareceram nas mãos de aventureiros sem escrúpulos e que esse dinheiro era de todo o povo brasileiro. Nossas instituições precisam ser fortalecidas e ter nelas pessoas de caráter para impedir essa farra com o dinheiro público. O BNDES e outras instituições financeiras de fomento social devem existir para cumprir o seu verdadeiro papel de desenvolvimento social ou continuaremos a ser um povo apático que vê o governo ser comandado por famílias que se beneficiam das tetas de uma vaca campeã na produção de leite.

Pedro Paulo de Oliveira - Cabral e Oliveira

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